CASA BANDEIRISTA BUTANTA
Por: TaianeVasc • 19/11/2016 • Trabalho acadêmico • 2.778 Palavras (12 Páginas) • 1.006 Visualizações
1. FICHA TÉCNICA DA CASA BANDEIRISTA BUTANTÃ
1.1 Identificação
Casa do Bandeirante
Fig.1 Casa do Butantã: Visita realizada em 17/09/2016..
TIPOLOGIA:
Habitação Rural Colonial (Casa Bandeirista)
LOCALIZAÇÃO:
Praça Monteiro Lobato, s/n – Bairro Butantã, São Paulo – SP
PROPRIETÁRIO:
Prefeitura Municipal de São Paulo
DATA DA CONSTRUÇÃO:
Primeiras décadas do Séc. XVIII (CONDEPHAAT), meados do Séc. XVIII (Luis Saia)
TOMBAMENTO:
• CONPRESP (1991)
Res. 05/91 – Tomb. Ex-officio
• CONDEPHAAT (1983)
Número do Processo: 22262/82
Resolução de Tombamento: Resolução 02 de 24/01/1983
Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 207, p. 56, 01/02/1983
1.2 Proteção legal existente
1.3. Utilização atual
A Casa Bandeirista do Butantã representa um dos exemplares típicos das habitações rurais paulistas do período colonial. Neste conjunto remanescente, identificado a partir da década de 30 em princípio por Mario de Andrade e depois restaurado por Luis Saia, esta casa representa um raro exemplar de edificação que acompanha as mudanças da cidade de São Paulo desde os primeiros séculos da colonização portuguesa, evidenciando em seu partido arquitetônico e em suas paredes a memória dos processos construtivos da arquitetura colonial paulista, em especial da taipa de pilão.
Acumulando ao longo dos anos intervenções diversas, a Casa do Bandeirante está incluída, em caráter permanente, nos roteiros turístico-históricos da cidade e como bem tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - CONDEPHAAT.
A visitação é aberta de Terça a Domingo, das 9h às 17h com entrada franca e serviço educativo no local.
1.4. Época
A história do Butantã, região onde a casa se encontra, remonta ao ano de 1566, quando foi concedida uma sesmaria a Jorge Moreira e Garcia Rodrigues, na paragem conhecida como Uvatantan. As terras onde se localizam a casa do Butantã foram confundidas até recentemente com a propriedade vizinha que pertenceu a Afonso Sardinha, a fazenda Ybiatá, onde estão atualmente instalados o Instituto Butantã e a Cidade Universitária. Em 1980 a historiadora Márua Roseny Pacce, então pesquisadora do DPH, através de pesquisa de documentos cartoriais, esclarece que se trata de duas propriedades distintas.
De planta quadrada, a casa do Butantã tem a frente voltada para oeste, onde originalmente passava o Rio Pinheiros. Dessa posição, dominava uma vasta extensão do rio, principal via de transporte e comunicação com Santo Amaro. Pouco adiante, o Pinheiros deságua no Tietê, então chamado Anhembi, pelo qual se navegava até São Miguel e Guarulhos. Através do Tamanduateí, afluente do Tietê, chegava-se ao Porto Geral, ao pé do outeiro onde ficava, e ainda fica, o Pátio do Colégio, centro histórico de São Paulo. Em 1864 o sítio aparece pela primeira vez com a denominação de “Rio abaixo dos Pinheiros” e pela primeira vez se faz referência a “casas”, quando são descritas benfeitorias existentes na propriedade tais como casas, moenda para cana e pastagens.
2. HISTÓRICO DO EDIFÍCIO
Fig.3 Casa do Butantã, antes de seu restauro. Autor desconhecido cerca de 1945 Foto do Arquivo de Júlio Katinsky
A Cia. City de São Paulo, comprou o imóvel em 1912 e doou à municipalidade, em 1944, a área que incluía a edificação conhecida então como a "Casa Velha do Butantã". Após a doação o imóvel permaneceu sem definição de uso até o início dos anos 50.
Em 1953, a Comissão do IV Centenário de São Paulo tornou-se responsável pela casa promovendo sua restauração, realizada pelo arquiteto Luis Saia e nela instalando a partir de 30 de outubro de 1955, um museu evocativo da época das bandeiras, com acervo próprio, a partir do recolhimento de móveis, utensílios e outros objetos históricos no interior de São Paulo, Minas Gerais e Vale do Paraíba.
“A Casa do Butantã, mais conhecida como Casa do Bandeirante, foi restaurada em 1954-1955, pela Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O projeto de restauração e a orientação técnica ficaram sob responsabilidade de Luís Saia, chefe do distrito o IPHAN em São Paulo. Benedito Pacheco, técnico contratado pela Comissão, ficou responsável pela direção da obra. Paulo Camilher Florençano, assistente de Guilherme de Almeida, presidente da Comissão, propôs instalar no imóvel um museu dedicado ao cotidiano rural do período bandeirista e dedicou-se para viabilizar a obra e depois mobiliar a casa e seu entorno com equipamentos domésticos dos séculos XVII e XVIII, tentando reproduzir um cenário de época. Inaugurada a casa, ele foi nomeado Conservador da Casa do Bandeirante, posto em que permaneceu pelo menos até Dezembro de 1963, ocasião em que Francisco Prestes Maia ocupava a cadeira de prefeito da cidade. ”
MAYUMI, Lia. TAIPA, CANELA PRETA E CONCRETO: ESTUDO SOBRE O RESTAURO DE CASAS BANDEIRISTAS. São Paulo, Romano Guerra Editora, 2008, p. 77.
3. TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO EDIFÍCIO
Em visita realizada em 17/09/2016, nos foi informado que a casa foi invadida em 1951 por várias famílias que ocuparam a casa até o início das obras de restauração. O madeiramento correspondente à área central da casa havia sido removido, restando um pátio central que era usado como galinheiro e a casa bandeirista foi dividida ilegalmente em três outras casas para abrigo dessas famílias. É possível observar na figura 3 e 4, a base de parede
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