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Análise da Biblioteca Universitário UFSC

Por:   •  1/9/2017  •  Ensaio  •  1.663 Palavras (7 Páginas)  •  259 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ARQ5612 – TEORIA E ESTÉTICA DO PROJETO

PROFESSOR: RODRIGO BASTOS

ACADÊMICA: ADRIANA DE LIMA SAMPAIO

ANÁLISE ESTÉTICA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

FLORIANÓPOLIS, 18 DE JUNHO DE 2015

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DA UFSC

BREVE HISTÓRICO

A biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina localiza-se em Florianópolis, capital do estado, no bairro Trindade.

O campus da Universidade Federal de Santa Catarina consolidou-se em 1968, onde localizava-se a antiga “Fazenda Assis Brasil", marcando o início da expansão de Florianópolis para o norte da ilha[1].

O projeto arquitetônico da Biblioteca Central data de 1972 e sua construção foi concluída em 1976[2]. Inicialmente, a biblioteca teria 13.400m² em uma concepção modular. Na primeira etapa, foi construído 41% (5540m²) da área total planejada[3].

 O projeto almejava possuir uma localização ampla; com a centralização e dinamização de todo serviço de atendimento ao leitor; implantação do serviço de aquisição planificada; organização dos fichários e servir como Centro Coordenador das atividades biblioteconômicas da UFSC. Em 1995, a edificação foi ampliada em 3.594m², resultando em uma área de 9.134m² 3, distribuída em apenas dois pavimentos.

ANÁLISE ARQUITETÔNICA

O ENTORNO

A palavra biblioteca vem do grego e significa depósito de livros. A função das bibliotecas abrange também a utilização desses espaços como local de estudo, desenvolvimento e compartilhamento de conhecimento. Uma biblioteca, por excelência, é um local silencioso, que favorece a concentração dos usuários.

As vias que circundam a Biblioteca Universitária da UFSC são anteriores à sua construção. Sua implantação no terreno é paralela à Rua Roberto Sampaio Gonzaga – que era o principal acesso à Universidade – e oblíqua à Rua Delfino Conti. Desde o projeto inicial, a biblioteca voltava-se para dentro da Universidade, dando as costas para a cidade, deixando clara sua forte relação com o interior do campus, que é por onde se dá o acesso principal da edificação. Os acessos secundários e de serviço, se dão pelas fachadas laterais e posterior e são utilizados apenas por funcionários, diferenciando e separando o fluxo de visitantes e trabalhadores. Entretanto, é possível acessar a parte administrativa do térreo pelo interior da biblioteca.

Na época em que foi construída, seu entorno era praticamente vazio e com poucas edificações vizinhas, bastante diferente do que encontramos atualmente, pois os bairros lindeiros tornaram-se bastante movimentados. Por isso, entorno da edificação tem fluxo de pedestres e trânsito intensos, e a biblioteca pode ser facilmente acessada, por transporte público, veículo particular, bicicleta e a pé.

Possivelmente, a forma da biblioteca não seria muito diferente se fosse construída atualmente. Provavelmente sua relação com o entorno repetiria a relação construída 40 anos atrás, a fim de interiorizar o conhecimento e manter o local mais silencioso, permitindo um melhor desempenho em seu uso elementar.

Um passeio de pedestres circunda a edificação, que encontra-se em meio a árvores e uma área verde que não chegam a conformar uma praça ou espaço de estar, pois não há nenhum tipo de mobiliário próprio para esse fim. Porém, essa camada verde é suficiente para dar a sensação de que a edificação não encontra-se afastada de um centro urbano.

O caminho que liga a reitoria até a biblioteca foi construído já no projeto inicial. É um caminho retilíneo, com árvores ladeando o passeio, criando uma espécie de túnel de natureza, onde o usuário – protegido do sol – experiencia um caminho em que consegue visualizar o entorno por entre os troncos e vê uma porção da biblioteca, como ponto de chegada ao final do caminho. Quando alcançado o destino, a paisagem abre-se, não possuindo mais cobertura alguma e revelando a fachada da edificação. Em um dos trajetos mais agradáveis do Campus da UFSC, é como se esse caminho fosse parte do ritual de entrada na biblioteca.

O VOLUME

Em sua primeira versão, o volume arquitetônico da biblioteca contava com uma rampa externa de acesso como elemento principal, fazendo uma analogia a um caminho para o conhecimento, em que o usuário sai do ambiente externo adentrando o prédio gradativamente, em um acesso alto e afastado dos acontecimentos cotidianos que aconteciam no nível do terreno. Com uma volume quadrangular e formas ortogonais, a cobertura era feita com a repetição de duas águas que resultava em “frontões” na fachada principal. As fachadas em vidro dão leveza ao volume e evidenciam que a vedação é independente da estrutura.

Após a reforma de 1995, a volumetria foi alterada e a maior modificação foi a remoção da rampa externa, com a inclusão de uma rampa interna. Além disso, houve acréscimo de área interna na frente e nos fundos da edificação, conformando um volume único. O estilo da intervenção não tem características muito diferentes da edificação original, o que não nos permite identificar o que é novo e o que já existia. A ideia foi aumentar a área e mudar a fachada, porém sem deixar claro que foi feita uma reforma.

A fachada externa já não revela mais sua cobertura em “águas”. Na volumetria existente hoje, há uma platibanda larga, que emoldura a parte superior das fachadas, cobrindo a simplicidade da cobertura anterior e dando maior imponência à edificação. Na instalação de condicionadores de ar, que foi introduzida em reforma posterior à construção, nota-se um improviso, pois os aparelhos escondem entre as estruturas do prédio.

Poderíamos classificar a obra na teoria aristotélica de beleza, onde algo belo tem ordem, harmonia e grandeza; características encontradas na edificação em questão, já que sua planta baixa e fachadas são bastante simétricas e proporcionais.

[pic 1]

Planta Baixa do Pavimento Térreo

O INTERIOR

Ao internar a edificação, tem-se um hall com pé direito não muito alto e em seguida a área de armários, onde o usuário faz a transição entre a área externa e interna. Subindo o primeiro lance da rampa –  que agora tem dois lances com um patamar – pode-se observar através da parede de vidro, o exterior com as árvores do “caminho de acesso” e o bicicletário. Do segundo lance da rampa, é possível observar à direita o hall de entrada, com suas exposições. Ao chegar ao fim desse trajeto, chegamos à outra espécie de hall, onde encontramos a parte ampliada da edificação, com seus auditório e salas de apoio.

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