DESCONSTRUTIVISMO: O CAOS ORDENADO NA ARQUITETURA DO SÉCULO XXI
Por: Letícia Tarifa Braga • 24/3/2019 • Artigo • 3.249 Palavras (13 Páginas) • 298 Visualizações
DESCONSTRUTIVISMO: O CAOS ORDENADO NA ARQUITETURA DO SÉCULO XXI
Beatriz Nezi¹, Leticia Tarifa¹, Maize Alves¹, Korina Costa².
1 – Discente do quinto semestre na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, disciplina Arquitetura Contemporânea, Presidente Prudente, SP.E-mail: bia.nezi@hotmail.com
2 – Arquiteta e Urbanista, Mestre e Docente na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, disciplina Arquitetura Contemporânea, Presidente Prudente, SP. E-mail: korina.arq@gmail.com
RESUMO
O presente artigo, constitui uma pesquisa qualitativa, do tipo revisão bibliográfica do Museu real de Ontário do arquiteto polonês, naturalizado americano, Daniel Libeskind. Tendo como objetivo expor suas características projetuais mais representativas, fazendo relação com o contexto da época e do movimento arquitetônico a qual pertencia quando foi construído e após sua revitalização mais recente, além de trabalhar as condicionantes do lugar ao qual ele foi inserido utilizando como referencial arquitetônico os estudos da forma, função e estrutura. Os projetos aqui em discussão são de grande importância para os estudos em Arquitetura e Urbanismo, a compreensão e aprofundamento das pesquisas sobre esses projetos desenvolvidos pelo arquiteto polonês conhecido por suas obras caracterizadas por desenhos e formas não lineares, uso ângulos majestosos, geometrias que se encaixam entre si, plantas em ziguezague e formas labirínticas. Daniel Libeskind é um dos principais nomes da arquitetura desconstrutivista.
Palavras-Chave: Arquitetura Desconstrutivista, Museu Real de Ontário.
1. INTRODUÇÃO
Baseado em parte na teoria do filósofo pós-estruturalista Jacques Derrida, o movimento, emergido do pós-modernismo no final dos anos 80, é caracterizado pela fragmentação, um interesse em manipular a superfície ou a pele de uma estrutura construída e formas não-retilíneas que parecem distorcer e deslocar elementos da arquitetura. Ele justapõe deliberadamente elementos que parecem se contradizer para desafiar ideias tradicionais de harmonia e continuidade - até mesmo a estabilidade, desafiando quase todos os estilos tradicionais de projeto de construção.
O desconstrutivismo não é, de fato, um novo estilo de arquitetura, não segue “regras” ou adquire estética específica, nem é uma rebelião contra um dilema social. Foi uma mistura do construtivismo e modernismo russo, com um pouco de influência do pós-modernismo, do expressionismo e do cubismo. A terminologia “desconstrutivista” se traduz no ato de demolir, ou rasgar uma estrutura existente, implicando um ato de rebelião. Segundo o pensamento derradiano, o descontrutivismo é “A mistura, o caos organizado, criação de novos padrões, como na matemática da complexidade, os actores estranhos, quando uma ordem qualitativa supera a aparente deseorganização.” (Dorfman, 2009, p. 168)
A ideia de desconstrutivismo na arquitetura chamou a atenção do mundo quando um grupo de arquitetos de vanguarda - Frank Gehry, Daniel Libeskind, Rem Koolhaas, Peter Eisenman, Zaha Hadid, Coop Himmelb (l) au e Bernard Tschumi - apresentado em uma exposição chamada Arquitetura Desconstrutivista no Museu de Arte Moderna de Nova York. Desde então, seu legado permeou o campo da arquitetura contemporânea e é visível hoje em todo o mundo nos espetaculares edifícios projetados por Zaha Hadid, Frank Gehry e OMA, para citar apenas alguns.[pic 1]
2. BIOGRAFIA DO ARQUITETO DANIEL LIBESKIND
[pic 2]
http://the-talks.com/interview/daniel-libeskind/
Daniel Libeskind nasceu no ano de 1946 no dia 12 de maio, na Polônia, após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo filho de sobreviventes do Holocausto, sua família foi alvo do Partido Comunista, que nesta época, acabavam perseguindo quem fossem judeu e pessoas que eram contra as ideologias do partido. Seu primeiro foco inicialmente ainda na fase da adolescência, trilhando sua carreira em Israel e completando sua formação em Nova Iorque, sendo estudante na área de música, se destacando em seus estudos musicais se tornou conhecido como um grande pianista e especialista. Posteriormente com 19 anos, Libeskind abandonou suas ambições musicais, dedicando-se a um tipo diferente de expressão criativa: a arquitetura. Assim, se formou nessa especialidade em Nova York, deixando para segundo plano sua ligação com a música. Durante seus anos de faculdade, Daniel Libeskind conheceu uma pessoa que faria parte de muitos pontos importantes de sua vida: que mais tarde se tornaria sua parceira de negócios, executando quase todos os aspectos de sua empresa à medida que crescia em tamanho e importância ao longo dos anos, sua colega de trabalho e futura esposa, Nina Lewis.
Depois de ensinar arquitetura em várias faculdades e trabalhar com alguns arquitetos, Libeskind começou sua própria prática, o Studio Daniel Libeskind, em 1989. Com um trabalho caracterizado por uma linguagem com geometrias e ângulos que se interligam de maneira limpa e surpreendente, sua carreira decolou quando ele começou a ganhar competições arquitetônicas e foi contratado para projetar o Museu Judaico de Berlim na Alemanha, também conhecido como “Entre Linhas’’ por conta do formato do prédio entre linhas retas e curvadas. Depois desse projeto, Libeskind tornou-se incrivelmente procurado e, de 1989 até os dias atuais, projetando mais de trinta prédios. Em 2003, o Studio Libeskind ganhou outra competição histórica - para criar um plano mestre para a reconstrução do World Trade Center em Lower Manhattan, outra grande obra do arquiteto. A chamada One World Trade Center foi a primeira torre feita no local, o que representa exatamente o estilo desconstrutivista de Libeskind. Além de obras arquitetônicas, Libeskind ganhou muita fama por sua colaboração com inúmeras empresas internacionais para design de produtos, móveis, equipamentos industriais e interiores de edifícios. Outro campo da competência de Libeskind é definir o design. Ele projetou sets para vários teatros e óperas. Para algumas óperas peculiares, ele até optou por desenhar os figurinos também. Libeskind também gosta muito de escrever e escreveu um livro chamado Fishing from the Pavement (Pesca do Pavimento) e continua escrevendo uma prosa em versos livres.
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