Cidade e Memória- Os traumas Urbanos e o Apagamento da Memória (RESUMO)
Por: amanda borges • 12/10/2019 • Resenha • 1.979 Palavras (8 Páginas) • 464 Visualizações
Cidade e Memória- Os traumas urbanos e o apagamento da memória
A tematização das cidades é o resultado da perda da memória crítica: Na era contemporânea o aumentam os riscos e fragilidades, mesmo com elevação da renda durante os séc. XX e XXI, ocorre pela tendência geral de se construir cidades apagando a memória, visando debilitar redes sociais e comunitárias que podem se opor. Em outros processos contemporâneos de urbanização: a dissolução da memoria plural e complexa, mecanismo político para impor novas identidades, silenciosamente.
Apagamento sistemático da memória coletiva: O trauma não é explicito, não há conflitos sociais aparentes, ocorre lentamente e oculto, consequência do tardo-capitalismo neoliberal das grandes urbes de identidade simples para o controle interno e comunicação externa, turismo e marketing.
O fenômeno de transformação urbana: processo similar que independe de conflito de interesses econômicos, pautas definidas pelo município ou estatais, onde se resolve o que se mantém, transforma ou destrói, e em como executar. A questão do patrimônio se torna capital e sintomática. Um processo lento e dissimulado, por vezes, uma luta urbana de defesa do histórico.
Ditaduras Históricas: o processo de substituição das partes históricas por avenidas e monumentos, expulsam seus habitantes e arrasam a memória, foi drástico e traumático. Nesses casos a falta de liberdade e direito é tão direta e visível que permanece como objeto de escárnio através dos tempos, na democracia, ocorrem de maneira mais oculta, envoltas de glamour, modernidade e festa.
Cidade é um hipertexto: é preciso decifrar, feito de estratos, muitos ocultos e esquecidos, não só por guerras, mas em razão a processos de destruição planejada e sistemática do tecido histórico, para gerar novos produtos urbanos.
O conceito de memória: Com o pós moderno, passou-se de uma visão totalizada e monolitica (modelos da vontade de restaurar o dominio publico na cidade, projeto racional e social do iluminismo e empatia por totalidades perdidas) para, desde 1990, enfatizar a pluralidade, monorias, diferanaçs. Se na déc. de 60 tentou-se construir um conceito ideal de memoria coletica, em 90 foi se descontruindo em duas direções opostas: o sistema produtivo, reforça mecanismo de apagamento e substituição da memoria e no outro lado os movimentos sociais, que reivindicam a diversidade da memoria da cidade, defesa. Ambos processos antagonicos incremetaram a complexidade e a conflituosidade da construção urbana.
Paradoxos, ambiguidades e dificuldades do pós moderno: Os processos de elimanação da memória real por invenção temática, a facilidade da cultura pós moderna em criar tradiçoes festivas, que impõe arranha-céus/shoppings como símbolos da cidade. Produzem um processo psicologico distratio, sem que a coletividade esteja muito consciente disso, falsa memoria. Por exemplo, ocorre quando se produz a apropriação de um lugar, esvazea-se o conteudo simbolico e muda o significado, memoria manipulavel, processo de invenção de tradiçoes. Em todo caso, se as habilidades da tecnologia da comunicação aumentarem, com o intiuito de impor novas memórias, esta mesma promovem a capacidade social de resistencia, reivindicação e conhecimento dos testemunhos que se quer apagar.
Nova York: Exemplo do apagamento da memoria, o Battery Park, com uma posição privilegiada em Manhatam, destinado a construção de moradia popular no plano de 79, mais tarde decidiu-se criar um centro financeiro e moradias de luxo, para o aeroporto. O resultado: um centro comercial e de negocios- uma cenografia, memórias falsas, variedade de restaurantes. Concluido em 98, promoveu-se festas e comemorações, criando uma falsa trandição, tentando ocultar o que existia e o que era para ser. Promoveu-se o local, um bairro de luxo com filtros e barreiras invisiveis, repletos de cameras. Enfrenta cenograficamente duas premissas críticas do território disperso do suburbio: cidade densa, compacta e variada e a cidade sustentavel. Para isso é preciso mais que uma imagem simplificada: é preciso a incorporação real da diversidade social e atores economicos. Introduziram novos simbolos historicos falsos, como o memorial dos irlandeses imigrantes, que não tem relação alguma com a preexistencia patrimonial do entorno, provoca uma leitura confusa do significado. A Times Square, déc. de 80, lugar histórico ilegitmo, mistura teatros com um fenomeno improprio para a cidade da segurança, um espaço de consumo e lazer da familia. Em 93, chamou a Disney company para fazer sua reurbanização, a área se transformou em uma parte da cidade tematizada que recria uma falsa memoria, da déc. de 20 e 50, varrou a então existencia, esprime tecnologia publicitária contemporanea. Apresenta uma falsa diversidade de possibilidades, uma vez que tudo é controlado e programado pela Disney. A diversão é consumo, a diversao se dá em elementos de propaganda dos teloes, que mostram as cotações da bolsa, invadem fachadas. Nos centros dos espaços publicos: a policia e o alistamento de soldados. J. Ockman explica esse processo de passagem da cidade do pecado à cidade do signo, mecanismo urbano para “deixar a T. Square pronta para a Branca de News”, transformando-se em um imenso teatro ao ar livre, teloes e neons, grande cinema urbano.
Los Angeles: Modelo de cidade paraiso e moderna, praias e suf, clima, ladeira ingremes, paisagem, rodovias. Na déc. de 90, revelou-se um modelo distopico, segregação e enfrentamento social, maquinária do apagamento sistemático da memória anarquista, socialista e alternativa da cidade no começo do séc. XX. Conflitos sociais e étnicos eclodiram em rebeliões em 92. Em romances distopicos, apresentam a cidade de LA como lugar da violencia, desintegração e colapso civil (cenário mais privilegiado do apocalipse permanente e estouro de conflitos reais). As Rodovias e edificios emblemáticos de LA são uma resposta a essa realidade conflituosa, uma cidade cheia de pobreza oculta e diversidade étnica a ponto de explodir, rodovias atravessam os bairros ocultos a vista, dentro do carro (de maneira traumática). O filme “Um dia de furia” o protagonista atravessa os bairros a pé, evidenciando o quebra cabeça explosivo de áreas marginalizadas desconhecidas, onde o estranho é perigoso e corre risco em razão da inexistencia de códigos urbanos compartilhados.
Berlim: Potsdamer Platz, nessa praça os vestigios da memoria urbana foram apagadas com uma arquitetura generia, a cidade foi destruida na guerra e com o Muro de Berlim. Mesmo que grupo/pessoas não queiram recordar eventos traumáticos, se escondermos as feridas, voltaremos a cair no mesmo erro. A praça foi promovida por grandes empresas, a memória vergonhosa do Muro
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