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BUILDING INFORMATION MODELING (BIM)

Por:   •  27/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.385 Palavras (18 Páginas)  •  317 Visualizações

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BUILDING INFORMATION MODELING (BIM)

        Muito tem-se falado sobre BIM atualmente, porém, por ser uma tecnologia ainda pouco conhecida da maioria dos profissionais, havendo muitos enganos e desinformações sobre seu real funcionamento. Foi em 1970 que na Geórgia, Estados Unidos, um professor chamado Charles Eastman começou a escrever sobre a necessidade de acrescentar informação aos projetos para elevá-los à condição de modelo virtual. Somente 20 anos mais tarde o conceito foi batizado de BIM e começou a ganhar força na Europa e Estados Unidos. A onda BIM chegou no Brasil por volta de 2006 e gerou grande frisson. Sem saber muito bem o motivo, todo profissional de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção) foi praticamente intimado a se adaptar ao BIM. A maioria não entendia por que isso tinha que acontecer tão de repente, sem saber que o assunto já estava sendo debatido há mais de 40 anos. O equívoco mais comum, segundo Krygiel e Nies (2008), é pensar em BIM como um software – ou programa computacional- quando o software na verdade é apenas uma parte do sistema.

Os mesmos autores definem BIM como informações sobre todo o edifício e um conjunto completo de documentos de projetos armazenados em um banco de dados integrado. Todas as informações são paramétricas e, assim, interligadas. O projeto é elaborado em três dimensões e, havendo quaisquer alterações a um objeto dentro do modelo, essas são refletidas instantaneamente em todo o resto do projeto em todos os pontos de vista. Em um mesmo arquivo é possível colocar informações para desenhos, tomadas de decisão, produção de documentos, previsões de desempenho de construção, estimativas de custos, planejamentos de construção.

Usando a tecnologia CAD, ou a prancheta, cada trabalho é elaborado separadamente, sem existir uma comunicação direta entre o trabalho previamente realizado, havendo uma enorme quantidade de esforços dobrados e retrabalhos. O mesmo não acontece usando programas BIM, onde todo o serviço já executado passa para a próxima fase. Faria (2007) destaca que qualquer alteração realizada no modelo tridimensional é automaticamente atualizada em todos os arquivos bidimensionais e vice-versa, dispensando revisões mais detalhadas. A vantagem é mais visível em projetos complexos, com centenas de plantas e cortes.

Existem alguns programas que ja usam o conceito BIM em suas plataformas por exemplo o Revit da empresa Autodesk, ArchiCad  da empresa Graphisoft , o Vectorworks dentre outros, e algumas empresas de materiais para construção civil ja disponibilizam suas bibliotecas de produtos na plataforma BIM como por exemplo a Tigre, a Deca. (Eastman et al. 2008)

Na figura 2, o exemplo da dinâmica das funcionalidades do BIM demonstra, inicialmente, que sua utilização não se dá na forma linear, sendo que todos têm acesso às modificações do projeto. Sendo assim, as informações são lançadas no projeto, ficando acessíveis a todos, que executam suas tarefas e colocam informações adicionais depois da execução da mesma gerando uma comunicação circular.

[pic 1]

                Figura 2: Dinâmica das funcionalidades do BIM (FARIA, 2007)

Para evitar o atraso no compartilhamento da informação, Krygiel e Nies (2008) acreditam ser necessária uma evolução na forma de projetar, eliminando desinformações e redundância na grande parte da informação reproduzida. Fazendo uso das vantagens inerentes de um método BIM, pode-se eliminar grande parte dos esforços redundantes, melhorar a comunicação, concentrando mais o tempo em melhorar o projeto e acelerar a construção. Uma abordagem mais abrangente sobre o assunto é feita nos próximos itens. Em outras palavras, segundo os mesmos autores, em um sistema BIM ideal encontra-se:

  1. Arquitetos e consultores trabalhando juntos em um modelo computacional único de edifício (podendo ser um modelo único ou composto por peças interligadas);
  2. Após este modelo atingir uma fase de refinamento, ele é transferido para o contratante e a equipe de construção que aprimora o projeto ainda mais com informações específicas para os seus negócios e especialização;
  3. A medida que o edifício físico é construído, o modelo BIM pode ser ajustado para refletir as mudanças que acontecem no campo;
  4. O modelo revisado pode ser compartilhado com o proprietário e o gestor de facilities (gestão de facilities está descrita no capítulo 4). Essa representação poderá conter as informações necessárias sobre as instalações do produto final auxiliando o proprietário na manutenção e gestão de facilities do edifício. Esse modelo pode também ser utilizado para modificações futuras ou expansões no edifício.

CARACTERÍSTICAS DA TECNOLOGIA BIM

        Na comparação de projetos baseados em BIM com projetos em CAD, Krygiel e Nies (2008) destacam três diferenças básicas:

  1. BIM usa simulação 3D, enquanto CAD representação 2D: o desenho de uma construção em 2D é apenas a representação da forma final, abstraída em plantas, cortes, elevações e perspectivas. O BIM permite uma simulação 3D do edifício e seus componentes. Essa simulação vai além de demonstrar como os diferentes conjuntos de construções podem ser combinados. É possível prever conflitos em projetos (figura 3), variáveis ambientais em diferentes desenhos construtivos assim como cálculos de quantidades de material e tempo;
  2. Precisão maior de BIM ao fazer estimativas: ao ser capaz de virtualmente construir o edifício antes da construção física começar, o BIM adiciona precisão ao levantamento de quantidades construídas, superando os processos menos tecnológicos de documentação. Materiais de construção e variáveis ambientais podem ser demonstrados em tempo real, sem a necessidade de coletar manualmente dados, diminuindo a precisão e tomando tempo;
  3. Maior eficiência, evitando redundâncias: a tecnologia BIM traz a possibilidade de desenhar os elementos construtivos uma única vez no projeto em vez de desenhar planos de desenho, em seguida, projetar elevações, seções.

[pic 2]

Figura 3: Simulação 3D e prevenção de coflitos em

BIM (FARIA, 2007).

As características assim citadas são relacionadas ao conceito de interoperabilidade entre profissionais, existente na tecnologia BIM. Porém, por ser um conceito ainda pouco comum entre profissionais da AEC, uma abordagem mais ampla sobre o assunto é proposta no próximo item.

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