TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL)
Por: João Víctor Chiuchetta • 5/1/2019 • Monografia • 1.592 Palavras (7 Páginas) • 280 Visualizações
TRANSTORNO DE ANSIEDADE 1
1) Ansiedade: sensação de desconforto mental, de inquietação interna, de temor ou preocupação quanto ao futuro, acompanhada de sensações corporais (tontura, boca seca, sensação de aperto no peito/ vazio no estômago, taquicardia, sudorese, calafrios, tremores, formigamentos, urgência para urinar, cólica abdominal) -> na ausência de outras doenças ou condições médicas que o justifiquem.
2) Medo: há presença de objeto desencadeante! Reação a um perigo específico, enquanto a ansiedade seria uma apreensão difusa (sem objeto claramente definido). Medo é relacionado a algo que o provocou, uma sensação de espanto ou terror.
3) Ansiedade x Medo: tornam-se patológicos quando estas emoções passam a ser disfuncionais (trazem prejuízos sociofuncionais e/ou sofrimento importantes para o indivíduo).
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL)
1) Conceitos: paralisa o indivíduo, causando prejuízo ao seu bem-estar e ao desempenho, não permitindo que ele enfrente situações ameaçadoras. Ex: qualquer situação que tenha que se expor socialmente, como palestras, entrevista de emprego.
• “Medo de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo fica exposto a pessoas não familiares ou a uma possível avaliação pelos outros”.
• “Medo de se comportar de maneira embaraçosa/ humilhante ou de demonstrar sintomas de ansiedade”.
• “Medo persistente de embaraço ou de avaliação negativa durante interação social ou desempenho em público e atividades como encontros ou interações com estranhos, apresentações formais e aquelas que requerem um comportamento assertivo são frequentemente temidas e evitadas pelos indivíduos que apresentam esse transtorno”.
2) Subtipos:
• Circunscrito: medo RESTRITO a uma situação específica.
• Subtipo generalizado: situações DIVERSAS são temidas. *Início precoce; *Comorbidades: abuso de álcool/drogas ilícitas, depressão, tentativa de suicídio, etc.
3) Principais diferenças entre timidez e transtorno de ansiedade social:
• Transtorno de ansiedade social: geralmente se descrevem como tímidos e o medo de uma avaliação negativa pelos outros é aspecto central de ambas as condições. COMPROMETE o desempenho do indivíduo (promove a evitação ou até mesmo a fuga das situações sociais). Associada a comprometimento significativo na vida diária de forma persistente.
• Timidez: NÃO É DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO!!! É uma característica pessoal. Não compromete desempenho do indivíduo, há apenas uma dificuldade que geralmente é superada pelo enfrentamento. É transitória e tem impacto menor sobre a qualidade de vida.
• Prejuízos da ansiedade social: pior desempenho escolar; Abandono do estudo; Maior taxa de desemprego; Nível de renda mais baixo; Maioria solteiros ou separados;
4) Diretrizes diagnósticas – CID-10: F40.1 (FOBIA SOCIAL): Todos os critérios devem ser preenchidos para um diagnóstico definitivo.
• Os sintomas psicológicos, comportamentais ou autonômicos: devem ser primariamente manifestações de ansiedade e não secundários a outros sintomas tais como delírios ou pensamentos obsessivos.
• A ansiedade: deve ser restrita ou predominar em situações sociais.
• A evitação: das situações fóbicas deve ser um aspecto proeminente.
5) Diagnóstico diferencial:
• Agorafobia: diagnóstico diferencial com transtorno de ansiedade social. Atualmente o termo é usado com sentido mais amplo; inclui medo não apenas de espaços abertos, mas também de aspectos relacionados tais como a presença de multidões e a dificuldade de um escape fácil e imediato para um local seguro. Portanto: “medos” de sair de casa: medo de entrar em lojas, multidões e lugares públicos ou de viajar sozinho em trem/ônibus/avião. Muitos pacientes são aterrorizados pelo pensamento de terem um colapso e serem deixados sem socorro em público. A FALTA DE UMA SAÍDA IMEDIATAMENTE DISPONÍVEL É UM DOS ASPECTOS-CHAVE DE MUITAS DESSAS SITUAÇÕES AGORAFÓBICAS.
• Transtorno depressivo: humor deprimido, perda de interesse e prazer e redução de energia (fatigabilidade aumentada e atividade diminuída). Outros: concentração e atenção reduzidas; autoestima e autoconfiança reduzidas; ideias de culpa e inutilidade; visões desoladas e pessimistas do futuro; ideias ou atos auto lesivos ou suicídio; perturbações do sono; apetite diminuído.
6) Tratamento da ansiedade social: uso de psicofármacos (ISRS, IRSN, BZD) associados à psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental). Antidepressivos:
• Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS): Primeira escolha; Boa tolerabilidade.
ISRS Dose diária inicial (mg) Dose máxima diária (mg)
Paroxetina 10-20 60
Escitalopram 5-10 20
Sertalina 25-50 200
Fluvoxamina 50 300
Citalopram 10-20 40-60
Fluoxetina 10-20 80
a) Efeitos colaterais comuns: náuseas, diarreia, insônia, agitação, tremor, cefaleia e disfunção sexual.
• Inibidores da Recaptação da Serotonina e Noradrenalina (IRSN): Venlafaxina: dose diária: 37,5mg; dose máxima: 225
a) Efeitos colaterais comuns: náusea, insônia, tremor, disfunção sexual, sudorese, boca seca. *CARA!!
• Tratamento medicamentoso antidepressivo - RECOMENDAÇÕES: comece com dose mínima para evitar piora inicial/ ansiedade. Resposta inicial: 6 a 8 semanas de tratamento (pode levar até 12 semanas ou mais). Caso sem resposta após 10 a 12 semanas -> TROCAR. Dosagem deve ser otimizada visando alcançar o máximo de benefício. Farmacoterapia deve ser continuada por 12 a 24 meses nos pacientes que responderam após 12 semanas.
• Benzodiazepínicos: podem ser utilizados junto com um ISRS/IRSN: resposta parcial (como estratégia de potencialização nas primeiras semanas ou para casos refratários). O uso de benzodiazepínicos deve ser considerado: curto prazo (2-4 semanas!) e em pacientes resistentes ao tratamento devido aos efeitos colaterais e risco de dependência. Cuidar, pois causa dependência. Chamados
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