INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DA MOBILIDADE URBANA
Por: Ciça Kaline • 20/10/2021 • Trabalho acadêmico • 3.256 Palavras (14 Páginas) • 141 Visualizações
[pic 1]
INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DA MOBILIDADE URBANA – ESTUDO DE CASO DO BAIRRO DE CAMPO GRANDE – RIO DE JANEIRO
Palavras chave: Mobilidade Urbana. Acessibilidade. Direito à mobilidade urbana. Inclusão e Exclusão
CIÇA KALINE CRUZ ROSA
Rio de Janeiro
2020.
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
- APRESENTAÇÃO DO TEMA ................................................................................................... 3
- PROBLEMA DE PESQUISA ...................................................................................................... 4
- JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................................4
- OBJETIVOS ..................................................................................................................................5
- OBJETIVOS GERAIS ..................................................................................................................5
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................5
- REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................................................6
- A EXCLUSÃO SOCIAL SOB A PERSPECTIVA DE EDUARDO ALCÂNTARA VASCONCELLOS ......................................................................................................................6
- DA ARQUITETURA À GEOGRAFIA: SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES DE MILTON SANTOS E RAQUEL TARDIN ....................................................................................................7
- METODOLOGIA ..........................................................................................................................8
- REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................10
- INTRODUÇÃO
- Apresentação do Tema
A questão habitacional se configura como elemento transversal à história do município do Rio de Janeiro. Contudo, não ganhou notoriedade nas mais diversas fases de conjuntura política da cidade, fator esse evidenciado pelo delineamento da estrutura urbana e aos usos do solo (ABREU, 2003). Em consonância a esse processo, movimentos de segregação e de afastamento da cidade informal vem acontecendo ao passar dos anos, gerando deslocamento dos habitantes para locais onde os equipamentos públicos e de infraestrutura se dão de forma incipiente (LING,2017).
Segundo Maricato (1996), as classes populares têm direito à ocupação ou à moradia, mas não direito à cidade, ou seja, os segmentos mais pobres ocupam apenas determinados locais. Vários são os responsáveis pela evolução da estrutura urbana no Rio de Janeiro, sendo as classes dominantes protagonistas no norteamento das reformas urbanísticas que ocorreram ao longo do tempo. A estrutura atual da área metropolitana do Rio de Janeiro é caracterizada pela tendência de um modelo dicotômico, no qual há a divisão entre dois elementos: o núcleo e a periferia, onde a cidade dos se contrapõe àquela dos pobres (ABREU, 1987; BONDUKI, 1998).
Sabe-se também que a própria regulação da terra, incluindo as zonas dos Planos Diretores Urbanos, tem perpetuado este fenômeno cíclico de acumulação urbana diferenciada do solo. Dessa forma, são definidos padrões construtivos de uso e ocupação, o que configura um dos pressupostos para a segregação urbana (FERNANDES, 2001; ROLNIK, 1997 & ABREU,1987). Esse fenômeno não é somente consequência das forças do mercado, mas também do papel desempenhado pelo Estado no decorrer do tempo, seja criando conjunturas políticas que favoreceram o aparecimento deste modelo dicotômico - contrapondo as duas cidades -, ou mediante a instauração de políticas que viabilizaram os conflitos entre o capital e o trabalho, onde prevaleceu a benéficie do capital (ABREU,1987).
Diante deste cenário, o Estatuto da Cidade impõe algumas restrições ao direito individual de propriedade para garantir segurança e bem-estar aos cidadãos excluídos do mercado formal de habitação, ou seja, aquelas pessoas que não conseguem pagar por uma boa localização (MARICATO, 1996; 2010; BRASIL,2001).
- PROBLEMA DE PESQUISA
A área central do município do Rio de Janeiro possui uma grande quantidade de imóveis urbanos vagos ou subutilizados, ou seja, sem função social. Atualmente o déficit habitacional é de 220 mil unidades, com 478.473 domicílio vagos situados na área urbana da capital (FJP/ MCidades, 2010). Esse número elevado de imóveis é formado por antigos domicílios unifamiliares, com potencial de recuperação e aplicabilidade de projetos arquitetônicos que garantam o direito à moradia.
Observa-se também o fluxo de trabalhadores residentes nos subúrbios ou em cidades vizinhas com destino à região central da capital. Há um êxodo diário de pessoas, gerando fluxo contínuo e pendular, viabilizado pelo uso massivo dos meios de transporte público, com impacto na mobilidade urbana. Segundo dados do Plano Diretor de Transporte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDTU,2014), a maioria das pessoas demoram mais de 180 minutos para chegar a zona Central do Rio de Janeiro.
Dessa forma, propostas de alternativas de habitação são necessárias, com destaque àquela de ocupação dos vazios urbanos em áreas centrais como uma alternativa à proposta de implantação de conjuntos habitacionais (BENETTI, PECLY & ANDREOLI,2017). A partir dos elementos citados, por meio do uso de metodologias próprias, o estudo se propõe a elucidar o seguinte problema de pesquisa: como se dão os processos de configuração morfológica dos terrenos subutilizados da zona Central do município do Rio de Janeiro com potencial de habitação e quais são as potencialidades para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos singulares norteados pela arquitetura efêmera?
...