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Casa Soure

Por:   •  6/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.827 Palavras (24 Páginas)  •  298 Visualizações

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Índice

Introdução ………………………………….…………………………………………………………………………

Parte I ……………………………………………………………………………………………………………………

Évora …………………….…………………………………………………………………………

Parte II……………………………………………………………………………………………………………………

Casas Pátio em Évora ……………………………………………………………………………………………

A Casa Soure …………………………………………………………………………………………………………

Estudo comparativo de Obras ………………………………………………………………………………

Conclusão …………………………………………………………………………………………………………….

Bibliografia …………………………………………………………………………………………………………..


Introdução

O presente trabalho desenvolve o estudo da Casa Soure, situada no distrito de Évora. Pretendemos perceber de que forma esta casa se organizou e adaptou ao quarteirão em que se situa.

De forma a um melhor entendimento da obra, optamos por dividir o trabalho em 2 partes: Casa Soure no tempo e no espaço, A casa. A ordem pela qual é organizado este trabalho corresponde, no essencial, á ordem pela qual realizamos a nossa investigação.

A primeira parte corresponde a uma contextualização da obra no tempo e no espaço, tentado também perceber o contexto e a evolução da cidade, visto esta obra estar associada a uma torre da muralha primitiva. Numa abordagem inicial achamos por bem fazer uma investigação sobre a organização espacial das casas pátio eborense. Já no contexto do trabalho iniciamos a leitura do quarteirão onde se insere a casa, com o objetivo de entender o seu contributo para aquele lugar, assim como o seu contexto na relação com o espaço público envolvente.

Na segunda parte, após visitas à obra e da realização de desenhos de levantamento, iniciamos um estudo mais aprofundado e mais direcionado à casa. Tendo presente a análise anteriormente realizada sobre a organização espacial das casas pátio eborenses, fazemos uma leitura da obra numa tentativa de perceber se as características que as constituem se verificam no caso de estudo. Tentamos abordar essencialmente os espaços que achamos serem vitais para o entendimento da obra, nomeadamente o pátio de entrada, o alpendre, o mirante, a varanda, o pátio e as escadas de acesso à torre. Como tentativa de uma melhor compreensão da casa recorremos a bibliografia da época assim como ao estudo comparativo de outras obras, sejam elas de contexto urbano - Casa do Cordovil, o Paço dos Zuzartes Silveiras e a Galeria das Damas - ou de contexto rural - Paço da Sempre-Noiva. Tendo presente a história da cidade de Évora, sobretudo as ocupações islâmicas, achamos por bem realizar um estudo a alguns exemplos destas casas. Estas análises comparativas ajudaram-nos, na medida em que nos permitem perceber se a resposta a temas semelhantes é dada da mesma forma, ou se pelo contrário, as respostas divergem.


Casa Soure no tempo e no espaço

A cidade de Évora, localizada na região do Alentejo fazia parte, no período romano (27 a.C.- 14 d.C.), da Província da Lusitânia. Neste período, Évora teve designações como Liberalitas Julia ou Ebora. Situada entre Lisboa (antiga Olisipo) e Mérida (Emérita), Évora ergueu-se de forma estratégica[1], no cimo de uma colina, lugar que corresponde atualmente ao centro histórico da cidade. Durante o século III, o império romano encontrava-se numa situação de instabilidade e como tal é erguida a primeira muralha de Évora[2] (fig. 1). A supremacia e importância socioecónomica desta cidade é bem visível já no século IV, em que a cidade era sede de bispado.  

Entre os séculos XIII e XIV foi erguida a Sé Catedral de Évora, uma das mais importantes catedrais medievais portuguesas, construída em estilo românico. Além desta construção, na zona do antigo fórum romano e alcácer muçulmano foram erguidos os antigos paços do concelho e palácios da nobreza local.

Com a fixação de novos aglomerados populacionais fora das muralhas torna-se necessário rever a organização defensiva da cidade, esta situação conduziu à construção de uma nova “cintura” de muralha[3] (fig. 2) no século XIV, durante o reinado de D. Dinis. Já nesta altura eram evidentes as principais praças criadas na malha urbana, nomeadamente a Praça do Giraldo, antiga Praça Grande; o Largo das Portas de Moura e o Rossio, estas, assim como o eixo de ligação entre elas e os conventos de S. Francisco e S. Domingos, funcionavam como polos secundários de desenvolvimento da expansão urbana.

 No fim do século XIII a Praça do Giraldo começa a individualizar-se como uma praça de maiores dimensões e aberta à circulação e concentrava, já nesta altura, as principais funções administrativas e económicas da cidade. O centro histórico da cidade era constituído por ruas estreitas, travessas, pátios e largos e era visivelmente demarcado pela nova cinta de muralhas.

A importância crescente de Évora fez com que a corte se fixasse temporariamente na cidade, o que contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento desta. Se nos séculos precedentes a cidade já tinha elevada importância, o século XVI corresponde ao culminar do período de riqueza e importância cultural. As estadias da corte na cidade originou a construção do Paço real, assim como a construção de diversos paços[4] e casas nobres (fig. 3).

O Largo das Portas de Moura[5] (fig. 4) foi o lugar predileto para a fixação destas casas, este largo tem um elevado interesse no âmbito do trabalho, visto ser o espaço onde se localiza a obra em estudo, assim como as torres da Porta de Moura.

A Porta de Moura[6] (fig. 5) corresponde à entrada sul do fortificado romano e situa-se no eixo apontado como “cardo máximo”. Constituída por duas torres com medidas de base 7/6 m por 4,5 m que distam entre si entre 4,5 m a 5 m, estas eram construídas de grandes elementos de alvenaria reforçados com aparelho de granito. O troço da muralha da cerca velha já não é nos dias de hoje visível, contudo conseguimos perceber que este intersectava as torres na extremidade norte destas, junto às escadas de acesso[7] (fig. 6). De acordo com Túlio Espanca, parte da Porta e do primitivo arco que unia os cunhais das duas torres encontra-se atualmente soterrados, pelo que no período romano esta porta seria muito mais alta do que é nos dias de hoje.  

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