Artigo Sobre Casa de Madeira
Por: Debora Valencise • 28/8/2021 • Artigo • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 183 Visualizações
Centro Universitário Central Paulista
Arquitetura e Urbanismo 4º Ano
Artigo Científico
Débora Valencise
RA: 6100457
São Carlos/SP
Novembro/2015
USO DE MADEIRA ROLIÇA DE EUCALIPTO NA CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIAS: ESTUDO DE CASO DA RESIDÊNCIA DE ALINE TROMBIM NAME
RESUMO
Esse artigo tem como objetivo analisar o uso de madeira roliça de eucalipto na construção de residências, e tem como objeto de estudo uma residência situada na cidade de Torrinha/SP. Também abordará as possíveis patologias que possam acontecer.
Introdução
Do total da área ocupada por plantios florestais em 2010 no Brasil, 68,2% correspondia a plantios de Eucalyptus, 25,2% a plantios de Pinus e os demais 6,6% por outras espécies (ABRAF, 2011). O IBGE apontou que, em 2009, a produção de madeira das florestas plantadas somou 106.911.408 m³, dos quais 61% foram para papel e celulose e 39% para outras finalidades, entre elas a construção civil (Brasil & IBGE, 2009).
São várias as vantagens da estrutura de madeira roliça sobre outros materiais. Seu baixo peso, baixo consumo energético para processamento, baixa densidade que diminui a carga sobre as fundações e relativa facilidade de manuseio são algumas destas vantagens (Calil Junior & Brito, 2010). A estrutura em madeira roliça pode ser mais resistente do que a madeira serrada, considerando que as fibras da madeira se mantem inteiras, sem corte, garantindo desta forma a sua resistência original (Australian Hardwood Network, 2011). Além disso, as madeiras serradas, no processo de aplainamento para garantir sua planicidade, geram resíduos em torno de 60-70% da peça original (Calil Junior & Brito, 2010).
Material e métodos
Para este estudo, foram utilizadas as plantas e cortes do projeto arquitetônico, registros fotográficos do período da construção.
Resultados e discussões
- descrição do histórico do projeto e construção da casa,
A residência fica localizada no Sítio Três Marias, que é um Condomínio localizado em Torrinha/SP. Possui aproximadamente 54 mil metros quadrados. Fica numa estrada que liga Torrinha à Jaú.
[pic 1]
Implantação
A obra teve início em Maio de 2014 e foi concluída em Agosto de 2015. A casa foi elevada para que não ocorra infiltração e por segurança também, pela área ter cobras. Em conversa com a arquiteta responsável pelo projeto, a Elaine Cristina Pereira, foi comentado que os eucaliptos passaram por um forno para secar e depois foram tratados quimicamente para que pudessem ser usados e para evitar a deterioração. A estrutura de eucalipto tem coeficiente de retração e expansão semelhante ao do tijolo, e isso evita trincas graves, apesar dos materiais se comportarem de forma diferente, e os fechamentos feitos na casa foram com tijolos na maioria dos vãos e alguns mais difíceis foram com as sobras dos pilares e vigas da madeira. Nas frestas entre a telha e as vigas roliças foi usado silicone para o fechamento. Na última fiada foi utilizado um produto chamado expansor que foi misturado na massa, para que possa manter o vão completo, para que possa ficar tudo fechado. O vidro também foi arrematado com silicone, por conta da madeira roliça ser irregular.
[pic 2]Planta baixa – pavimento térreo. Cedida pela arquiteta responsável pela obra.[pic 3]
Planta baixa – mezanino. Cedida pela arquiteta responsável pela obra.
[pic 4]
Elevação. Cedida pela arquiteta responsável pela obra.
[pic 5]
Corte. Cedida pela arquiteta responsável pela obra.
[pic 6]
Detalhe da elevação da casa e a estrutura sendo construída.
[pic 7]
Nessa foto, há o encontro do telhado que está mais alto, onde fica o mezanino, com o telhado mais baixo que é o pé direito alto da sala. Há um fechamento com a própria madeira da obra. Esse pedaço que está aberto também foi fechado da mesma forma, com um pedaço do eucalipto que tinha sobrado. O pedreiro cortou e encaixou com pregos e emboçou por fora. Nos triângulos maiores foi colocado vidro.
[pic 8][pic 9][pic 10][pic 11]
Maquete física feita pela empresa JDO, que foi responsável pela construção da residência. Eles constroem a maquete para que os funcionários não errem a montagem na obra.
- possíveis patologias que possam acontecer;
Com o tempo e as condições climáticas, pode acontecer rachaduras, principalmente em volta das janelas e das portas, e entre o pilar e a vedação pode haver também um descolamento por conta da madeira demorar para secar.
[pic 12][pic 13]
Detalhes das interfaces.
- elaboração de recomendações sobre detalhes construtivos.
Segundo FOLZ e INO (2012), Tendo em vista estas hipóteses, alguns aspectos precisam ser considerados na construção de estrutura de madeira roliça com suas respectivas vedações:
a) Seleção das peças de eucalipto antes do tratamento em autoclave, utilizando o critério visual: fuste mais retilíneo; superfície mais uniforme; sem rachadura de topo. Separação das peças por peso, ou seja, mesmo sendo de uma mesma espécie, cada árvore possui características distintas que afetam principalmente nos seus comportamentos físicos (rachaduras de topo, estabilidade dimensional) e mecânicos (resistência à flexão).
b) Ainda nessa etapa, recomenda-se, também, verificar se estas peças passaram pelo estágio de secagem no pátio da usina, até alcançarem estado considerado seco, mesmo que seja superficial. Este tempo depende das condições do clima local.
c) Outra recomendação que deve ser considerada é a secagem pós-tratamento, normalmente nas usinas este tempo leva em torno de 15 dias.
d) Estocagem na obra das toras – deve receber o mesmo tratamento que é dada às madeiras serradas, ou seja, entabicar e separar por diâmetro e comprimento, de maneira que possa criar condições favoráveis para continuar o processo de secagem.
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