Neoplasticismo e casa schoroeder

INTRODUÇÃO

        O neoplasticismo é fundado em 1917 pelos pintores T. Van Doesburg, P. Mondrian, B. Van der Leck, E. Van’t Holf, pelo escultor G. Van Tongerloo e poeta A. Kok; depois aderiram também os aquitetetos Gerrit Rietveld e Cor Van Eesteren e o cineasta H. Richter. O movimento possui como órgão a revista Stijl, que é publica esporadicamente até 1927.

        Os conceitos são elaborados por Mondrian e são divulgados por Van Doesburg. A ideia é criar uma “nova plasticidade” através de elementos bidimensionais justapostos. Van Doesburg acredita que esse sistema funcione não apenas para as artes, mas também para reconstruir o cenário urbano de acordo com as necessidades.

        Eles acreditavam que arte como era conhecida acabaria, e que no futuro viveríamos em uma arte realizada, feita por uma representação universal distante da pressão da natureza, com preceitos ligados à: economia, matemática, técnicas, higiene e outros, levando a essa nova plasticidade.

        Supõe-se que a reconstrução do ambiente pode seguir leis universais e objetivas como a ciência e podemos encontrar as primeiras aplicações desse método à arquitetura no projeto de Van Doesburg para um monumento em Leeuwarden, de 1916; nos móveis de Rietveld; numa casa em Nordwijker hout de Van Doesburg e Oud de 1917, em algumas outras obras teóricas e modelos desses e outros, mas principalmente, na casa construída por Rietveld em 1924 na periferia de Utrecht, onde toda a construção está programaticamente solta, em um contraponto de tiras coloridas.

        Oud é nomeado arquiteto chefe de Roterdã, de 1918 a 1933, mas as leis formais neoplásticas, técnicas e econômicas torna-se um problema concreto, pois o os resultados reais não são tão diagramáticos quanto nos projetos teóricos e é censurado por Van Doesburg, afastando-se dele em 1924. Oud aceita as tipologias tradicionais, contudo os frutos do neoplasticismo são vistos: “a decomposição não é mais exibida e é absorvida sem deixar vestígios aparentes pela integridade dos blocos de edificação: nem mesmo os volumes, as superfícies, as cores, são mais aqueles do começo e surgem como se fossem novos, vistos pela primeira vez, enquanto é reconstruído, depois de mais de um século, em bases muito diversas das antigas, o acordo entre forma e construção.” Benevolo pag 402.

        Enquanto isso Van Doesburg liga-se ao grupo Dadá em 1921 publica um suplemento da Stijl intitulado”Mécano”, participa de uma viagem de propaganda pela Holanda e Alemanha e transfere-se para Weimar tentando inserir-se na Bahaus. Insatisfeito com o neoplasticismo contrapõe um novo programa, o elementarismo que tem o manifesto publicado pela Stijl em 1926, aí então Mondrian abandona o grupo e decide prosseguir sozinho.

        Ambos abandonam as posições de vanguarda, mas suas contribuições são determinantes para a definição da nova linguagem arquitetônica, antecipam de forma demonstrativa os problemas que o movimento moderno irá enfrentar.

Bauhaus e Le Corbusier

O ARQUITETO - Gerrit Rietveld

        

        Gerrit Thomas Rietveld nasceu em Utrecht, 24 de junho de 1888, foi um arquiteto e designer de produto holandês.

        Filho de um fabricante de armários, aos onze anos de idade, foi trabalhar com o pai na marcenaria, durante os anos de 1899 a 1906. Trabalhou como desenhista na CJ Begeer Jewellery Studio, na sua cidade natal, de 1906 a 1911. Durante este tempo, ele estudou na Escola Municipal de Utrecht, tendo como professores P. Houtzagers, de desenho arquitetônico e PJ Klaarhamer, de arquitetura. Abriu seu próprio estabelecimento em 1917 — com o objetivo de desenvolver novas formas para mobiliários.

        Nessa época criou o protótipo da famosa cadeira Vermelha e Azul, executada originalmente em madeira natural e que, mais tarde e sob a influência do movimento "De Stijl", foi pintada nas cores primárias inspiradas em Mondrian - também colaborador do neoplasticismo. Também é autor da famosa cadeira zig-zag, composta por apenas 4 placas de madeira, projetada em 1932.

        Rietveld foi o primeiro a aplicar os princípios deste movimento à Arquitectura, projetando em 1924 a Residência Schröder, localizada em sua cidade natal - um marco da arquitetura moderna e representação perfeita das ideias e conceitos definidos pelo movimento De Stijl.

        No mesmo ano que rompeu com o grupo neoplástico, fundou o CIAM - Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, o que ampliou mais ainda a sua fama pelo mundo.

Tornou-se cada vez mais interessado no papel social da Arquitetura, estudando métodos de produção baratos, novos materiais, pré-fabricação e padronização.

        Em 1927, experimentou as lajes de concreto pré-fabricadas - um material muito incomum naquela época. Em virtude da recessão económica da década de 30 - a Grande Depressão - procurou desenvolver também móveis com componentes de fabricação mais baratos.

        Autor de vários projetos e novos conceitos, também foi professor de Arquitetura em Amsterdam entre 1944 e 1955, tornando-se membro da Federação Holandesa dos Arquitetos em 1964.

        Morreu aos 76 anos em Utrecht no dia 25 de junho de 1964.

Alguns objetos de design:

[pic 1][pic 2]

Cadeira Zig Zag – Fonte: tipografos.net               Cadeira Vermelha e Azul - Fonte: tipografos.net                      

[pic 3]

Aparador - - Fonte: tipografos.net  

Obras importantes:

[pic 4]     [pic 5]

Projeto Row-Houses, também em Utrecht (1931-1934) - Fonte: e-architect.co.uk

[pic 6]

Pavilhão Holandês na Bienal de Veneza (1954) - Fonte: br.pinterest.com/pin/361484307568033721/

[pic 7] [pic 8]

Museu Van Gogh em Amsterdam (1963-64) – Fonte: e-architect.co.uk

[pic 9]  [pic 10]

Pavilhão da Escultura no Museu Kröller-Müller(1963-64) – Fonte: maisarquitetura.com.br

O PROJETO - A casa Schroder em Ultrecht por Gerrit Rietveld

Ficha técnica:

• Arquitetos:Gerrit Rietveld
• Ano: 1924
• Tipo de projeto: Residencial
• Estrutura: Concreto
• Localização: Utrecht, Holanda

A Casa Schroder, uma das primeiras edificações modernistas do mundo, foi o primeiro manifesto do De Stijl e é apontada como a edificação mais perfeita deles. A casa foi projetada para a Sra. Schroder, e ela viveu lá até sua morte em 1985, depois a casa foi restaurada por Bertus Mulder e transformada em museu.