O Contexto Histórico de João Pessoa

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

No período de colonização do Brasil, durante o século XVI, a Paraíba unificou-se do litoral ao sertão com plantações de cana de açúcar e criação de gado. Fundada após a cidade do Rio de Janeiro e Salvador, João Pessoa surge como cidade e não vila, diretamente pela Coroa. Em 1585 é nomeada Nossa Senhora das Neves e as primeiras edificações surgem próximas ao Rio Sanhauá. Esta teve seu início no antigo sistema Colonial e, pela proximidade com o rio, tinha funções administrativas e comerciais (COUTINHO, DURÉ, 2000). A Ortogonalidade era a característica principal do traçado espanhol, que possui como fundador original o Império Romano, onde as cidades possuíam duas avenidas principais, cardo e decumenus (JUNIOR, 2012). Já a ocupação e organização proporcionada pelos portugueses, tem o traçado urbano segmentado entre cidade baixa e alta, onde a sede civil e religiosa, estavam na localizadas nesta última, e já na parte baixa ocorriam as atividades marítimas e outras destinadas ao comércio. Sob o domínio espanhol, a cidade prosperava no pós-guerra, surgindo novas edificações locadas no Varadouro, que possuíam ligação com a cidade alta através da ladeira São Francisco. Abriram-se novas vias, a cidade passou por um lento processo de expansão territorial e comercial até o século XIX, quando edificações relevantes foram edificadas.

Os jesuítas expulsaram os holandeses e retomaram o desenvolvimento da Cidade, alterando seu nome para Parahyba. O século XIX significa um período de grande expansão comercial para o Estado da Paraíba, principalmente pela exploração da cultura algodoeira, cujas relações comerciais com a Inglaterra, promoveram uma grande influência além do desenvolvimento de grandes obras de infraestrutura, como a rede ferroviária que conectou várias cidades. A importância de João Pessoa como capital e, ainda, pela função de porto, impulsionaram o desenvolvimento do comércio local, promovendo a sua expansão e a alteração de edificações para abrigo e/ou expansão da atividade. Com isso, registrou-se o surgimento de edificação voltadas ao abrigo temporário, como o Hotel Globo, que também foi utilizado como símbolo de prosperidade local, também houve a transformação de áreas residenciais em comerciais. Nesse processo, várias famílias se viram obrigadas a procurar novos locais para fixar suas moradias, deste modo começa a ser ocupada a parte leste da cidade, onde está localizada a região da praia.

Durante 1920 houve expansão e ampliação da cidade, que levou a implantação de obras de infraestrutura, porém várias edificações, como casas e igrejas, tiveram suas fachadas modificadas ou foram demolidas para a abertura de vias, outras mudaram de uso. Já na década de 1930, com a arquitetura eclética em ascensão, foram realizadas grandes obras e a cidade se tornou João Pessoa em homenagem ao falecimento do mesmo. Nas  décadas  1960  e  1970,  o  centro  da  cidade,  passou  um  processo  de  mudança  de uso,  onde  as  habitações  destinaram-se  ao  comércio,  deixando  os  espaços  ociosos  no período  da  noite,  elevando  o  índice  de  insegurança, edificações  foram  abandonadas,  e  perdeu-se  a  preocupação  com  a  conservação  dos imóveis,  como  resultado disso, ocorreram  demolições e descaracterização  de edificações históricas e várias ficaram em  estado  de  arruinamento ou ruína.

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