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MORFOLOGIA URBANA: Centro Histórico

Por:   •  12/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.026 Palavras (5 Páginas)  •  293 Visualizações

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FICHAMENTO LIVRO RAQUEL ROLNIK

DEFININDO CIDADE

“(...) O espaço urbano deixou assim de se restringir a um conjunto denso e definido de edificações para significar, de maneira mais ampla, a predominância da cidade sobre o campo. Periferias, subúrbios, distritos industriais, estradas e vias expressas recobrem e absorvem zonas agrícolas num movimento incessante de urbanização. No limite, este movimento tende a devorar todo o espaço, transformando em urbana a sociedade como um todo. (...)”

Logo de início, Rolnik faz uma breve comparação entre as primeiras cidades e as atuais. Mostra diferentes contrastes e como o processo de urbanização vem alterando o conceito de cidade. Não só em aspectos construtivos, mas social e cultural.

A cidade como um imã

“Isto mesmo, a cidade é antes de mais nada um imã, antes mesmo de se tornar local permanente de trabalho e moradia. Assim foram os primeiros embriões de cidade de que temos notícias, os zigurates, templos que aparece nas planícies da Mesopotâmia em torno do terceiro milênio antes da era cristã.

A construção do local cerimonial corresponde a uma transformação na maneira de os homens ocuparem os espaços. Plantar o alimento, ao invés de coletá-lo ou caça-lo, implica definir o espaço vital de forma mais permanente. (...)”

Destaque para os primeiros sinais de progresso (ou não) da humanidade. A extinção dos antigos caçadores-coletores e a nova adaptação do homem em consequência da Revolução agrícola. A caça e coleta foi substituída pela domesticação de plantas e animais. Abandonando assim, a vida selvagem e se estabelecendo em regiões que garantiam uma “vida farta e agradável”.  Da Revolução Agrícola surgem as primeiras moradias e conceitos de “casas”. Primeiro surgia um Vilarejo, em seguida construía-se um templo. Atualmente, há indícios que ocorreu o inverso, e que alguns templos possam ter sido construídos por caçadores-coletores com algum propósito ainda não decifrado.

A cidade como escrita

“(...) O desenho das ruas e das casas, das praças e dos templos, além de conter a experiência daqueles que os construíram, denota o seu mundo. É por isto que as formas e tipologias arquitetônicas, desde quando se definiram enquanto hábitat permanente, podem ser lidas e decifradas, como se lê e decifra um texto. (...)”

Paralelo ao surgimento e desenvolvimento das cidades, surge a escrita. Não só documentos históricos podem contar sobre determinada época, aspectos arquitetônicos são traços importantíssimos para análise e definições de um período antigo. Cidades podem continuar preservando a suas memórias com sua arquitetura, ainda viva, mesmo tendo sofrido todo um processo de desenvolvimento ao longo de vários períodos históricos.

“Civitas”: a cidade política

“(...) Mesmo quando não se trata de massa, quando falamos em cidades menores estão presente a concentração, a aglomeração de indivíduos, e consequentemente a necessidade de gestão da vida coletiva ... Da necessidade de organização da vida pública na cidade, emerge um poder urbano, autoridade político-administrativa encarregada de sua gestão (...)”

Das primeiras aglomerações humanas surgem as aldeias, depois vilarejos e enfim as cidades. Surge a necessidade da cooperação em massa. Surgem os primeiros impérios e o poder centralizado. A cidadela ou a Polis, são marcadas por esse poder urbano centralizado. Evoluímos, e consequentemente as cidades também. O poder urbano, que antes possuía uma concentração espacial do poder (local físico destinado a isso) hoje está espalhado graças ao avanço da tecnologia. O controle da cidade passou a abranger todo seu território, permitindo que tudo seja controlado através do fluxo de dados de máquinas de informações, como por exemplo redes de computadores.  

A cidade como mercado

“(...) ao concentrar e aglomerar as pessoas, intensifica as possibilidades de troca e colaboração entre os homens, potencializando sua capacidade produtiva. Isto ocorre através da divisão do trabalho. Isolado, cada indivíduo deve produzir tudo aquilo que necessita para sobreviver; quando há a possibilidade de obter parte dos produtos necessários à sobrevivência através da troca, configura-se a especialização do trabalho e instaura-se um mercado. (...)”

Satisfazer a necessidade de sobrevivência faz surgir o Mercado. O que se tinha sobrando, trocava-se pelo que faltava. Surge a troca de mercadorias e serviços. O que era feito somente na cidade, passa a expandir e atravessar fronteiras, criando relações entre cidades e o surgimento dos primeiros conceitos de economia. Surge os grandes centros de mercado. Na cidade contemporânea damos destaque para o consumismo. Surge a mercantilização dos espaços e a terra urbana passa a ser uma mercadoria.

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