CICLOVIAS E CICLOFAIXAS COMO MEIO DE LIGAÇÃO ENTRE MODAIS NO TRECHO: ESTAÇÃO DA LUZ - UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Por: Marcos Contart • 11/5/2017 • Tese • 1.860 Palavras (8 Páginas) • 355 Visualizações
CICLOVIAS E CICLOFAIXAS COMO MEIO DE LIGAÇÃO ENTRE MODAIS NO TRECHO: ESTAÇÃO DA LUZ - UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (CAMPUS HIGIENÓPOLIS).
Cláudia Pereira Corrêa – A11
Daiane Farias da Silva – A12
Marcos Takano Contart – A11
Professora Orientadora: Dra. Érika Ciconelli de Figueiredo
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Nas grandes cidades em que se implementaram a bicicleta como meio de transporte é natural que as rotas adentrem as cidades por diferentes vias, e estas possuem uma denominação específica para cada tipo de pista destinada a bicicleta, que foram classificados pela Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana ,2007 no Caderno técnico de referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades.
O resultado crescente da urbanização nas cidades repercutiu diretamente na questão da mobilidade urbana devido ás políticas públicas adotadas, com a prioridade do transporte motorizado, rodoviário e individual (...) se organizaram mais em função dos interesses privados dos concessionários do que o das necessidades da sociedade. (FREITAS, 2012, p. 11-12).
Ciclovia: São as vias em que existe um espaço para o ciclista segregado do fluxo de carros. Existe uma barreira física entre a rua e a ciclovia, e esta pode ser através de uma mureta, meio fio, grade, estaca, blocos e outros. Recomendada para avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do tráfego rápido e intenso.
Ciclofaixa: São as vias em que não há separação física entre a os carros e as bicicletas. Estas são pintadas e podem conter sinalizadores visuais e sonoros do tipo “olhos de gato” e tachões do tipo “Tartaruga”. Indicada para vias onde o trânsito motorizado é menos veloz, tem uma implantação mais fácil e barata pois utiliza a estrutura viária existente.
Ciclorrota: São caminhos, sinalizados ou não, que representa as rotas recomendadas para o ciclista chegar onde deseja. Representa um trajeto não uma faixa da via ou um trecho segregado, embora parte ou toda a rota possa passar por ciclofaixas e ciclovias.
Ciclovia operacional: São as faixas exclusivas temporárias e operadas por agentes de trânsito durante eventos e épocas determinadas, isolada do tráfego dos demais veículos por elementos sinalizadores removíveis, como cones, cavaletes, fitas, etc.
As ciclofaixas de lazer, montadas aos domingos em diversas cidades, são ciclofaixas operacionais.
Espaços compartilhados: Por lei as vias que não apresentam ciclovia ou ciclofaixa o tráfego de bicicletas e carros deve ser compartilhado (art. 58). Os veículos maiores devem prezar a segurança dos menores (art. 29 § 2º) conforme o Código de Trânsito.
Segundo Silva (2014), as bicicletas, antes chamadas de velocípede, tiveram sua utilização essencial ao final do século XVIII como meio de transporte nas grandes cidades, não existia um perfil padrão nos ciclistas. Devido ao desenvolvimento tecnológico e a necessidade de se percorrer maiores distâncias as velocidades médias foram aumentando e assim as velocidades das vias também; o uso massivo da bicicleta ocorreu também em países como a China, onde (como nos outros países de planejamento central, ou socialistas) optou-se por não desenvolver a indústria automobilística.
Conforme Rogier van den Berg (2012), diretor do Departamento de Urbanismo da Academia de Arquitetura de Amsterdam, o solo da Holanda tem interferência do homem em 99% de sua área – é uma terra muito cara e difícil (caso semelhante ao que ocorre no Japão), e um dos grandes motivos e o fato do país estar abaixo do nível do mar. Quando teve início o processo de demolição de edificações, para a abertura de vias mais largas para os automóveis, isso ocasionaria o aumento das distâncias, com o processo de espraiamento urbano resultante.
Existem atualmente 10.000 vagas de bicicletas próximas a estação central de Amsterdam, ocupando uma área total de 2.800 m² ou menos de ¼ de campo de futebol. Para que todas essas pessoas possam estacionar seus carros seria necessária uma área de 370.000 m² ou quase 40 campos de futebol. (SILVA, 2014).
Segundo um dos responsáveis sobre o planejamento cicloviário alemão, Tilman Bracher, (2001), diretor do Deutsches Institut für Urbanistik (DIFU – Instituto Alemão para Planejamento Urbano, em tradução livre), a opção pelo planejamento cicloviário na Alemanha, atrelado ao planejamento do uso do solo se iniciou após a Segunda Guerra Mundial. Este modelo de planejamento é pautado na infraestrutura cicloviária holandesa, que é pensado de forma a garantir segurança de maneira universal. Com a crise do pós-guerra a Alemanha não tinha condições de estruturar um modelo de transporte coletivo, e precisava de um planejamento urbano condizente com o seu momento econômico.
As políticas cicloviárias de maior sucesso não foram elaboradas para cidades pensadas isoladamente. Esse é o ponto comum entre Alemanha, Holanda e Japão, pois os fatores socioeconômicos, embora aparentemente não fossem os mesmos, eram análogos. Foram sempre fatores de caráter nacional que levaram a uma mesma política de mobilidade. (SILVA, 2014).
Em muitos países, sobretudo na Europa, o planejamento de tráfego no século XXI mudou drasticamente se comparado com o vinte ou trinta anos atrás. A importância de promover o tráfego de bicicletas e pedestres foi, gradualmente, reconhecida, enquanto uma melhor compreensão da natureza e das causas dos acidentes de transito produziu uma variedade bem mais ampla de instrumento de planejamento. (GEHL,2010, p.93).
Com a industrialização e a globalização os países mais conscientes com suas políticas de controle de emissão de poluentes e qualidade do ar começaram a criar protocolos de iniciativas e regras com o intuito de conseguir o maior número de países a aderirem estes protocolos. Com estas medidas implementar bicicletas como meio de transporte ganharam ainda mais força, e ajuda vários países a reduzirem seus níveis de emissão de gases CO2, especialmente por conta de eventos internacionais como a ECO-92 que enfatizava a preocupação da utilização de bicicletas no meio urbano. (OLIVEIRA, [2000?]).
Segundo pesquisas realizadas pelo jornal Estadão (2015), na cidade de São Paulo, existem problemas (vide tabela 1) como a falta de respeito por parte dos motoristas, que são vistos como intrusos nas vias. Por outro lado nas calçadas as bicicletas apresentam ameaça aos pedestres, a implementação e divulgação das vias destinadas aos ciclistas, que ofereçam segurança e acessibilidade, torna-se um dos elementos de importância para que as cidades se tornem mais sustentáveis, humanas, seguras e agradáveis. Porém os ciclistas que utilizam as ciclovias e ciclofaixas na região enfrentam durante seu percurso pistas irregulares, falta de sinalização e iluminação adequada, asfalto irregular, água empoçada, ciclovias escorregadias e falta de manutenção.
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