CASAS DE TAIPA
Por: Jessica Iwase • 27/9/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 578 Palavras (3 Páginas) • 289 Visualizações
As construções paulistanas, ao longo de quatro séculos e meio, são divididas pelos historiadores em 3 fases, de acordo com a técnica construtiva empregada: taipa de pilão, alvenaria de tijolos e concreto armado. Essas técnicas marcam a arquitetura de cada época: colonial/taipa, eclética/tijolo, moderna/concreto. A residência unifamiliar, envolve mudança de hábitos e costumes sociais. De uma época em que a privacidade era protegida pela conformação espacial das casas, passamos a morar em volumes transparentes.
Casas de Taipa.
São Paulo foi fundada pelos Jesuítas em janeiro de 1554. O sitio foi escolhido estrategicamente, pelo encontro de dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú.
Não há registros conhecidos das primeiras construções. Segundo Nestor Goulart Reis Filho, eram cobertas por folhas de bananeira. Poucos anos depois era levantadas edificações com caráter definitivo em torno do templo de taipa de pilão dos jesuítas.
A taipa e pilão e a técnica construtiva que utiliza a terra umedecida, prensada nos limites de uma fôrma de madeira, chamada taipal. A distância entre as fôrmas e que definia a espessura da parede estrutural, geralmente bastante larga. Era necessário várias camadas sobrepostas de terra prensada para construção de uma parede.
Eram casas de apenas um pavimento. As casas possuíam quintais estreitos e compridos, com arvores frutíferas, animais e a casinha(banheiro).
Dessas construções iniciais, que predominaram na cidade até metade do século 19, nada sobrou.
Casas de Tijolo
Com o desenvolvimento da cultura cafeeira, o vilarejo pobre cedeu lugar à cidade rica. O comercio se solidificou, e a cidade rompeu limites do núcleo histórico. Essa riqueza, atrai imigrantes estrangeiros, que junto com os cafeicultores adotaram o tijolo como símbolo da modernidade.
Casas De Concreto
A partir da segunda metade da década de 1910 foram criados, para a elite local, novos empreendimentos, sobretudo os bairros-jardins desenhados pelos ingleses da Cia City. Pela primeira vez há na cidade a necessidade legal de recuos laterais e frontais para residências de alto padrão. Em 1930, o estilo da moda, já utilizando o concreto, era o art déco.
A industrialização gerada pela riqueza do café ganhava corpo na cidade. Crescia a demanda por casas urbanas: surgiu o apartamento moderno, em contraposição à casa isolada. A crise de 1929 causou uma paralisação no ritmo das construções.
Estrangeiros em São Paulo
Mas isso não impediu os primeiros ensaios de arquitetura moderna na cidade, fato que devemos a estrangeiros e brasileiros que estudaram na Europa.
Em 1943 foi criado o IAB/SP, aumentando a relação entre os profissionais locais e estrangeiros.
Inter-relações produtivas
Foi nesse contexto que aconteceram os primeiros ensaios que veio a ser chamado de escola paulista. Uma série de parcerias mutuas, entre os arquitetos estrangeiros e os nativos, ajudou a fomentar o partido local.
Brutalismo Caboclo
Em 1954, comemorou-se o quarto centenário da fundação de São Paulo. O clima de otimismo foi gerado pela industrialização e pelo crescimento da cidade, que naquele momento estava prestes a tornar-se a maior do pais. Por outro lado, pouco tempo depois, havia euforia no ar, sobretudo em torno da arquitetura, com a construção de Brasília e a consagração do trabalho de Oscar Niemeyer.
Momento Contemporâneo
Durante as décadas de 1980 e 1990, a cidade chegou a mais de 10 milhões de habitantes. Uma legião de pessoas trabalham na capital e moram quase cem quilômetros de distância. São Paulo expandiu-se e foram criados loteamentos fora dos limites da cidade. A região metropolitana adquire proporções incontroláveis: os mananciais são ameaçados com ocupação descontrolada; problemas de transporte, favelas, entre outros. O problema da habitação popular foram enfrentadas de várias formas: conjuntos habitacionais, mas ainda estamos longe de uma solução.
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