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A Arte, Técnica e Tecnologia na Formação do Arquiteto e Urbanista

Por:   •  24/5/2018  •  Artigo  •  1.543 Palavras (7 Páginas)  •  392 Visualizações

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Arte, Técnica e Tecnologia na Formação do Arquiteto e Urbanista

Por Ana Caroline dos Santos Paiva

Partimos do período clássico para designar as ‘funções’ de arte, técnica e tecnologia na formação de um arquiteto e urbanista.

A arte, a técnica e a tecnologia eram o conjunto que ‘formava’ um Mestre de Obra. Estas conjuntavam as funções de arquiteto, pedreiro, carpinteiro, etc. Nessa época, a prática era o que mais valia para designar um Mestre de Obra. Não havia escolas ou centros de aprendizagem, o canteiro de obra era o local onde se punha em prática os conhecimentos ali mesmo adquiridos.

A arte da época pode ser encontrada nas diferentes construções do período. O que pode ser caracterizado também como a cultura da época. Já a técnica está presente na forma como foi concebida a estrutura e seus materiais. Por se tratar do período clássico, é por certos parâmetros inexistente, nessa época, a tecnologia, considerando que sua existência necessita da ciência, e de estudos.

No período da idade média, o mestre de obra ainda desempenhava o mesmo papel que no período clássico. Era responsável pelo pelos projetos e contava com a ajuda de em média 30 artesãos para desenvolver suas obras. A escola também ainda era o canteiro de construção, e nesse caso o conhecimento era passado de um para o outro, tal como as funções eram alternadas entre os artesãos. Assim, a arte e a técnica ainda compunham o mestre de obra e seus ajudantes.

No período do renascimento, surgiram as novas escolas de arte. Originárias dos ateliês dos pintores e escultores do renascimento, principalmente da Itália.

É no renascimento também, que ocorre a separação do arquiteto e do engenheiro das obras. Antes o mestre de obra era o termo que englobava as duas funções. Mas a partir do momento que surgem as escolas de arte, o arquiteto fica responsável pela estética, arte, e projeto, e automaticamente recebe um título e ganha uma posição elitizada na corte como arquiteto do príncipe. Essa condição, por sua vez, constitui o sonho dourado dos agenciadores da morada humana.

Nessa mudança o berço da arquitetura e automaticamente do arquiteto se desloca do canteiro de obra para o ateliê dos artistas plásticos.

A partir do momento que houve o rompimento entre a concepção e a realização da obra originárias de apenas um mestre de obra para o arquiteto e o mestre presente no canteiro de obra, houve graves consequências para arquitetura, onde: os desenhos se fizeram menos projeto e a arquitetura passa a ser mais pensada e avaliada como arte plástica.

Por em prática a arquitetura, vira tarefa do mestre / engenheiro da obra. Então é necessário que o arquiteto além de desenhar, saiba discursar sobre oque ele faz.

Assim ocorre o divórcio entre a arte e a técnica. Antes presentes apenas no mestre de obra, pelo fato de a teoria e prática começarem a ser distintas para cada profissional, acabam por se separar.

A escola de formação de novos arquitetos passa dos ateliês para as academias, protegidas pela realeza e perdendo a influência dos mestres de canteiros que desempenharam o papel de arquitetos até o momento. Assim os alunos tornaram se aprendizes de mestres que nem sempre dominavam o ofício.

Com a revolução industrial que ocorre dentre o final do século XIX e século XX, houve a necessidade de especializar técnicos em engenharia. Com isso justifica se a criação da escola politécnica que continha entre seus cursos a engenharia civil.

Mais especificamente, a escola politécnica foi aberta em 1794, oferecendo cursos especializados para engenheiros, funcionalidade técnica e estruturalistas. Cerca de um ano antes foi fechada a Academia de Arquitetura e só em 1806 foi aberta a Escola de Belas Artes ( Beaux - Arts ), onde encontrávamos arquitetura dos estilos especificados para arquitetos e decoradores.

A École des Beaux – Arts ( Escola de Belas Artes ) dava uma importância excessiva à arquitetura monumental e à arte neoclássica. Havia também a exclusão, em particular, da construção utilitária de grande porte, que vinha a ser dominada pelos engenheiros.

A escola politécnica, partindo da utilização dos artifícios da revolução com o início do uso tecnologia inovou nas construções com elementos pré-fabricados de segmentos metálicos e de lâminas de vidro para execução dos projetos. Assim, deu se início à ideia revolucionária de “fazer arquitetura com procedimentos de engenharia.” (ARGAN ).

Na formação do arquiteto e urbanista, é necessário que o mesmo seja capaz de “compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação à concepção e organização do espaço, ao urbanismo, à construção de edifícios, bem como à conservação e valorização do patrimônio construído, proteção do equilíbrio natural e à utilização racional dos recursos disponíveis.” (Zanoni, Vanda. ( 2016 ). Slide: Arquiteto e Urbanista: formação profissional e saberes ).

É pautada também, na formação do arquiteto e urbanista, a ética profissional, que por sua vez, exige que “no exercício da profissão, o arquiteto e urbanista deve pautar sua conduta pelos parâmetros definidos no Código de Ética e Disciplina do CAU/BR. O Código de Ética e Disciplina deverá regular também os deveres do arquiteto e urbanista para com a comunidade, a sua relação com os demais profissionais, o dever geral de urbanidade e, ainda, os respectivos procedimentos disciplinares, observando o disposto na Lei 12.378 de 31 de dezembro de 2010 - Atribuições de Arquitetos e Urbanistas Art. 2º:

As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:

I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica;

II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação;

III - estudo de viabilidade técnica e ambiental;

IV - assistência técnica, assessoria e consultoria;

V - direção de obras e de serviço técnico;

VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem;

VII - desempenho de cargo e função técnica;

VIII - treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;

IX - desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, padronização, mensuração e controle de qualidade;

X - elaboração de orçamento; XI - produção e divulgação técnica especializada; e

XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.” (Zanoni, Vanda. ( 2016 ). Slide: Arquiteto e Urbanista: formação profissional e saberes ).

É necessário pautar também sobre a formação do arquiteto e urbanista, os campos de atuação do mesmo. Sendo eles definidos “a partir das diretrizes curriculares nacionais que dispõem sobre a formação do profissional arquiteto e urbanista nas quais os núcleos de conhecimentos de fundamentação e de conhecimentos profissionais caracterizam a unidade de atuação profissional.

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