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O Barroco e Suas Características

Por:   •  1/4/2018  •  Artigo  •  1.554 Palavras (7 Páginas)  •  234 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Sucedendo o Renascimento, o Barroco, inicialmente, foi tido como arte grotesca ou absurda pelos artistas conservadores. A proposta do novo estilo que emergiu em Roma ao final do século XVI, rompia com a estética utilizada até então, adicionando os elementos gregos e romanos às construções de forma despojada e nunca feita anteriormente. Os artistas criavam obras magníficas e grandes, com excesso proposital de ornamentos, na intenção de prender o olhar e intrigar o observador.

Apesar de possuírem características gerais que as definam como barrocas, as obras têm muitas particularidades, tornando o estilo intenso e complexo. A obrigação do artista desse período era ousar na criatividade e levantar uma edificação que se fizesse imponente, fazendo variar a essência estrutural de uma construção para outra.

Assim, com propósito de trazer obras cada vez mais impressionantes, o Barroco rapidamente chamou atenção da Igreja Católica, que se encontrava numa fase de perda de fiéis e poder devido a Reforma Protestante. Mesmo com o protestantismo já fortalecido e difundido pela Europa, o catolicismo enxergou uma maneira de demonstrar sua força e poder através das construções extremamente exageradas e ornamentadas da arquitetura barroca, ficando o Barroco conhecido como "arte da contrarreforma", com grande parte do acervo de obras observado em igrejas e catedrais, enfatizando o poder da arte cristã.

Por dentro das igrejas, percebe-se o quanto a arquitetura do barroco é singular e intrigante. A utilização excessiva de ornamentos concebia unidade ao conjunto, despertando diferentes emoções. A pintura e a escultura não foram ignoradas, sendo muito utilizadas no interior das igrejas como ilustrações didáticas para facilitar o entendimento dos cristãos e provocar seus sentimentos.

Em suma, este trabalho pretende mostrar a importância do movimento barroco, que perdurou do final do séc. XVI ao início do séc. XVIII, suas principais características e intenções.


2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O Barroco e suas características

Para nós da contemporaneidade, acostumados com tantas réplicas, quando nos deparamos com uma edificação barroca não há grande impacto. Porém, quando essas construções emergiram em Roma em 1575 (final do séc. XVI), tinham um aspecto revolucionário, trazendo a proposta de que os elementos clássicos não necessariamente deveriam ser usados como usaram os gregos e romanos. A ideia renascentista de simetria e construção arredondada fora rejeitada, combinando o formato de igrejas medievais – oblongo e realçando o altar mor – com realizações do planejamento renascentista – enfatizando um interior espaçoso e muito iluminado. Assim, as igrejas tinham formato cruciforme, com uma cúpula alta e imponente (GOMBRICH, 2015).

A igreja de Jesus (II gesù) de Giacomo della Porta, por exemplo, exemplifica exatamente como a arquitetura barroca era imponente e impressionante para os seus contemporâneos, tanto fora quanto em seu interior. Composta de elementos clássicos, reunindo colunas (meias colunas e pilastras) que sustentam uma arquitrave coroada por um alto “ático”, que sustenta o andar superior, a vasta entrada central, emoldurada por colunas e ladeada por duas entradas menores lembram o traçado dos arcos triunfais (GOMBRICH, 2015).

Figuras 01 e 02 – Fachada e planta da Igreja de Jesus, Roma.[pic 1][pic 2]

Fonte: http://jogoseducativos2013.blogspot.com.br/2013/12/a-igreja-de-jesus-il-gesu.html (2013).

As espirais e curvas tinham dominado o layout geral, os detalhes decorativos e os edifícios barrocos eram teatrais e muito ornamentados. Como exemplo, a  Igreja de Santa Inês de Borromini, com um ar festivo, repleta de esplendor e movimento, transmitindo pompa e glória para nos lembrar do céu (GOMBRICH, 2015).

Figura 03 – Igreja de St. Agnese em Roma

  [pic 3]

Fonte: http://www.arkiplus.com/arquitectos-famosos-del-barroco (2012).

Figuras 04 e 05 -  Igreja de St. Agnese em Roma

[pic 4][pic 5]

Fonte: http://www.vigoenfotos.com/roma/iglesia_san_agnese_in_agone_1.html.

       

Além do objeto arquitetônico, eram protagonistas as pinturas e esculturas, que serviam como catalisador emocional para quem observava, geralmente com representações de santos, pecadores e anjos. Esses elementos não eram apenas ornamentos, mas serviam para dar unidade à obra e, no decorrer do tempo, os arquitetos barrocos teriam que utilizar técnicas cada vez mais incomuns e audaciosas para obter essa unidade. A pintura, por sua vez, teve alguns aspectos semelhantes à arquitetura, como a ênfase sobre luz e cor, desprezo pelo equilíbrio simples e composições mais complicadas (GOMBRICH, 2015).

Em suma, a arquitetura barroca apresentou as seguintes características: I) extravagância; II) incomum e irregular; III) uso do movimento; IV) proximidade do real; V) aplicação da curva em oposição à ideia estática dos prédios; VI) as igrejas do período barroco são marcadas por abóbadas, arcos e contrafortes; VII) tentativa de levar o observador a se imaginar no infinito; VIII) efeitos cenográficos teatrais; IX) mistura da pintura e da escultura e X) manipulação da luz (ARQUITETURA BARROCA, 2017).

2.2 Cenário do Barroco e seu desenvolvimento

           Os gostos, estilos e modas, ao longo do tempo, mudam. Para identificar os diferentes estilos, utilizamos rótulos como gótico, maneirismo, renascimento, barroco, modernismo, etc., que, na época em que foram designados, possuíam sentido de injúria ou escárnio, como exemplo o Barroco que, inicialmente, significava absurdo e grotesco (GOMBRICH, 2015).

 Sucedendo o Renascimento, o Barroco surgiu no final do século XVI e, ao contrário dos estilos anteriores, que possuíam características específicas e bem definidas, no Barroco essa identificação não era tão simples. O fato é que, após o período renascentista (até os dias atuais), os arquitetos passaram a usar as formas básicas de estilos anteriores nas suas construções. Por mais que se use elementos gregos, romanos, e até mesmo renascentistas, suas regras são deixadas de lado, afim de que houvesse maior variedade e efeitos mais imponentes, fazendo chover críticas ao estilo barroco por defensores da tradição, que acreditavam que os elementos clássicos de construção jamais deveriam ser usados ou combinados senão da maneira adotada pelos gregos e romanos (GOMBRICH, 2015).

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