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CALÇADAS - REVISÃO E ANÁLISE CRÍTICA DO USO DAS CALÇADAS NO BAIRRO HORTO - IPATINGA/MG

Por:   •  21/8/2017  •  Artigo  •  2.950 Palavras (12 Páginas)  •  373 Visualizações

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CALÇADAS - REVISÃO E ANÁLISE CRÍTICA DO USO DAS CALÇADAS NO BAIRRO HORTO - IPATINGA/MG

ROCHA, Alerson Paulo Oliveira

BUENOS AIRES, Andrea Meneses

COSTA, Thamara Santos

Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

e-mail: alersonrocha@gmail.com

Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

e-mail: andreamarquitetura@gmail.com

Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

e-mail: thamara_amaro@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho foi realizado a partir de análises críticas e metodológicas das calçadas do bairro Horto em Ipatinga, tendo como base o conceito do livro Morte e vida de grandes cidades, JACOBS, 2000. Com objetivo de abordar a ausência da utilização às calçadas do Bairro acima citado, a falta de interação social e do convívio infantil pelo qual se dá com a insegurança nas ruas, dessa forma tem se modificado o espaço urbano no decorrer dos anos. Utilizaram-se levantamentos físicos, fotográficos e avaliação de conhecimentos pessoais, de maneira a estruturar as diretrizes propostas.

 

Palavras-chave: calçadas, Horto, interação social, Ipatinga.

SUMMARY


This work was carried out based on critical and methodological analyzes of the sidewalks of the Horto neighborhood in Ipatinga, based on the concept of the book Morte e vida de grandes ciudades, JACOBS, 2000. In order to address the lack of use of sidewalks in the neighborhood above Cited, the lack of social interaction and childish conviviality through which insecurity occurs on the streets, so that the urban space has changed over the years. Physical, photographic surveys and evaluation of personal knowledge were used in order to structure the proposed guidelines.  

Key words: sidewalks, Horto, social interaction, Ipatinga.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho surge com o propósito de analisar os aspectos físico-espaciais das calçadas do Bairro Horto, como forma de sintetizar a interpretação e crítica feita por JACOBS, 2000, dos limites das calçadas norte americanas. De forma investigativa abordando seu uso e função material e imaterial dentro das cidades.

Historicamente, o Bairro Horto, foi projetado pelo Arquiteto Rafael Hardy Filho como sendo o primeiro bairro a ser construído para funcionários de cargos superiores da empresa Usiminas. A ocupação nos anos seguintes ocorreu de forma espontânea, tendo a "Rua U" como principal eixo de acesso e interligação industrial e municipal.

A antiga Rua U foi um dos primeiros elementos urbanísticos criado na cidade de Ipatinga composta pelos comércios pioneiros onde eram vendido eletrodomésticos e bicicletas, a Igreja Nossa Senhora da Esperança, hoje centro histórico tombado pelo município e a Praça em frente a Igreja onde existia o Cine São José.

A partir das citações de JACOBS, 2000, as funções das calçadas tornam-se nosso objeto de análise trazendo afirmações como: as calçadas não se restringem apenas a um espaço público no qual o direito de ir e vir é plenamente realizado, elas trazem com elas sobretudo as relações interpessoais.

Pretende-se por um lado entender que as calçadas podem suscitar a impressão de não ser apenas um limite entre a rua e as edificações, porém há algo que faz delas espaços quase infinitos, buscando também um trabalho de síntese, compreendendo a segurança, os contatos conquistados e a interação infantil como forma de melhor convívio dos habitantes. Considerando a hipótese de que as calçadas hoje não são mais utilizadas com a mesma ênfase que as citadas por JACOBS, 2000.

A partir de mapeamento in loco e análises físicas do Bairro Horto, foram feitas revisão bibliográfica do livro Morte e Vida das Grandes Cidades, JACOBS, 2000, com o objetivo de entender a perda do caminhar, a contemplação dos espaços, incentivar os encontros e, principalmente, trazer ao espaço em estudo à vitalidade perdida com o passar dos anos, e compreender o extravio de um espaço público ao qual os habitantes perderam o convívio ao longo dos anos.

2. CALÇADAS PARA JANE JACOBS

Para JACOBS, 2000, referente à segurança, há questões sumamente importantes a respeito de qualquer rua: "que oportunidades ela oferece para o crime?" Pois ele cita que "certas vias públicas não dão oportunidades alguma à violência urbana." É fato que quando há transeuntes é menos provável que ocorra crimes, uma rua movimentada teoricamente consegue garantir segurança o que é inacessível em uma rua deserta.

Podemos observar essa questão de segurança nas calçadas do Bairro Horto e indagar: por que suas ruas são movimentadas num período do dia, em alguns dias da semana e de repente se esvaziam? E isso é o que torna o bairro propicio à assaltos e demais crimes. Os comércios do Bairro Horto são em sua maioria comércios de horários diurnos, poucos funcionam em horas não comerciais, o que acaba ocasionando a "morte" do bairro no período noturno, trazendo assim, uma grande insegurança para os que necessitam transitar pelas ruas nestes horários e esta insegurança se estende até mesmo para os moradores, pois como cita JACOBS, "deve sempre existir olhos para a rua, os olhos daqueles que podemos chamar de proprietários naturais da rua" e isso quase não se encontra no Bairro Horto.

É também de suma importância que as janelas principais dos edifícios estejam voltadas para a rua, assegurando a possibilidade de que haja sempre olhos vigilantes e que nunca haja um lado morto deixando a rua cega. É necessário, segundo JACOBS, que hajam pessoas que "tomam conta da rua sem compromisso", são as pessoas que notam os desconhecidos, observam tudo o que acontece e se precisarem intervir, elas intervêm.

E, para propiciar que os olhos da rua possam ter um alcance maior, restringindo assim possibilidades mesmo que sucintas, de ocorrências de crimes, a necessidade de uma boa iluminação, pois para JACOBS "a boa iluminação amplia cada par de olhos – “faz com que os olhos valham mais, porque o seu alcance é maior." A iluminação forte proporciona um reconforto às pessoas que precisam andar nas calçadas, porém de nada vale as luzes se não houver olhos e por traz dos olhos uma consciência de preservação da civilidade. Sendo esse o caso do Bairro Horto, pois nas ruas principais a maioria das edificações são comerciais, o que faz com que a rua perca seus olhos em certas horas do dia e acaba por abrir um espaço de tempo para aqueles com más intenções.

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