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O Barroco no Brasil

Por:   •  12/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.456 Palavras (14 Páginas)  •  330 Visualizações

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A Arte e Arquitetura Barrocas Brasileiras

O Barroco foi o movimento de arte que se expandiu no Brasil na época colonial. Barroco, cuja tradução é “pérola de forma irregular”, de origem portuguesa e foi utilizada na arte produzida nos séculos XVI a XVIII.

Como uma pérola sulcada e irregular, barocca, de onde o termo barroco se origina, ou a geometria igualmente característica da elipse, o “suplemento” de valor inerente ao barroco subverteu ou deformou a suposta ordem “natural” das coisas, a austeridade moral e idealizadora sobre a qual a ideologia burguesa de consumo e acumulação se baseou.

Foi uma reação contra o movimento renascentista, que era carregado de ordem e clareza, e sucedeu o maneirismo, que já sutilmente o anunciava.

O Barroco brasileiro foi fortemente influenciado pelo Barroco Português, e foi a principal fonte de exploração construtiva que ocorreu no Brasil e teve dois fatores importantes: a descoberta do ouro brasileiro, em 1681 e o forte terremoto que destruiu a cidade de Lisboa, 1755.

O Barroco foi um veículo para o novo capitalismo expansionista da economia burguesa europeia, com seu amor abstrato ao dinheiro e ao poder.

O Barroco brasileiro foi formado por uma complexa teia de influências europeias e locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto econômico em que o Barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dava origem na Europa. No Brasil, o ambiente era de pobreza e escassez, com tudo ainda por fazer. Por isso, já foi acusado de pobreza e incompetência quando comparado com o europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado e sobretudo branco, apesar de todo ouro nas igrejas nacionais, pois muita coisa é de execução tecnicamente tosca, feita por mão escrava ou morena. Mas esse rosto impuro, mestiço, é que o torna único e inestimável.

Contexto Histórico e Político

O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território. O Barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira, o Maneirismo cumpriu o papel de iniciador. O território conquistado se expandia em passos largos para o interior do continente, a população de origem lusa ainda mal enraizada no litoral estava em constante estado de alerta contra os ataques de índios pelo interior e piratas pelo mar.

É principalmente de Portugal a origem do barroco brasileiro, seja ele o do norte, seja o de Minas Gerais, que apresenta afinidades notáveis com a arte de Braga e do Porto. De inicio transplantado, o barroco mineiro acabou por se impor à metrópole, com soluções próprias mesmo no que toca aos elementos estruturais.

Quando a economia açucareira expandiu, começaram a surgir unidades arquitetônicas contrastantes que mais caracterizavam a estrutura social do período, a casa-grande e a senzala, reflexos de um desiquilíbrio que percorre toda a história da sociedade brasileira, seus problemas e soluções habitacionais.

Com a entrada da economia brasileira no chamado ciclo do ouro, no século XVIII, a capital transferiu-se para o Rio de Janeiro, umas das principais resultados da riqueza crescente foi o barroco na arquitetura.

Numerosos templos foram construídos, grande parte deles com profusa ornamentação, revestida de ouro, e rica estatuária. Sobressaiu em várias dessas obras o arquiteto e escultor português Manuel Francisco Lisboa. Seu filho, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, consagrou-se como o mestre do barroco mineiro, que atingiu culminância expressiva nas duas igrejas de São Francisco de Assis, a de Ouro Preto e a de São João del Rei. Seu conterrâneo José Pereira Santos é outro talento que se revelou em Mariana MG (igreja de Nossa Senhora do Rosário, casa da câmara e cadeia).

Decorrendo do processo de colonização e das forças da própria necessidades, os primeiros projetos em estilo barroco realizados no Brasil tinham por objetivo a defesa da nova terra.

Contexto Religioso

Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, reduziam-se a vastos campos de catequese e vagas capitanias hereditárias, razão por que não se pode aplicar o nome de contra reformista à arte religiosa brasileira. Os jesuítas, no Brasil, não viviam em mosteiros como na Idade Média europeia: faltava-lhes a atmosfera de recolhimento e sossego peculiar aos claustros.

Devido à imposição do meio físico e social, à ambiência tropical e ao objetivo da Companhia de Jesus, que era a doutrina e a catequese, o programa e o partido, na arquitetura, foram nitidamente orientados. As igrejas eram amplas (verdadeiras salas de prédica, igrejas-salão), com locais para trabalho (aulas e oficinas) e residência. A arquitetura dos mosteiros e conventos, por sua vez, era despojada e austera.

Características gerais do barroco

 Apesar das diferentes interpretações que foram verificadas nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns, como:

  • A tendência para a representação realista;
  •  A procura do movimento e do infinito;
  • A tentativa de integração das diferentes disciplinas artísticas;
  •  Emocional sobre o racional: o seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;
  • Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
  •  Violentos contrastes de luz e sombra;
  • Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida;
  • A amplitude, a contorção e a exagerada riqueza ornamental, ausência de espaços vazios e o gosto pela teatralidade.

Principais Representantes

Para a Bahia veio, junto com o governador-geral Tomé de Souza, o arquiteto português Luís Dias, que projetou e executou em Salvador os muros e dois baluartes nos extremos da cidade, além dos edifícios da alfandega, primitiva casa da câmara e cadeia.

Outro arquiteto vindo de Portugal, Francisco Dias, era sacerdote da Companhia de Jesus e foi o responsável, na década de 1580, pelo risco e construção das igrejas e colégios de Olinda, Rio de Janeiro (no morro do Castelo) e da igreja do Coléfio da Bahia, hoje catedral de Salvador. As obras dessa fase, de caráter religioso, são arroladas como um estilo jesuítico, com o qual começava a implantação do barroco no país.

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