Arquitetura Urbana
Por: Kamilla Teixeira • 30/5/2016 • Resenha • 627 Palavras (3 Páginas) • 365 Visualizações
O texto descreve um estudo sobre os efeitos da arquitetura urbana na dinâmica social com foco em tipologias unifamiliares, analisados em diferentes tipos de densidade,realizado em 24 áreas da cidade do Rio de Janeiro. Foram observados aspectos das edificações e a intensidade em que a morfologia arquitetônica impacta na vitalidade urbana.
O que não me surpreendeu foi um dos primeiros aspectos notados, que no Brasil os empresários demostram preferência em otimizar os espaços na construção visando retorno financeiro, e que claramente fragiliza a relação do edifício com o espaço público. Muros e edifícios sem atrativos no lugar dos tradicionais, tudo isso está relacionado com a diminuição de pedestres e consequentemente o aumento da insegurança ao se passar por essas áreas.
O que caracteriza a intensidade de apropriação do espaço está relacionado mais com as atividades oferecidas do que a estética. Acredito que um exemplo sejam as obras de revitalização da zona portuária no Rio, em que foram retiradas de suas casas mais de 500 famílias para criar a linha 4 do metrô num lugar que não foi o reivindicado pela sociedade, para deixar o lugar mais bonito e atraente. Ofertas de lazer e cultura em um lugar que já é visado por condomínios de alto luxo com seus muros e grades. Há também problemas no transporte devido à derrubada da perimetral. Enfim, a meu ver essas opções de lazer e serviços que serão oferecidos pode não atingir a todas as classes.
É exposta no texto a dificuldade em se estudar esses aspectos do efeito da arquitetura na vida das pessoas, do fato de que a análise estatística é tão humana quanto a qualitativa, e que a linguagem às vezes não corresponde à força das teias de relações em fenômenos complexos como cidades, onde eventos variados ocorrem de modo sincrônico e processual. O estudo se dá em diferentes áreas no campo social, esclarecendo que a intensidade da copresença no espaço urbano é essencial nas interações sociais e microeconômicas.
Em diferentes tecidos urbanos, observam-se três tipos de formas arquitetônicas chamados de: contínuo, isolado e híbrido. O tipo “contínuo” marca uma relação intensa de pedestres, o “isolado” tem efeitos opostos e o tipo “híbrido” tem efeitos intermediários. A rarefação e o afastamento entre os edifícios e a rua com poucas aberturas nas fachadas são fatores contribuintes para diminuição do movimento de pedestres. Ruas acessíveis não atraem pessoas por si só, e aí entra a tipologia arquitetônica fomentando positivamente ou não no espaço.
O estudo feito não necessariamente em todas as áreas ilustra os tipos arquitetônicos de interesse e uma análise estatisticamente significante. Para garantir sua representatividade, foi minimizado o efeito do sistema viário, o que pareceu ser uma tarefa difícil, para poder então comparar as influências arquitetônicas em áreas morfologicamente distintas.
A rápida expansão urbana no Rio de Janeiro é a razão pela qual foram encontrados casos de áreas com alta acessibilidade e baixa densidade o que geralmente não ocorrem em outros lugares.
Verificou-se que características arquitetônicas como números de janelas e portas, taxa de ocupação, índice de continuidade de fachada entre outros, tendem a ter correlações consistentes e expressivas com a presença ou ausência de pedestres e atividades microeconômicas. Constatou-se que em lugares com baixa densidade o movimento nos pavimentos superiores é baixo. Várias características arquitetônicas do tipo contínuo e lotes abertos mostram uma concentração maior de pedestres exceto quando se trata de muros ou grades. É interessante perceber como algo que as pessoas ingenuamente julgam seguro é justamente a causa da insegurança.
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