Construção e Desconstrução do Conceito de Jardim Histórico
Por: Rafael Schultz • 4/9/2016 • Relatório de pesquisa • 369 Palavras (2 Páginas) • 263 Visualizações
Risco: Revista de pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (pp. 138 – 144)
Andrade, Inês El-Jaick. Construção e desconstrução do conceito de jardim histórico. São Paulo: USP, nº 8, 2008.
No passado a compreensão de Patrimônio Cultural se restringia apenas a monumentos edificados. Porém em meados do século XX, surgem debates a fim de incluir nesta categoria as áreas verdes. Justificando seu merecimento, através de sua importância histórica e artística na identificação de uma determinada sociedade, além de contribuir expressivamente na melhoria da qualidade de vida.
Considerando que muitos exemplares foram perdidos ou depredados por se encontrarem na malha urbana e que no fim da Segunda Guerra Mundial as cidades passavam por uma reconstrução, a arquitetura paisagística se difundiu, tornando-se de fato de grande importância.
A partir das necessidades encontradas, órgão de defesa, preservação e divulgação foram instituídos na Europa e a frente deles importantes profissionais paisagistas. Um deles René Pechère, sua geração foi responsável por formalizar a preservação dos jardins de interesse históricos, publicando posteriormente a Carta de Florença.
A Carta de Florença além de estabelecer normas e procedimentos, buscava introduzir o conceito Jardim Histórico. “A denominação jardim histórico aplica-se tanto aos jardins modestos quanto aos parques ordenados e paisagísticos” (Carta de Florença, Art. 6, 1981 apud CURY, 2000:254).
O termo histórico foi interpretado de diversas formas e profissionais. Contudo no caso dos jardins e parques, sua melhor definição é denominada: histórico-cultural.
Um dos grandes fatores problemáticos dos jardins de interesse histórico são as intervenções provenientes dos danos causados pela utilização do espaço e o tempo. Se por um lado é claramente visto que os danos devem ser amenizados, por outro, a concepção de “monumento vivo” não são facilmente compreendidas.
Sendo assim, devido à degradação natural da paisagem, que ocorre constantemente, a substituição da vegetação com aspectos parecidos devem ser compreendidos, sem aparentar novidade, conservando as origens do passado. Além do uso de matérias originários da vegetação local, como por exemplo, sementes e mudas. Contribuindo assim para o mínimo de impacto e perda cultural.
Portanto, podemos afirmar que um jardim histórico é aquele que foi produzido no passado, recente ou não, que contribui para o atual, ou seja, que trás uma memória cultural que conversa com a contemporaneidade, desempenhando ainda um papel social na aproximação de histórias.
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