Estudo da Arquitetura de Zanettini
Por: flaviapavezi • 7/6/2017 • Artigo • 2.196 Palavras (9 Páginas) • 398 Visualizações
ARQUITETURA BRASILEIRA DO SÉC XXI
GALANTE, Camila 1
CAVALCANTE, Cristiano 2
COSTA, Darllan 3
PAVEZI, Flávia 4
RESUMO: O presente artigo busca expor elementos e atributos de Arquitetura e Urbanismo sustentável como uma alternativa viável para o modelo de urbanização e arquitetura vigente. Partindo de uma revisão histórica sobre Globalização e suas consequências na vida contemporânea dentro do meio urbano. Relacionando as obras de referência nacional e regional em arquitetura sustentável e e explanando as ferramentas de planejamento empregadas em cada uma.
Palavras-chave: Globalização, Arquitetura Contemporânea, Nacional, Regional, Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
Desde a era industrial foi implantado um modelo global de ocupação urbana contraditório chamado de Globalização ou Mundialização. Devido a duas grandes revoluções; a tecnológica e informática, e com o auxilio de um grande volume capital, a Globalização criou a interligação acelerada dos mercados. Passou-se a ter, então, a possibilidade de movimentar bilhões de dólares através de um computador e acessar informações sobre qualquer parte do planeta em segundos, a qualquer momento.
Essa ideia de rompimento de fronteiras e redução de distâncias num âmbito global afetou diretamente a forma de pensar e fazer arquitetura e urbanismo. A partir deste momento, novas características surgiram no meio arquitetônico/urbanístico e se aplicaram mundo afora com agressividade. Como a desterritorialização espacial e cultural através da desmemorialização das comunidades em relação à origem de sua identidade; o descaso com o pluralismo cultural; a implantação de novos tecidos urbanos em cima dos pré-existentes impondo desta forma a estética da ideia de cidade como megamercado, genérica e mundialmente semelhante em aspectos formais devido ao pensamento internacional; dentre outras características que refletem a afronta aos contextos e valores culturais e patrimoniais pré-existentes de cada local como único e carregado de tradição e recursos naturais.
Dessa forma, a intensa urbanização herdada do pós-modernismo se traduz em uma massiva concentração de indústria, serviços e trabalhadores que se transformaram em inchamento populacional, escassez de emprego e diversos problemas sociais em meio a cidades que se revelam um macro ambiente sem relação às questões patrimoniais e de identidade pré-existentes, que conduzem as pessoas a se tornarem apáticos, acríticos e insensíveis.
No Brasil, a urbanização nos últimos cinquenta anos transformou a distribuição da população no espaço nacional. Em 1945 a população urbana equivalia a 25% da população de 45 milhões de brasileiros, enquanto em 2000 a porcentagem subiu para 82% de 169 milhões. Esses valores representam um aumento de 20% na população nacional enquanto há crescimento de 40% de pessoas morando nos centros urbanos, (RATTNER, 2009). Os dados refletem o crescente caos que ocorre nas ditas cidades industrializadas e desenvolvidas devido a um modelo de exploração a qualquer custo sem nenhuma preocupação com o planejamento urbano calcado em conceitos de sustentabilidade evolutiva, que levam em conta as relações científicas e tecnológicas de cada período e analisam as novas necessidades e demandas humanas, espaciais e ambientais.
Nesse contexto, deve-se compreender primeiro que urbanismo sustentável é um conceito que se ajusta simultaneamente às necessidades humanas, resultante de vivências, pesquisas e interações socioculturais, econômicas, ambientais e tecnológicas. E que sua aplicação busca modos de vida e ocupação territorial que sejam menos impactantes ao meio ambiente.
1. REFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUITETURA DO SÉC. XXI: REDE BANDEIRANTES DE RÁDIO E TV – MORUMBI
Desde a Revolução Industrial até o começo dos anos oitenta houve uma forte crença no progresso, na tecnologia, na industrialização e na internacionalização sem se preocupar com a forma desconexa que as cidades tomavam. A partir disso, a realidade do século XXI se dá no predomínio do ambiente construído e no constante crescimento das metrópoles, que é onde se refletem as maiores consequências da Globalização desigual. Esse contexto exige que a arquitetura contemporânea considere sempre o já construído, aproveitando a quantidade de informações e a facilidade de acesso que a Globalização trouxe para conhecer novas tecnologias, materiais, projetos e maneiras de aplicar adequadamente cada um, levando em conta o ambiente já edificado e transformando os entornos degradados em busca de reestabelecer o equilíbrio ecológico dentro do meio artificial ao invés de padroniza-lo como uma medida de internacionalização.
O urbanismo sustentável traz ferramentas de planejamento para os grandes centros urbanos do século XXI. Diante ás necessidades que surgiram devido ao modelo de urbanização vigente, que tem como principal consequência o alto impacto ambiental e o desajuste dentro da realidade socioeconômica, o urbanismo que trabalha com a sustentabilidade procura estabelecer uma relação coesa entre os cidadãos, suas atividades, instituições e o meio ambiente.
Segundo a Carta de Aalborg, a “Carta da Sustentabilidade das Cidades Européias”, o urbanismo que trabalha a sustentabilidade ambiental procura manutenção do capital natural através de medidas que exigem que a taxa de consumo de recursos renováveis (como água e energia) não exceda a taxa de reposição dos mesmos. Enquanto a taxa de consumo dos recursos não-renováveis não exceda a capacidade local de produção de recursos renováveis sustentáveis que sejam alternativos para estes. E também que a taxa de emissão de poluentes não seja maior que a de absorção e transformação por parte do meio.
Uma medida enfática para a qualidade de projetos que tenham valor urbanístico sustentável é a realização de projetos que venham se tornar referencias dentro de um determinado contexto, usando assim, a arquitetura como promotora da qualidade de vida. Como é o caso dos projetos realizados pelo arquiteto brasileiro Gustavo Penna (EAU/UFMG, 1973), que através de suas heranças barroca e modernista mantém olhar atento às questões contemporâneas, principalmente voltadas para a sustentabilidade como sendo obrigatória.
Com essa linha de raciocínio, Penna criou o projeto de integração da Rede Bandeirantes de Rádio e TV em Morumbi, no sul de São Paulo. Trata-se de uma ampliação que adequa as recentes instalações ao antigo prédio, que está há mais de quarenta anos no local circundado pelo comércio, árvores, jardins, o ambiente frenético da televisão e é reconhecido pela interatividade por se organizar em uma grande área de convivência, se desenvolvendo horizontalmente através de terraços preenchidos com jardins e criando praças e ambientes que servem para convívio dos usuários do edifício e da população local.
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