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Dimensionamento humano e design do objeto

Por:   •  5/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  12.578 Palavras (51 Páginas)  •  675 Visualizações

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DIMENSIONAMENTO HUMANO PARA ESPAÇOS INTERIORES

E

DESIGN DO OBJETO

 DIMENSIONAMENTO HUMANO PARA ESPAÇOS INTERIORES

O livro Dimensionamento Humano para Espaços Interiores de Julius Panero e Martin Zelnik tem como objetivo concentrar - se nos aspectos antropométricos da ergonomia e aplicar os relativos dados ao projeto de espaços interiores, sob a forma de padrões referenciais de projeto, antropometricamente direcionado para garantir que as pessoas sejam atendidas de forma adequada pelos vários componentes dos ambientes internos em que vivem, moram, trabalham, etc., apropriados ás variadas necessidades do indivíduo, proporcionando – lhe assim, melhor conforto, segurança e uma vivência eficiente e alegre daquele ambiente.

Como consequência, o livro é dividido em três seções principais. A Parte A procura familiarizar o arquiteto e o designer com elementos da antropometria em termos de teoria, limitações e sua aplicação. São também discutidos problemas antropométricos especiais de deficientes físicos, idosos, além de uma abordagem sobre assentos, A Parte B consiste exclusivamente em dados antropométricos sob a forma de tabelas e ilustrações afins. A Parte C apresenta uma série de padrões referenciais de projeto, sob a forma de plantas e cortes de interiores típicos, mostrando a relação adequada entre usuário e espaço.

A – DIMENSÃO HUMANA

ANTROPOMETRIA

  1. TEORIA ANTROPOMÉTRICA

A ciência que trata especificamente das medidas do corpo humano para determinar diferenças em indivíduos e grupos é denominada antropometria. Um trabalho pioneiro neste campo data de 1870, quando o matemático belga Quetlet publicou seu livro Anthropometrie. A ele credita-se não só a fundação e formalização desta ciência, mas também a criação do próprio termo “antropometria”.

Com o tempo reuniu-se uma grande quantidade de dados antropométricos. Foi somente a partir de 1940 que a necessidade de dados, sobretudo na indústria de aviação, começou a desenvolver-se e aumentar. Naturalmente, a ll Guerra Mundial trouxe grande impulso a tais pesquisas, e mesmo hoje em dia, é no setor industrial-militar que nasce grande parte dessa pesquisa.

Se a antropometria fosse vista como exercício de simples medições e nada mais, os dados dimensionais poderiam ser reunidos de maneira simples e sem esforços. No entanto, nada seria mais errôneo. Há muitas dificuldades e complicadores envolvidos. Um desses fatores é que a dimensão corporal varia com a idade, sexo, raça e mesmo com o grupo ocupacional. Portanto e em geral, os estudos devem incluir descrições das técnicas usadas com os respectivos diagramas, para uma clara definição dos pontos a partir dos quais foram feitas as medições.

Deveria ser evidente que os mesmos fatores que contribuem para a complexidade dessa disciplina também necessitam de uma abordagem muito cuidadosa na aplicação dos dados gerados. É essencial, portanto, que o profissional tenha algum conhecimento sobre a antropometria, seu vocabulário básico, a natureza dos dados disponíveis, as formas em que são apresentados e as restrições envolvidas em sua aplicação.

Geralmente, a coleta dos dados antropométricos é uma atividade cara, demorada e relativamente árdua, exigindo observadores habilitados, sobretudo se o objetivo for a obtenção de uma amostra nacional verdadeiramente representativa. Portanto, a maior parte das pesquisas nessa área é relativa ao setor militar, e não aos civis da população mundial. No entanto relativamente poucos estudos civis antropométricos foram realizados.

TIPOS DE DADOS

São de dois tipos básicos as dimensões corporais com importância no projeto de espaços interiores: estruturais e funcionais. As dimensões estruturais incluem medidas da cabeça, tronco e membros em posições padronizadas. As dimensões funcionais incluem medidas tomadas em posições de trabalho ou durante um movimento associado à determinada tarefa.

As medidas essências para o arquiteto e designer de interiores são: altura, peso, altura quando sentado, comprimento nádegas-joelho e nádegas-sulco poplíteo, largura entre os cotovelos e entre os quadris em posição sentada; altura do sulco poplíteo, dos joelhos e espaço livre para as coxas.

Geralmente, os dados antropométricos utilizados pelo designer podem ser representados graficamente, como na conhecida figura Dreyfuss, ou em forma de tabela.

Uma vez que as dimensões corporais dos indivíduos variam em grande escala dentro de qualquer grupo populacional, não é prático projetar para todo o grupo. Portanto, a distribuição estatística das dimensões corporais é de extrema importância para o designer/arquiteto no sentido de estabelecer padrões e na tomada de decisões durante o processo de projetar. No entanto, tais dados, e a natureza da distribuição, podem ser comunicados mais efetivamente através de “diagrama de colunas” ou “histogramas de freqüência”.

PERCENTIS

Percentis “indicam a percentagem de pessoas dentro da população que tem uma dimensão corporal de um certo tamanho (ou menor)”.

A maior parte dos dados antropométricos é frequentemente expressa em percentis. Para fins de estudo, a população é dividida em 100 categorias percentuais da maior parte para a menor em relação a algum tipo especifico de medida corporal. O primeiro percentil de estatura ou altura, por exemplo, indica que 99% da população estudada teriam alturas maiores. Da mesma forma o percentil 95 indicaria que somente 5% da população estudada teriam alturas maiores e que 95% dessa população teriam a mesma altura ou menores.

Na realidade, os seres humanos não são uniformemente distribuídos em todas as dimensões corporais, uma pessoa com uma estatura no percentil 50 pode muito bem ter um percentil 55 no alcance lateral de braço.

  1. DADOS ANTROPOMÉTRICOS APLICAÇÃO

Devido ás muitas variáveis existentes, é essencial que os dados selecionados sejam adequados ao usuário do espaço ou mobiliário a ser projetado. Portanto, é fundamental uma definição correta da população usuária em termos de idade, sexo, ocupação e etnia. Se o usuário é uma pessoa, ou um pequeno grupo, em algumas situações o arquiteto terá que conseguir obter os próprios dados antropométricos principais e determinadas medidas corporais.

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