Fundação Oswaldo Cruz
Por: arqlaissantana1 • 21/3/2019 • Projeto de pesquisa • 1.136 Palavras (5 Páginas) • 239 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
Escola de Artes, Comunicação e Hospitalidade – Curso: Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: 9996–ARQUITETURA BRASILEIRA–Período: 4º Ano letivo: 2º semestre/2018–Professora: Alessandra Devitte. Acadêmicos: Laís Santana e Larissa Thomazi.
Pavilhão Mourisco- Prédio central da Fundação Oswaldo Cruz.
[pic 1]
Fonte: Fundação Fiocruz.
Em seus primeiros anos, o Instituto Soroterápico Federal funcionou em pequenos laboratórios adaptados na antiga Fazenda de Manguinhos, situada no atual bairro de Manguinhos no município do Rio de Janeiro. Nomeado diretor em fins de 1902, Oswaldo Cruz tinha desde então uma ideia ambiciosa: transformar o Soroterápico num autêntico centro de investigações em microbiologia à semelhança do Instituto Pasteur de Paris. Obviamente que, para um projeto de tal largura, as primitivas instalações não eram as mais adequadas. Era preciso, portanto, prover o Instituto de um conjunto de edificações à altura de um moderno laboratório de pesquisas científicas. Para tocar esse projeto, Oswaldo convidou o engenheiro e arquiteto português Luiz Moraes Júnior. O conjunto eclético é composto pelas antigas instalações da Fazenda Manguinhos e pelas edificações que foram erguidas entre 1904 e 1919, formando o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM). O Pavilhão Mourisco, começou a ser construído em 1908, os edifícios projetados por Luiz Moraes Júnior se afinam com a linguagem do ecletismo arquitetônico, e as vertentes portuguesa e árabe se misturam magicamente no Pavilhão Mourisco. Principal edificação deste conjunto, o Pavilhão Mourisco, conhecido também como Castelo de Manguinhos, foi concebido a partir de um desenho original do próprio Oswaldo Cruz, o primeiro esboço, feito pelo próprio cientista imaginou uma construção de corpo horizontal, com dois bastiões laterais, um central, dezessete janelas e uma grande porta com escada de acesso ao segundo andar.
[pic 2] Desenho de Oswaldo Cruz. Fonte: Portal Fiocruz.
Apresentada a ideia ao arquiteto, Moraes executa um trabalho semelhante ao de Oswaldo Cruz, sem as torres laterais, mas já em estilo mourisco. Segue-se a esse projeto um outro, no qual foram inseridas as duas torres, muito semelhante a Montsouris. Na maquete exibida na Exposição de Higiene de Berlim, em 1907, o edifício já se apresentava com as duas torres. Mas só em 1908, com a construção em estágio bem adiantado, Moraes confeccionou o projeto definitivo em cinco pavimentos.
O estilo eclético que define o Pavilhão Mourisco teve três influências principais, ao longo de seus anos de construção. A primeira foi o Palácio de Montsouris, em Paris, que Oswaldo Cruz conheceu quando estudou na França. Ali já estava marcada a presença da linguagem neo-mourisca, que vivia um momento de valorização no final do século XIX na Europa, a segunda influência foi justamente o Castelo de Alhambra, em Granada, Espanha, a terceira principal influência, foi a sinagoga de Berlim, que inspirou outras sinagogas mundo afora e também as torres do Castelo do então Instituto Oswaldo Cruz.
[pic 3]Maquete do Castelo. Com as duas torres, o edifício foi inspirado no projeto do Observatório de Montsouris, na França. Fonte: Fundação Fiocruz..
A construção
A terra de emboço, a areia, o saibro e a pedra usados na construção do castelo foram retirados do próprio terreno do Instituto. Com exceção da madeira (peroba rosa), o restante dos materiais, como vidros, telhas, revestimentos, mármores, ferros, luminárias etc, foi importado da Europa. Os tijolos e as telhas, por exemplo, vieram de Marselha, na França; os azulejos, de Portugal e da Alemanha; as louças, da Inglaterra; o mármore, da Itália. Esses materiais desembarcavam diretamente no cais projetado por Moraes. Com 50 metros de altura e 45 metros de largura, a construção está sobre uma base de granito negro. Visto de fora, predominam os tons sóbrios do avermelhado dos tijolos franceses das paredes externas e o cobre das duas torres. É um exemplar único da arquitetura eclética do início do século XX, inspirado do estilo neomourisco.
A parceria de Oswaldo Cruz e Luiz Moraes está presente em cada detalhe. Nos pisos, mosaicos franceses simulam tapetes de inspiração árabe. Nas paredes, azulejos portugueses da tradicional fábrica Bordallo Pinheiro. Os gradeamentos das janelas têm 18 desenhos geométricos diferentes. O hall da escada principal possui painéis de madeira e gesso trabalhados em baixo relevo, originalmente folhados a ouro. O “Pavilhão” também possui um elevador, instalado em 1909 Segundo o site do Instituto Fiocruz, elevador do Pavilhão mourisco é o mais antigo em funcionamento no RJ.
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