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A Reutilização De Águas Pluviais Em Edificações De Baixo Custo

Por:   •  6/11/2023  •  Projeto de pesquisa  •  1.373 Palavras (6 Páginas)  •  46 Visualizações

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A REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM EDIFICAÇÕES DE BAIXO CUSTO1

THE RAINWATER REUSE IN LOW COST BUILDINGS

Fernanda Lütkemeyer2, Luiza Matraczek Kerber3, Milena Maria Ragasson4, Roberta Cristina Schroeder Etges5, Daiana Frank Bruxel Bohrer6

1 Pesquisa desenvolvida na disciplina de Projeto de Instalações Hidrossanitárias pertencente ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

2 Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo, fer.lutk@gmail.com

3 Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo, luiza.kerber@yahoo.com

4 Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo, milenaragasson@gmail.com

5 Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo, roberta.etgs@gmail.com

6 Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ, Mestre-UFSM, daiana.bruxel@unijui.edu.br

INTRODUÇÃO

A água, como recurso essencial para a vida, é responsável pela manutenção dos ecossistemas e pela qualidade de vida da sua população. Apesar do fato de que ela é interminável, nem sempre existe uma infraestrutura capaz de nos fornecer acesso a ela. Segundo dados fornecidos pela ONU, em 2019, mais de dois bilhões de pessoas não têm acesso a água potável . A tendência é que a escassez desse recurso se torne cada vez mais grave em nível mundial. De acordo com o relatório (UNESCO, 2021), espera-se que o consumo de água aumente em 25% até 2030, o que ameaça no futuro também a agricultura e a economia mundial.

Levando em consideração que medidas políticas de infraestrutura em maior escalas devem ser tomadas para reverter o quadro atual, a conscientização coletiva sobre a responsabilidade individual da população sobre a água que consome e o não desperdício da mesma é uma ferramenta essencial para uma mudança significativa nos seus recursos hídricos. Dito isso, o reaproveitamento de água pluvial torna-se uma alternativa sustentável e econômica, mas que, ao mesmo tempo, conflita com outro fator considerável: os custos da sua instalação e o poder econômico da população, que torna essa alternativa muitas vezes inviável, tomando o Brasil de espectro. Considerando essas variáveis, esse trabalho analisa as alternativas de reaproveitamento das águas da chuva aplicadas a edificações de baixo custo, em especial as residências, de modo eficiente e sustentável, levando em consideração a viabilidade econômica de seus usuários.

METODOLOGIA

        Esta pesquisa utilizou como fundamentação o levantamento de dados bibliográficos de estudos científicos, utilizando como principal fonte a revisão de artigos acadêmicos e livros referentes ao tema reaproveitamento de águas pluviais quando aplicadas em edificações de baixo custo. As alternativas condizentes de instalações com um custo mais acessível são apresentadas, analisadas e comparadas a fim de encontrar-se medidas adequadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a necessidade crescente de se encontrar meios de reutilização da água pluvial, o meio de pesquisa acadêmico torna-se um aliado para encontrar soluções econômicas. O método mais convencional consiste na instalação de uma cisterna, que pode ser de PVC (pré-moldada), concreto  ou ferrocimento (custo-benefício favorável mas requer mão de obra especializada). Seu campo de aplicação é vasto, podendo ser mais simples ou mais complexo. Esse sistema de reaproveitamento consiste, basicamente, de tubulação, em uma superfície de coleta (calha), peneira, tubulação, reservatório com sistema de drenagem para limpeza periódica, um bombeador (em casos específicos de distribuição em pontos internos, como a bacia sanitária) e extravasor.

Um método desenvolvido pelo professor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da USP Eduardo Simões, em 2017, combinou trabalhos de iniciação científica para criar uma solução de reaproveitamento na qual, através de um sistema coletor, a água pluvial vai para uma cisterna subterrânea com capacidade para cinco litros e então é bombeada para a caixa d’água e distribuída para pontos estratégicos como, nesse caso, a banheira, a descarga e as torneiras do jardim. Para a banheira, após o banho a água ainda é utilizada para irrigar o pátio. Esse sistema tem uma instalação de aproximadamente R$4.000,00 (quase R$4.500 hoje, levando em consideração a inflação do período), contando com a mão de obra e os processadores de inteligência artificial que controlam o sistema de irrigação, que não tem a necessidade de ser aplicado em propostas de projetos de baixo custo, enxugando esse valor. Isso se deve a um projeto bem elaborado e com instalação em pontos específicos de utilização de modo a diminuir o custo dos materiais. Esse exemplo, no entanto, não considera o valor de um projeto como esse, que costuma ser bem mais elevado, visto que foi desenvolvido pelos próprios profissionais da área. É um projeto que requer investimento, mas é rentável, apresenta economia de R$300,00 mensais e uma boa opção para a população que pode arcar com tal investimento.

Uma possibilidade mais em conta é a instalação de uma minicisterna, que não utiliza bomba e tem utilização exclusiva para finalidades externas, levando a água da chuva da calha à torneira do pátio, podendo ser utilizada para lavar uma laje, um automóvel e para irrigação. Seu custo se resume a tubulação, um filtro, um reservatório pequeno aparente e uma torneira. Essa estratégia é mais em conta e de fácil instalação, mas não proporciona uma economia futura tão significativa, mas ainda sim algo a se levar em consideração. Para quem pode investir um pouco mais, o mesmo sistema funciona para a cisterna de plástico slim ou rotomoldado, opções com um preço melhor em comparação às de alvenaria, concreto e de fibra de vidro. Esses dois tipos têm grande capacidade de armazenagem de água mas, em contraponto, são aparentes e bastante visíveis devido aos seus tamanhos.

Em casos de edifícios de multipavimentos, uma bacia de contenção também é uma opção apropriada, pois os esses reservatórios, geralmente executados em concreto ou alvenaria, contribuem para a drenagem de água urbana e são ideais para locais que requerem maior capacidade. A bacia tem escoamento contínuo e sua água é redirecionada entre câmaras até o reservatório ficar vazio, com uma vazão de saída de água equivalente a de entrada da bacia. Seu custo é mais elevado, no entanto isso se deve a edificação ser de um porte maior. Em residências, outras opções também existem, mas nem sempre são possíveis em casas de baixo custo. Entretanto, vale ressaltar que uma cisterna para reaproveitamento de água pluvial pode ser um lago ou uma piscina natural, caso um desses esteja disponível previamente ou esteja nos planos de execução por outro motivo, pois não é rentável construí-los somente para esse propósito.

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