A Arquitetura High Tech de Siegbert Zanettini
Por: MatheusMarra • 11/10/2021 • Trabalho acadêmico • 4.628 Palavras (19 Páginas) • 273 Visualizações
RESUMO
O objetivo deste estudo é apresentar através de uma pesquisa mais aprofundada, a arquitetura High Tech de Siegbert Zanettini, mostrando a linguagem de sua arquitetura através da abordagem de uma importante obra do arquiteto, que é a Sede Zanettini, localizada em São Paulo, onde ele se preocupa em representar através desse projeto, um esforço em favor da construção industrializada na procura de desenvolvimento qualitativo e na diminuição de tempo e custos da obra além de romper com o formalismo racionalista através da aplicação de sua própria linguagem em suas obras uma vez que ele afirma que a essência da arquitetura contemporânea é a associação da razão, dos conceitos holísticos com os aspectos humanísticos do conhecimento. Com a análise de sua biografia veremos que o arquiteto enfatiza que a arquitetura é o equilíbrio e a harmonia entre o mundo racional e a sensibilidade.
Palavras chaves: Siegbert Zanettini, High-Tech, Sede Zanettini;
INTRODUÇÃO
A arquitetura High-Tech surgiu na década de 1970, tendo sido um dos movimentos mais expressivos do modernismo tardio. Enfatiza a tecnologia e a tectônica, geralmente aplicada na estrutura do edifício, tratada como um ornamento. Este movimento teve como base a arquitetura moderna, utilizando-se de elementos técnicos como uma espécie de pastiche, especialmente quando colocados juntos, e em sequência repetitiva. Os arquitetos em destaque da arquitetura High Tech são: Norman Foster, Richard Rogers, Renzo Piano e Jean Nouvel.
Norman Foster, considerado um dos maiores representantes da arquitetura High Tech, o arquiteto inglês dedica-se ao projeto de grandes obras, intensificando a distinção entre estrutura e fechamento e explora todas as tecnologias disponíveis. Suas maiores obras foram: o Centro de Artes Plásticas Sainsbury, Univ. de East Anglia, Hong Kong & Shangai Bank e Century Tower.
Renzo Piano, grande arquiteto italiano tardo modernista, busca a fundo explorar a tecnologia para a criação de edifícios mais sustentáveis. Sua identidade é determinada nas obras através da estética particular e do uso de estruturas inovadoras, sendo o aço principal elemento. A primeira obra de destaque do arquiteto foi Centre Pompidou em Paris, projetado em parceria com Richard Rogers, que culminou ao seu reconhecimento internacional; posteriormente outras importantes obras foram executadas, Laboratórios de Investigação PATS Centre, também em parceria com Richard Rogers, Aeroporto de Kansai e Centro Cultural Jean-Marie Tijbaou.
Jean Nouvel, arquiteto francês que assim como os outros arquitetos tardo modernistas procura desfrutar de todos os potenciais tecnológicos disponíveis para criar edifícios inteligentes. Sua forma de desenvolver o conceito de projeto o diferenciava dos demais, antes de dar maior importância aos desenhos se preocupava em analisar e refletir sobre o programa que determina cada obra, sendo assim para ele “cada objeto pede uma arquitetura diferente”. Suas principais obras são, Institut du Monde Arabe, Dentsu Tower e Torre Agbar.
No Brasil a arquitetura High Tech é rara, além de Siegbert Zanettini, o arquiteto brasileiro que mais se aproximou dessa corrente foi João da Gama Filgueiras Lima (mais conhecido como Lelé), que criou obras institucionais marcantes. O que aproxima seu trabalho das ideias de Norman Foster, Renzo Piano e de outros arquitetos importantes para a arquitetura High Tech é o interesse na potencialidade das tecnologias, as soluções técnico-construtivas coerentes e limpas e a busca pelo conforto térmico.
Seu interesse pela tecnologia aplicada à arquitetura era tanto que ele se especializou na fabricação e no uso de pré-moldados e também desenvolveu processos de industrialização de argamassa armada.
Entre seus projetos de maior destaque está o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Ele privilegia o uso da luz solar e da ventilação natural, evitando o uso do ar condicionado e diminuindo os riscos de infecção.
Por fim, o objetivo deste artigo será tratar da arquitetura contemporânea de Siegbert Zanettini, conhecido por sua arquitetura de linguagem própria onde aplica sua paixão pela mesma na associação da racionalidade geométrica com a sensibilidade.
MÉTODOS
A metodologia baseia-se numa investigação bibliográfica e se fundamentará numa abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando-se como instrumento um levantamento bibliográfico e documental. Desse modo, a pesquisa qualitativa vale-se do método indutivo, onde o processo e seu significado são os focos principais de abordagem. (KÖCHE, 1997)
RESULTADOS
O Brasil passou por uma ditadura militar durante as décadas de 60, 70 e 80, onde qualquer ideia ou pensamento de teor socialistas eram tratadas como crime, com isso muitas pessoas foram presas ou obrigas a se exilarem fora do país, inclusive figuras hoje importantes na história da arquitetura brasileira, como por exemplo o Vilanova Artigas.
Junto a tudo isso o período era de crescimento populacional muito acelerado, a áreas urbanas estavam crescendo e sendo populadas muito rapidamente e de forma desorganizada, gerando desigualdades sociais, o que fazia ser necessária políticas habitacionais, que por sua vez exigia um planejamento urbano muito complexo e que gerava um grande desafio em criar soluções, então foi buscado ideias do repertório apoiado no racionalismo moderno, e esbarrou em problemas já discutidos no mundo do movimento moderno, que tinham diversos problemas e que não funcionava mais naquele momento e exigia-se algo que fosse novo e nacional.
Nas universidades começou a ser implantado o pensamento de criar algo diferente, e diversos ensaios começaram a ser realizados, principalmente pelos alunos e professores da FAU/USP, que hoje são intitulados como da escola paulista que passaram a se distanciar de referências formais e técnicas anteriores, para poder realizar uma linguagem própria, com uma expressão plástica significativa e qualidade construtiva, programas, condicionantes ambientais, novas técnicas no processo de produção, utilizando da tecnologia industrializada com estruturas metálicas. Ganhando bastante expressão nas décadas de 80 e 90 com a produção de obras como de grande destaque como a de Paulo Mendes da Rocha do MUBE (Museu Brasileiro da Escultura Marilisa Rathsan, que foi decorrente de uma mobilização populacional local contra a construção de um Shopping Center, e também obras emblemáticas como a Capela de Santana do Pé do Morro de Éolo Maia, com a criação de um espaço novo, utilizando matérias como aço vidro e madeira envolvidas nas antigas ruinas de uma edificação pré existente, com paredes de barro e pedra, onde o arquiteto tem o pensamento de que sua arquitetura seja o menos invasiva possível, que segundo ele “é respeitosa com o que já existe que acrescenta e não subtrai ou exclui”.
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