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Conceituação e Contextualização do Tema: Centros culturais

Por:   •  9/10/2016  •  Monografia  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  1.190 Visualizações

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  1. Conceituação e contextualização do tema
  1. Centros Culturais

Há anos, a sociedade vem presenciando transformações significativas. Por incentivos do poder público, foram construídos centros culturais e históricos para promover a imagem da cidade, como se esta fosse uma mercadoria. Então, desde sempre a cultura é abordada como uma mercadoria de espetáculo, onde a cidade é o meio de divulgação. (NEVES, 2012)

Após o surgimento do interesse na cultura, criam-se centros culturais emblemáticos e monumentais, a fim de despertar o interesse da população local e de visitantes, por serem projetos de arquitetos renomados e por tornarem-se objetos marcantes na paisagem da cidade. (NEVES, 2012)

Não é à toa que a arquitetura se torna exuberante quando projeta obras ligadas à esfera cultura. O caráter monumental diz que a própria beleza é um discurso ligado à Cultura como posse. Um Centro Cultural feio seria uma contradição. Tudo isso leva a apontar para a supremacia do caráter formal dos prédios que proliferam com essa denominação sobre a sua própria razão de existir. (MILANESI, 2003)

        Segundo Neves (2012), atualmente os centros culturais são elementos de status, por serem caracterizados como objetos de desejo e civilidade. Por conta dessas características, a importância de um centro cultural está toda voltada para a sua forma e estética e quase nenhuma preocupação com a sua função. (NEVES, 2012)

        Além de sua forma e estética, os centros culturais também são definidos pelas atividades desenvolvidas nele, tanto internamente quanto externamente. Existem ambientes diversificados no interior desses centros como bibliotecas, sala de exibição de filmes, auditórios e teatros, setores de oficinas, etc, onde o visitante se sente acolhido de diversas maneiras, seja pela dinâmica do espaço quanto pelas atividades exercidas. (NEVES, 2012).

Os centros culturais são instituições criadas com o objetivo de se produzir, elaborar e disseminar práticas culturais e bens simbólicos, obtendo o status de local privilegiado para práticas informacionais que dão subsídios às ações culturais. São espaços para se fazer cultura viva, por meio de obra de arte, com informação, em um processo crítico, criativo, provocativo, grupal e dinâmico. (NEVES, 2012)

        A ideia da criação de centros culturais para promoção das cidades ocorre desde o século XX. Iniciou na Europa, quando a Inglaterra e a França decidiram incentivar e democratizar a cultura, dando a partida para vários outros países copiarem essa ideia. Com a construção do Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, inaugurado em 1975, a França tomou a primeira iniciativa. E desde então a implantação de centros culturais ao redor do mundo foi incentivado pelo entendimento da cultura e a sua importância na vida dos seres humanos. (RAMOS,2007).

“Estabelecimento público (que) favorece a criação de obras de arte e do espírito, contribui para o enriquecimento do patrimônio cultural da nação, da informação e da formação do público, da difusão da informação artística e da comunicação social”. (MILANESI, 1977)

Figura x – Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou

[pic 1]

Fonte: http://www.parisdigest.com/monument/centrepompidou.htm

        A criação dos centros culturais na França, ocasionando a construção do Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, ou “Beaubourg”, veio de uma proposta de lazer para os operários franceses. Por meio do lazer, que seria uma reivindicação da sociedade industrial, os operários e outros cidadãos usufruiriam dos bens e serviços culturais. Com a valorização do lazer até mesmo em indústrias, foram criadas novas relações trabalhistas e a preocupação de criar áreas de convivência. Desse modo, assistentes sociais passaram a atuar culturalmente dentro das empresas, gerando um movimento que acabou necessitando de políticas públicas para se estabelecer. E com esse movimento alcançando os centros dramáticos e as bibliotecas, foi criada a ideia de um centro cultural. (Silva, 1995)

        Após a disseminação de centros culturais pelo mundo que o Brasil começou a construir. Houve interesse por meio do Ministério da Educação com o Programa de Ação Cultural na década de 60, porém os primeiros centros foram implantados apenas na década de 80. Os primeiros centros culturais surgiram em São Paulo, sendo eles o Centro Cultural de Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo. Logo após o surgimento destes, começaram a surgir mais pelo país. (RAMOS,2007).

Figura x – Centro Cultural de Jabaquara

[pic 2]

Fonte: http://www.shieh.com.br/CENTRO-CULTURAL-JABAQUARA

Figura x – Centro Cultural São Paulo

[pic 3]

Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br/CCSP_O_que_e_o_Centro_Cultural_Sao_Paulo.html

Mesmo com a criação de inúmeros centros culturais ao redor do mundo, é preciso saber de onde realmente veio a sua origem. Segundo Milanesi (1997), estudos apontam que o centro cultural, melhor caracterizado como um complexo cultural, é a Biblioteca de Alexandria. Consequentemente, as edificações criadas na atualidade seriam apenas uma retomada desse modelo.

 “Provavelmente, discutia-se Cultura na Biblioteca de Alexandria. Sempre houve um espaço para armazenar as ideias, quer registradas em argila, papiro, pergaminho, papel ou CD-ROM. Da mesma forma, o homem nunca deixou de reservar áreas para trocar ideias. Por uma convergência de fácil explicação, área para armazenar documentos e para discutir, inclusive discuti-los, passou a ser a mesma. Por isso, a Biblioteca de Alexandria pode ser caracterizada como o mais nítido e antigo centro de Cultura”. (MILANESI, 1997)

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