“O Moderno no Passado: Projetos de Reusos Adaptativos como Estratégias de Conservação do Patrimônio Histórico Edificado"
Por: Bruna Guterres • 3/8/2016 • Resenha • 505 Palavras (3 Páginas) • 641 Visualizações
Em edificações existentes de valor histórico/cultural ou arquitetônico, devemos ter limitações nas intervenções, pois não se trata apenas da edificação em si, mas sim todo o seu entorno onde está inserida. Devido ao grande número de construções realizadas nos últimos anos no Brasil, a escassez de lotes livres nas grandes cidades aumentou assim as edificações mais antigas passam a ser reutilizadas integrando-se com a vida contemporânea, sendo reutilizadas evitando o seu desaparecimento.
Quando pensamos em dar um novo uso para uma edificação já existente, devemos levar em consideração muitas coisas, se fizermos uma adição de um anexo, devemos lembrar que não podemos fazer uma falsa cópia, essa parte nova deve ser claramente vista que foi construído em época diferentes do prédio, para que assim se preserve a autenticidade da obra. De acordo com Gracia existem três marcos projetuais operativos: os níveis de intervenção, os padrões de atuação e as atitudes frente ao contexto pré-existente.
De acordo com Choay, de um ponto de vista sociocultural, devemos primeiro entender o significado social e histórico do objeto de intervenção de acordo com a cultura patrimonial de cada lugar, já Byard acredita que quando é feita uma intervenção sobre um edifício existente, muda-se toda a identidade do edifício e do seu entorno, é o que Gracia também acredita, mas ressalta que para isso devemos fazer as modificações mais adequadas.
A adição de novos componentes nos edifícios antigos, se não bem estudado, causam problemas de composição projetual, segundo Gracia, os quais envolvem as relações topológicas de inclusão, interseção ou exclusão; relações métricas, geométricas e de proporção; reiteração de recursos figurativos ou estilísticos para favorecer a continuidade da imagem; homologações das escolhas formais mediante recurso do parentesco tipológico, essas modificações podem ser dadas em diferentes etapas da intervenção. Byard diz que as adições são processos de extensão, que podem transformar radicalmente o contexto pré-existente, os edifícios que ganham adições não precisam, necessariamente mudar o seu uso.
Sabemos que manter os edifícios antigos, que muitas vezes já estão desativados, é a melhor forma de conservação, mas para inseri-los na contemporaneidade, devemos ter cuidado no uso que lhe for dado, levando em consideração a compatibilidade da estrutura já existente, como a dimensão do local, acessibilidade, conforto, entre outros. Para Lemos, o melhor uso para uma edificação é manter aquele que lhe foi dado desde sempre.
Por fim, a busca pela integração dos edifícios antigos na vida contemporânea, não é tão fácil como parece, não seria simplesmente a transformação do edifício, mas sim manter originalidade, conservando os elementos arquitetônicos originais sem querer falsificar a sua identidade, assim não comprometendo a sua importância para a sociedade onde está inserida. Por essa questão que o profissional arquiteto e urbanista, deve estar consciente da responsabilidade, assim como em qualquer outra obra, que tens para fazer esse tipo de intervenção, pois não trabalhará apenas com a edificação, mas sim com toda a sua trajetória histórica.
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