SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO INTRODUÇÃO AO DESENHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO – PARTE 2
Por: Rodrigo Souza • 9/6/2015 • Projeto de pesquisa • 3.002 Palavras (13 Páginas) • 925 Visualizações
Universidade Paulista – UNIP
PUP/CHIP
SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO INTRODUÇÃO AO DESENHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO – PARTE 2
Março/2015
Universidade Paulista – UNIP
PUP/CHIP
SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO INTRODUÇÃO AO DESENHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO – PARTE 2
Leila Norisada – C377EE-0
Leonardo G. Molon – T33109-9
Natalia Batista – C30917-6
Raphaela Teixeira – C3100A-7
Rodrigo Souza – T25871-5
Thabata Rocha – C08078-0
Março/2015
INTRODUÇÃO AO DESENHO URBANO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Capítulo 4: Processo de Planejamento e Desenho Urbano
O Desenho Urbano é o detalhamento de um projeto maior de intervenção, tais quais os projetos complementares ao projeto de arquitetura. Tal detalhamento, numa primeira análise, nos aproxima da preocupação embelezadora já anteriormente praticada pelo Urbanismo em suas origens mais remotas.
É importante notar que o Desenho Urbano hoje, é fruto da técnica, da ergonometria, da tecnologia, da utilização por veículos e do complexo uso intenso em um espaço urbano, revelando uma preocupação muito mais com a função que com a forma. O Planejamento é capaz de se preocupar com o contexto regional de uma cidade ou dos diferentes grupos componentes de sua sociedade e o Desenho Urbano preocupado com o detalhe da intervenção.
O processo de Desenho Urbano, preocupado com a qualidade físico-ambiental do meio ambiente, admite o potencial da contribuição do estudo da percepção ambiental para a intervenção urbanística como fundamental, por tratar de interferir na cidade, na sua reconstrução mental e em suas imagens, atributos e qualidades percebidas pela população. A importância da abordagem perceptiva no Desenho Urbano está justamente na tentativa de se retomar estas especialidades. Dessa maneira, a arquitetura passa a buscar um resgate das qualidades visuais anteriormente existentes, as quais poderiam despertar enfoques cognitivos no tocante a organização do espaço urbano.
CAPITULO 05: Uma Proposta Metodológica
O Desenho Urbano não é uma disciplina mas define um campo disciplinar, para onde convergem, portanto, métodos de análise e atuação de varias disciplinas. As diversas posições conceituais nos levam a identificar diferentes facetas das problemáticas analisadas que, por sua vez, solicitarão do “designer” diferentes posturas quanto ao desenvolvimento de intervenção. Muitos afirmam estar aí a fragilidade do Desenho Urbano e a prova de que, por não possuir corpo teórico específico, ele não existiria como uma disciplina independente.
Como em qualquer campo do conhecimento, teorias levam a analises e conclusões especificas que, geralmente, só nos mostram certos ângulos da realidade.
Para o Desenho Urbano necessitamos do conhecimento de diversas delas utilizando-nos de cada uma conforme a especialidade do problema, e podendo fazer uso de diversas visando sua complementaridade.
Manuais de Desenho Urbano ou projeto são em sua maioria, receitas metodológicas. Um dos mais antigos e conhecidos, chegando a levantar inúmeras considerações conceituais, é o LYNCH (1962), que aborda o planejamento do sítio e a perfeita implantação do projeto em seu contexto urbano natural.
Outros manuais são famosos, como o de CAMINOS & GOETHERT (1978), especificamente destinado a projetos de lotes urbanizados em países de Terceiro Mundo, originado de um relatório elaborado pelos autores para o Banco Mundial. Seguindo esta mesma linha, DAVIDSON & PAYNE (1983), baseado na experiência de uma firma consultora inglesa em projetos residências de baixa renda no Egito.
Finalmente, PRINZ (1980) e BAZANT (1983), que apresentam todos os detalhes projetuais das diferentes fases do projeto urbano, verdadeiras receitas.
Um interessante trabalho recentemente publicado como manual didático foi o de BANTLEY (1985). Para os autores, o ambiente urbano deve ser “responsivo” às necessidades da população, o que se reflete em sete conceitos-metade de projeto para o meio ambiente, como a “permeabilidade” (capacidade de forma físico-espacial permitir a integração e acessibilidade), “apropriedade visual” (incorporar de apropriar-se/incorpar repertórios simbólicos existentes) e “robustez” (capacidade de responder bem a diferentes usos).
Voltando à nossa temática principal, a maioria dos trabalhos publicados em nossa área, muitas vezes partem de uma visão necessariamente limitadora da problemática. Muitos trabalhos em nossa área nos trazem basicamente preocupações e rebatimentos metodológicos oriundos da Arquitetura, como o clássico de SPREIREGEN (1965) que discutia o Desenho Urbano como a “arquitetura das cidades” uma possibilidade para o “embelezamento” dos espaços e conjuntos urbanos tomando por base apenas o “bom gosto”.
Por outro lado, há trabalhos que buscam uma compreensão mais abrangente do urbano, buscando complementar seu embasamento em diversas disciplinas.
Diversos autores se detêm indiferentemente em várias disciplinas como a psicologia, sociologia, a antropologia e a geografia, para embasar as suas constatações, seus conceitos e suas proposições metodológicas.
Na Arquitetura, os trabalhos de NORBERG-SCHULZ (1965, 1971, 1979) que desenvolvem conceitos fenomenológicos importantíssimos como “espaço existencial!” e “genius loci” (termo latino, espirito do lugar) uma qualidade holística que expressa a identidade, o caráter e a qualidade de um lugar. Muito disto vai depender em aprendermos como escutar as pessoas não profissionais, compreender o que querem, como eles veem, e realmente colaborar com eles.
Por estas razões, o leitor pode compreender porque venho tentando adotar para o Desenho Urbano um enfoque metodológico que não se concentre em nenhuma teoria especifica, mas que saiba buscar em varias delas a complementaridade necessária para a compreensão dos fenômenos urbanos, dimensões de análise e atuação sob a ótica do usuário.
David CANTER (1977) sugere que o “sentido do lugar” aquela qualidade indescritível mas que ao mesmo tempo diz tudo sobre a qualidade físico-ambiental dos espaços urbanos, é gerado na sobreposição de três esferas de nossa consciência: atividades ou uso, atributos físicos propriamente ditos e as concepções e imagens.
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