FICHAMENTO -> INTRODUÇÃO AO DESENHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Por: gnomo5000 • 25/3/2020 • Trabalho acadêmico • 2.113 Palavras (9 Páginas) • 635 Visualizações
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROAC
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: PROJETO URBANO E AMBIENTAL I
PERÍODO: 2020.1 TURMA: P5 – A
ALUNA: MANOELA TAVARES
FICHAMENTO
INTRODUÇÃO AO DESNHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO – CAPÍTULO 5
DEL RIO, Vicente. Introdução ao Desenho Urbano no Processo de Planejamento. 1ª ed. São Paulo: Pini, 1990. (p. 67 – 106).
- O Desenho Urbano não é uma disciplina, mas define um campo disciplinar para onde vão métodos de análise e atuação de várias disciplinas.
- Nenhum desses métodos é completo e suficiente por si próprio, todos vêm para complementar as metodologias já conhecidas.
- Diversas metodologias levam a diferentes dimensões de análise da cidade e a compreensões diferenciadas
- Muitos afirmam que a fragilidade do Desenho Urbano esta em não possuir corpo teórico específico
- Mas, essa fragilidade é questionada devido às riquezas de dimensões analíticas e em sua complementaridade, que resulta uma melhor compreensão da complexidade do fato urbano.
- Nunca teremos uma teoria suficientemente holística para nos permitir uma compreensão completa do urbano
- Para o Desenho Urbano, necessitamos do conhecimento de diversas teorias.
- Utilizando-nos de cada uma conforme a especificidade do problema e podendo fazer o uso de diversas teorias visando sua complementaridade
- Na tentativa de compreensão do fato urbano, os radicalismos teóricos são extremamente prejudiciais.
- LYNCH (1962) – aborda o planejamento do sítio e a perfeita implantação do projeto em seu contexto urbano e natural
- PRINZ (1980) – apresenta todos os detalhes projetuais das diferentes fases do projeto urbano.
- BENTLEY (1985) – o ambiente urbano deve ser “responsivo” as necessidades da população
- A maioria dos trabalhos publicados nessa área partem de um corpo teórico-conceitual para definir os consequentes procedimentos metodológicos de sua aplicação
- Mas, também há trabalhos que buscam uma compreensão mais abrangente do urbano.
- Buscando complementar o seu embasamento em diversas disciplinas
- APPLEYARD (1979) – observa que podemos gerar novos ambientes de qualidade “buscando inspiração no passado, nas necessidades e valores particulares de pessoas comuns”.
- Buscar atuar sob a ótica do usuário, como ele vê, sente, compreende, utiliza e se apropria da cidade, da sua forma, dos seus elementos e de suas atividades sociais.
- Essa postura é coerente com a definição para Desenho Urbano
- O sentido do lugar é gerado por suas atividades ou usos, atributos físicos, concepções e imagens.
- Três esferas de vivência
- O arquiteto ainda possui uma compreensão incompleta e inadequada sobre as inter-relações entre o ambiente construído e o comportamento humano
- Morfologia Urbana
- Período Morfológico – fase da história social e cultural que gera formas materiais distintas (WHITEHAND, 1981).
- Morfologia Urbana – estudo analítico da produção e modificação da forma urbana no tempo (SAMUELS, 1986).
- Estuda o tecido urbano e seus elementos construídos formadores através de sua evolução, transformações, inter-relações e dos processos sociais que os geraram.
- Objetivo do Estudo Tipológico – reduzir a algumas categorias analíticas a variedade das formas existentes, a partir da definição de critérios para sua identificação e classificação (MERLIN, 1988).
- A Morfologia Urbana surgiu a partir de um questionamento das atitudes modernistas em relação às cidades históricas e as relações sociais que as regem
- A recuperação da dimensão arquitetônica das cidades deve passar pela valorização dos monumentos, entendidos como elementos urbanos mais visíveis e constantes no tempo (ROSSI, 1966).
- Essa valorização se expressaria na estruturação da organização física do tecido e na combinação dos elementos tipológicos
- Arquitetura como fenômeno urbano
- O interesse pelo passado no Desenho Urbano trouxe a redescoberta de antigos trabalhos teóricos e projetos urbanos
- NOLLI utilizou-se da técnica de projeção vertical desenhada como figura-fundo
- Ajudou na identificação de relações entre domínios publico, semi-público dos grandes edifícios e privado, assim como outras relações morfológicas importantes como distancias e acessibilidade, ou relação entre cheios e vazios.
- Expõe claramente diversas das relações entre os elementos conformadores do tecido urbano
- CERDA apontou a necessidade de uma nova ciência, o “urbanismo”, para enfrentar uma “nova cidade”, a industrial.
- Defendeu a importância da analise da evolução histórica da cidade, dos sistemas de circulação e da sistematização de elementos tipológicos básicos, como ruas, praças e quarteirões.
- SITTE
- Precedentes históricos
- Respeito pelo passado
- Principio artístico
- Evolução da forma urbana
- Critica ao modernismo
- KRIER – projetos autoritários e impessoais
- DE ARCE – mostra a importância de estudar os processos de transmutações de edificações históricas, sua incorporação à estrutura da cidade e sua apropriação pela população ao longo dos séculos.
- Recuperação de cidades e espaços modernistas
- MOUDON – as transformações sofridas pelas ruas, quarteirões, lotes e casas sempre definiam um alto grau de coerência entre si até o aparecimento dos projetos de renovação urbana e os edifícios de apartamentos, que romperam com a ordem espacial e arquitetônica predominantes.
- Contextualismo (pós-modernismo) – destaca que a beleza pode ser medida na razão do quanto os componentes combinam-se com uma estrutura espacial maior e que “para se alcançar um design integrador e contextualista não se deve iniciar do nada, mas reunir as componentes conhecidas em novas combinações de forma a expressar uma condição especifica”.
- Componentes combinados
- Essa arquitetura inspira-se no entorno e seu contexto cultural, incorporando-o em suas soluções plásticas e espaciais.
- As transformações aditivas garantem um senso de continuidade na construção da cidade e um senso de lugar em termos espaciais e históricos
- Processo sedimentário contínuo
- Investigação do contexto presente e passado
- As cidades de colonização seguiam intenções de projeto não tão simples como se supunha, com uma “imagem inicial” e uma estrutura com claras definições ideológicas e conceituais, ás vezes perseguindo modelos europeus do inicio do século.
- Cidades brasileiras colonizadas – modelos europeus
- Tipologias arquitetônicas vernaculares e regionais
- Soluções de acordo com o local
- Raízes e relações urbanas
- Cidade democrática – cidade em que seus habitantes compartilham seus elementos a nível de identidade e de imagens coletivas
- A cidade pode ser compreendida com três níveis organizativos básicos em torno dos quais se estruturam todos os significados e acontecem todas as apropriações sociais
- O coletivo; o comunitário e o individual.
- Nível coletivo – maior permanência no tempo
- Nível comunitário – logica com significados especiais apenas para um restrito círculo de população. Ex.: bairro
- Nível individual – se expressam os significados individuais (ex.: residência), consequentemente, é a que apresenta uma maior rapidez de mutações.
- Elementos para pesquisa da Morfologia Urbana
- Crescimento – os modos, as intensidades e direções;
- Traçado e Parcelamento – ordenadores do espaço, estrutura fundiária, relações, distancias, circulação e acessibilidade;
- Tipologias dos Elementos Urbanos – inventário e categorização de tipologias edilícias
- Articulações – relações entre elementos, domínios do publico e privado.
- Elementos formadores da Morfologia Urbana, como as praças, espaço coletivo, por excelência expressão máxima da dimensão cívica e publica das cidades, onde o monumental se encontra com o cotidiano (ANYMONINO [1988] e ROSETI [1985])
- A importância da categoria de analise de ’Morfologia Urbana’ esta em compreender a lógica da formação, evolução e transformação dos elementos urbanos, e de suas inter-relações, a fim de possibilitar-nos a identificação de formas mais apropriadas, cultural e socialmente, para a intervenção na cidade existente e o desenho de novas áreas.
- Análise Visual
- As “escolas do bom desenho” buscavam enfatizar a percepção visual do ambiente enquanto experiência estética e emocional
- Uma edificação isolada é uma obra de arquitetura, mas um grupo delas já conforma outra arte diferente de arquitetura, uma arte de relacionamento (CULLEN 1961).
- O objetivo é a exploração do drama e dos efeitos emocionais sentidos a partir de nossa experiência visual
- CULLEN apresenta três maneiras pelas quais o meio ambiente pode gerar respostas emocionais
- Ótica – considera as reações a partir de nossas experiências meramente visuais e estéticas dos percursos
- Visão serial – maneira como percebemos visualmente um ambiente na realidade, pois considera nossos deslocamentos.
- Lugar – sentido tipológico e tem haver com a nossa posição em relação a um conjunto de elementos que conformam nosso ambiente mais imediato
- Conteúdo – conjuntos de significados percebidos durante nossas experiências dos espaços através de elementos tais como cor, escala, textura, estilo, caráter e unidade.
- A composição e o relacionamento de insumos visuais numa grande variedade de mensagens provocam uma riqueza de significados e sugestões de comportamento que empolga o usuário
- Teoria da “Gestalt” – a forma só tem sentido a partir da identificação de grupos/elementos com fatores de coesão identificáveis, o que nos permitiria a percepção selecionada (BAILLY 1979).
- A forma seria a criação do inteligível sobre o perceptível
- Lei da Continuidade – organizar perceptualmente uma figura
- TRIEB (1986) observa que a analise da imagem urbana configura a base mais importante ao desenvolvimento do conceito de desenho urbano para uma cidade
- Seus estudos mostram que nesta imagem três conceitos são básicos
- A ideia futura da estrutura da arquitetura urbana, os elementos dessa arquitetura urbana e os princípios do desenho.
- Os elementos de arquitetura mais importantes seriam os padrões determinados pela paisagem viária, à silhueta da massa edificada, e a tipologia edilícia.
- A “Analise Virtual” busca, através de uma compreensão das mensagens, dos relacionamentos percebidos entre elementos componentes de um conjunto e das emoções que nos transmitem.
- Depende basicamente da capacidade de observação e interpretação do pesquisador, consequentemente permeada por seus próprios sistemas de valores.
- Percepção do Meio Ambiente
- Percepção = Processo seletivo
- Homem < > Meio Ambiente
- A percepção como instrumento mediador importante entre o homem e o meio ambiente urbano e a reformular-se o enfoque ate então em prática
- As qualidades e as necessidades não são mais consideradas absolutamente consensuais, mas variáveis entre grupos, culturas e épocas (KOHLSDORF 1985).
- A percepção é, acima de tudo, um processo seletivo, pois nós só percebemos aquilo que nossos objetivos mentais nos preparam para perceber.
- Um processo visual primordialmente visual
- Compreensão das unidades selecionadas para compor a experiência visual
- Objetivo – identificar imagens publicas e da memoria coletiva
- Linha Piaget – analise da percepção do ponto de vista de cada um
- Analise mental que os habitantes tinham da sua cidade
- “Nada é experimentado por si próprio, mas sempre em relação a seu entorno, as sequencias de eventos que levam a isto, a memoria de experiências passadas” (LYNCH 1960).
- Três qualidades urbanas
- Legibilidade – facilidade com que as partes podem ser reconhecidas e organizadas em um padrão coerente
- Identidade, Estrutura e Significado – uma imagem ambiental pode ser vista contendo três componentes: identidade, estrutura e significado.
- Identificação -> personalidade
- Imageabilidade – aquela qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma forte imagem em qualquer observador
- Objetivava identificar as imagens coletivas das cidades e as de suas partes e elementos mais significantes
- Elementos urbanos que se destacavam
- Percursos (paths) – os canais ao longo dos quais o observador se movimenta
- Limites (edges) – demarcam o limite de uma área ou de uma zona conhecida para o observador
- Setores (districts) – possuem limites precisos e são interligados por percursos
- Nós (nodes) – locais estratégicos da cidade onde o observador pode entrar e que possuem forte função como “foci”
- Locais de concentração de atividade
- Marcos (landmarks) - é geralmente um objeto físico
- Os estudos de percepção possibilita-nos desenvolver uma “compreensão sistemática e cientifica da visão de dentro para fora
- A importância é que a população busca perceber lugares familiares em seu ambiente construído que estejam carregados de memorias significativas e que possam gerar-lhes estabilidade psíquica e social
- Comportamento ambiental
- Duas fontes de pensamento
- O ambiente não determina que tomemos ações e sim, nossa mente.
- Comportamento dos usuários e a estrutura espacial geram distorções e equívocos
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