Construção civil

1 INTRODUÇÃO        

Nas últimas décadas constatou-se que a questão ambiental possui a maior fragilidade dentre todos os outros litígios. Uma vez que, o planeta terra possui recursos naturais limitados, a sociedade tem uma forma esdrúxula de desperdiçar materiais como resíduos domésticos, industriais inclusive o de construção civil. No Brasil, o setor da construção civil é o maior responsável pela geração de resíduos da economia, com estimativa da ordem de 40% de toda carga nacional. Do ponto de vista da quantidade gerada por habitante, estima-se que o número alcançado seja 500 Kg/hab ao ano. Segundo Erick Caldas Xavier,Secretário de Meio Ambiente e Turismo de São Jorge do Patrocínio, Conselheiro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e Vice-presidente do Conselho Regional de Biologia do Paranáa interpretação equivocada do uso das matérias primas revela um dos paradigmas dentro da construção civil que deve ser revisto.

A preocupação com o meio ambiente tem levado a sociedade a uma busca de alternativas de um crescimento mais sustentável. Dentre desse cenário a reciclagem de resíduos surge como uma possibilidade promissora na diminuição dos impactos ambientais.

Dados de 2009, do Concrete Centre – entidade norte americana especializada em consultoria na área da construção civil – apontam que a produção mundial de concreto chegou a algo em torno de 24 bilhões de toneladas. Entre 9% e 21% da massa do produto convencional é composta de cimento, material cuja produção implica alto emissão de CO² na atmosfera. Assim como diz José Clodoaldo Silva Cassa:

Um óbvio limite é que os aterros controlados constituem desperdício, por tempo indefinido, de um recurso limitado, o solo além de concentrarem enormes quantidades de resíduos perigosos e sempre estarem sujeitos a acidentes de grave consequência. Para controlar os riscos de acidentes, a normalização desses aterros tem recebido aperfeiçoamento constante, os quais têm elevado o preço desses serviços a valores muitas vezes insuportáveis (CASSA, 2001, p.38)

        

Esses entulhos, que antes eram considerados sem utilidade, a partir de agora tem um destino certo, pois utiliza-los significa não só reduzir a emissão de CO² no meio ambiente, mas também o volume de depósito desses materiais na obra, obtendo com isso uma redução dos custos gerados pelo transporte e descarga desses materiais. Além disso, esses resíduos não poderiam sofrer descarte comum, pois são nocivos ao meio ambiente. Só podem ser dispostos em aterros industriais específicos, a um custo bastante elevado (aproximadamente de R$200,00 a tonelada).

Cerca de 60% dos materiais descartados são constituídos de produtos inertes, como argamassa, concreto e telha, possíveis de serem reciclados.

A reciclagem em centrais especializadas é feita com aparato técnico mais desenvolvido. Essas centrais contam com maquinários semelhantes aos de mineradoras, como esteiras rolantes, britadores, peneiras e classificadores de granulometria. O entulho é separado britado, lavado, peneirado e classificado. É também facilitada a segregação entre resíduos cimentícios e cerâmicos, sendo garantida a homogeneidade do material.  

Para a utilização em argamassas e concretos de baixa resistência mecânica recomenda-se não deixar os componentes reciclados expostos a água. A chuva ácida pode reduzir em mais de 50% a vida útil de um concreto reciclado em relação a um concreto convencional, provocando a lixiviação de substâncias e íons que alteram a qualidade das águas e dos solos. Segundo Marcio Estefanato de Oliveira:

Os concretos obtidos com agregados reciclados devem ser protegidos com revestimentos ou impermeabilização da superfície contra a ação de agentes agressivos como água potável em movimento, chuva ácida e água servida. (Oliveira, 2003)

A reutilização dos materiais reciclados pode ser feitos na pavimentação urbana fabricação de blocos, fabricação de lajes pré-moldadas e outras aplicações.

Vários autores seguiram e estão seguindo uma linha de pesquisa embusca dodesenvolvimento e aprimoramento de novas técnicas de utilização destes materiais, que podem ser inseridos na sociedade como um novo produto e quecultiva um grande valor social. Pouco se têm estudado sobre aspectos de durabilidade desses concretos.

Mas acredita-se que a porcentagem de durabilidade desse produto é de 39,5% superior, em média, à estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Além das vantagens econômicas e ecológicas o reaproveitamento garante benefícios técnicos: pode substituir até 25% dos agregados convencionais por reciclados sem alterar as propriedades mecânicas.

2 OBJETIVOS

        

2.1 Objetivo Geral:

Desenvolver um método, que possa subsidiar na construção de edifícios, utilizando o concreto reciclado, colocando em pauta a durabilidade, resistência e a economia.

2.2 Objetivos Específicos:

Reduzir a ocorrência de entulhos nos canteiros de obra fazendo com que esse material não seja somente visto como um objeto de custo para empresa, mas também um fator que possa contribuir com a diminuição destes custos.

Demonstrar a potencialidade da utilização do concreto reciclado, como material estrutural.

Avaliar a substituição do agregado pelo reciclado

Averiguara resistência do concreto reciclado em comparação com ao concreto convencional.

Verificar a validade da NBR 60118 (ABNT, 2004) para o dimensionamento de peças estruturais fabricadas com concreto reciclado.

Analisar os efeitos causados ao meio ambiente em questão a emissão de CO² na atmosfera em relação ao concreto convencional.

Observar a diminuição dos gastos em relação ao transporte e descarte do concreto convencional.

3 JUSTIFICATIVA

        

É evidente que em pleno XXI, na época da globalização, a construção civil não poderia ficar de fora na corrida contra a poluição.

Sendo assim este trabalho é de suma importância em meio a conscientização social, e também é instrumento de destaque para uma nova forma de pensar da maioria dos construtores e também da população, pois quando se fala em resíduos e entulhos de obra, logo se relaciona a algo que não serve mais, que não tem valor, que irá prejudicar a resistência do concreto e que só está ocupando espaço e causa incômodo.