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A Cidade Para Pessoas

Por:   •  18/2/2020  •  Resenha  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  713 Visualizações

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Jan Gehl defende em seu livro o conceito de torna mais humana as cidades e vê a necessidade de criar áreas comuns de uso diversificado, em seu livro é mencionado que Jan Gehl, foi muitas vezes liderado por Jane Jacobs e pela sua vontade de mudança na forma como são construídas as cidades, ele expõe a ideia urbanística modernista que trouxe consigo o aumento do tráfego de automóveis e as construções individuais e como isso acabaria com o espaço urbano e a qualidade de vida dos pedestres. Ele comenta que para desenvolver cidades e regiões vivas, seguras, sustentáveis ​​e saudáveis era necessária uma política abrangente da cidade, e também que construir novas estradas, que parece ser uma solução para quem não entende do assunto, mais que na realidade se torna um convite para compra e utilizar mais carros.

 O autor também propõe e defende outra visão do uso da bicicleta como meio de transporte, em seu livro ele comenta que a cidade de Copenhague fez do ciclismo parte de seu dia a dia, ele também cita que além de Copenhague que reduziu bastante o uso do automóvel, Melbourne fez uma renovação urbana e trouxe também uma melhoria no transporte público, na vida dos pedestres e ciclistas, entre outras cidades como Manhattan, que também conseguiu combinar a qualidade do espaço com a vida social, Manhattan era uma cidade já planejada para pedestres desde o início, e Veneza, que tem toda a estrutura de uma cidade para pessoas.

Outro ponto importante que Gehl aponta é a conexão entre as ruas e os prédios altos. A partir do quinto andar, essa conexão com a rua e a cidade se perde porque os sentidos e o contato entre eles enfraquecem. E que para a cidade ter vida, ela precisa focar em pessoas e atividades em espaços de tamanho adequado e no mesmo nível. Gehl diz que, para ter bons locais públicos, um ambiente seguro e atraente e convidativo ele precisa de áreas que sejam dinâmicas. Outro ponto importante apontado por ele é do uso das bicicletas e tráfego a pé, e como afeta menos o meio ambiente e faz bem para saúde.

Ao longo do livro, Jan Gehl insiste em dimensões humanas e relacionados a isso estão o tamanho da implantação e o tamanho da cidade urbana subdivididos em pequeno, médio e grande porte. A escala maior trata da cidade em geral sem priorizar as pessoas que segundo ele aconteceu com Brasília nossa atual capital é um exemplo de cidade que não foi feita para pessoas e sim como um projeto de arquitetura inovador. Gehl se refere a Dubai como um exemplo da arquitetura rápida - com grandes torres que foram erguidas em pouco tempo -. Para Gehl, o que realmente importa é o respeito pelas pessoas, fazendo a vida na cidade viável o que requer um trabalho cuidadoso com as condições para as pessoas caminhar, andar de bicicleta e usar o espaço público urbano. Ele destaca que um objetivo para o futuro, seria um maior foco nas necessidades das pessoas que utilizam as cidades.

"As cidades devem pressionar os urbanistas e os arquitetos a reforçarem as áreas de pedestres com uma política urbana integrada para desenvolver cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis".

Gehl comenta que tentar criar novas estradas e áreas de estacionamento para aliviar o transito, gera mais trafego e congestionamento, e que trabalhar a escala humana significa criar bons espaços para os pedestres, levando em conta as limitações e possibilidades do corpo humano.

Em um dos seus capítulos ele cita que calçadas abarrotadas, com multidões se acotovelando para abrir caminho, nunca indicam boas condições para a vida da cidade. Conforme é mencionado em livro uma cidade para ser convidativa ela precisa ser projetada com máximo cuidado para sustentar os processos que reforçam a vida urbana. Uma condição básica é que a vida na cidade seja potencialmente um processo de auto reforço. Gehl ainda diz as pessoas vão aonde naturalmente elas são atraídas pelas atividades e presença de outras pessoas. Com cidades urbanas mal resolvidas as pessoas não se arriscam a sair porque nunca conquistam um espaço.

As fachadas das lojas, restaurantes, lugares públicos devem estar localizados onde as pessoas devem passar, deste modo a distância percorrida pelas pessoas parece ser mais curta, além de torna o trajeto mais agradável, une o útil ao agradável tudo a pé. A palavra chave mencionada por Gehl são rotas diretas, compactas e espaços de modestas dimensões. Uma cidade viva precisa de espaços públicos bons e convidativos e pessoas que queiram utilizar esses espaços.

Para Gehl outro problema que reduz a vida urbana são pessoas de apartamentos, escritórios que pouco se utiliza a cidade do que aquelas que trabalham nos primeiros cinco andares, na Dinamarca o conjunto de casas de 2 andares até mesmo de 2,5 tem mais vida de rua e socialização do que os edifícios mais altos, se conclui com isso que criar edifícios com altas densidades e espaços públicos ruins não é uma receita para cidades vivas, embora construtores e políticos, utilizam esses argumentos de criar vida na cidade através de construções de áreas densas e com edifícios altos.

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