Inventario da arquitetura vernacular no Sertão de Itaparica- PE: Floresta e Carnaubeira da Penha
Por: raicarvalho • 3/3/2016 • Trabalho acadêmico • 759 Palavras (4 Páginas) • 504 Visualizações
INVENTÁRIO DA ARQUITETURA VERNACULAR NO SERTÃO DE ITAPARICA-PE: FLORESTA E CARNAUBEIRA DA PENHA
RAISA CARVALHO, 2014
INTRODUÇÃO
A arquitetura vernacular representa a identidade cultural daqueles que a constroem e utilizam, variando de região para região, usando os conhecimentos populares e recursos disponíveis para elaboração. Seu estudo leva além da análise da construção, mas também à leitura dos aspectos sociais, ambientais e culturais na qual a sociedade se insere.
Atualmente o material de consulta sobre o tema é escasso e não há registros dessa arquitetura quando se refere ao sertão Pernambucano. Por se tratar de um patrimônio cultural, o estudo sobre o assunto, leva a entender a importância de resguardar a própria cultura, assim preservando e mantendo essas construções.
O sertão de Itaparica é uma microrregião do estado de Pernambuco, representado por uma forte cultura, influenciada por uma miscigenação racial, que é caracterizada em suas construções e traçados históricos. Devido ao tempo disponível para elaboração da pesquisa, não foi possível ser realizada em todos os municípios que compõem o Sertão de Itaparica, deste modo dentro do recorte espacial, foram utilizados como objeto de estudo os municípios de Floresta e Carnaubeira da Penha, sendo uma pesquisa pioneira sobre a arquitetura vernacular nesta área.
O critério de escolha para o recorte espacial foi ter considerado que Floresta possui o 2º maior território de Pernambuco, constituído por 3 distritos: Floresta, Airi e Nazaré do Pico, com uma área total de 3.644,15 Km² e preservando a reserva biológica de Serra Negra que abriga os índios Pipipãs. Devido ao município de Carnaubeira da Penha ter sido até 1991 distrito de Floresta, só após essa data tornando-se município, vale a pena também incluí-lo como área de pesquisa. Carnaubeira da Penha é constituído pelos distritos de Barra do Silva, Olho d’água do Padre e Massapê e abriga as aldeias indígenas Atikum e Pankará. Os municípios em estudo representaram os demais da microrregião do Sertão de Itaparica, com a cultura sertaneja, do vaqueiro, da caatinga, e sua influência africana e indígena (IF-SERTÃO-PE, 2014).
A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) está realizando um programa de melhorias habitacionais para o controle da doença de Chagas, tendo como agente patogênico o Trypanosoma Cruzi, popularmente conhecido no Brasil como Barbeiro ou Bicudo. Os 22
municípios em estudo, Floresta e Carnaubeira da Penha, encontram-se classificados como de alto risco de transmissão, tendo como principal abrigo desses transmissores as residências vernaculares, como as casas de taipa, pau-a-pique, madeira, instalados nas frechas dessas estruturas. O projeto tem como intuito reformar ou demolir essas construções, dependendo da gravidade e de condições existentes. Com isso descaracterizando parte do acervo vernacular da região em estudo, sendo mais um motivo para se registrarem essas edificações (FUNASA, 2014).
A arquitetura vernacular ainda é um tema com uma incipiente literatura. O que leva a conjecturar, como manter o acervo arquitetônico vernacular? É preciso considerar que o registro destas edificações contribuirá para a sua preservação, como também produção de conhecimento, ampliando o cenário da arquitetura vernacular brasileira, especificamente do sertão de Pernambuco.
Esta pesquisa se justifica pela carência de informações sobre a arquitetura vernacular no Sertão de Itaparica-PE e principalmente por inventariar e registrar uma vertente arquitetônica que identifica uma sociedade inserida no seu meio ambiente. Sem dúvida, a contribuição dessa pesquisa para a história da arquitetura vernacular brasileira vem a somar com novos conhecimentos sobre o tema.
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