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O Patrimônio Histórico

Por:   •  17/9/2017  •  Resenha  •  787 Palavras (4 Páginas)  •  227 Visualizações

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LEMOS, Carlos. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2ª edição, 2010.

As ideias abordadas por Carlos A. C. Lemos, arquiteto e docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, no livro “O que é patrimônio histórico” refletem sobre a preservação do acervo do patrimônio cultural no Brasil, destacado pelo autor como uma consciência tardia. O acervo do patrimônio cultural pode ser classificado em diversas categorias, já que ele não se resume apenas em monumentos, podendo-se englobar toda e qualquer referência que documente a memória e os costumes de uma determinada época, preservando-os para a posteridade.

O autor argumenta e referencia sobre o que é o patrimônio cultural, subdivindo-o em três categorias que focam exclusivamente sobre recursos naturais, conhecimento e bens culturais.

Lemos aprofunda-se, na relação entre o homem e o meio ambiente com o objeto criado e construído, onde um artefato apresenta usos escalas e dimensões de valores diferenciados, determinados por órgãos e pela sociedade num todo, até sendo possível a adaptação de um novo uso de acordo com as necessidades decorrentes, que podem ser modificadas de acordo com o tempo.

Lemos aborda o questionamento “Por que preservar?”, observando diretrizes e características de uma sociedade, e destacando:

“Preservar, diz o mestre Aurélio, é livrar de algum mal, manter livre de corrupção, perigo ou dano, conservar, livrar, defender e resguardar. Todas essas providências, no nosso caso, estão, ou deveriam estar, incidindo sobre uma amostragem representativa da totalidade dos elementos que compõem o amplo Patrimônio Cultural; sobre todos, porque havendo tal entrelaçamento entre eles, como já vimos, se um deles não é guardado o conjunto se desarmoniza e se desequilibra, o que no fundo não é bem o que se queria, pois o espaço seria um fiel retrato de um estágio cultural”. (página 25)

Parte desse questionamento engloba a busca sobre o que preservar e como a consciência conservadora se estabeleceu de forma individualista, onde as pessoas se interessavam pela preservação do patrimônio de coisas que lhes convêm.

Lemos destaca que muitos projetos de cunho de preservação foram apresentados, mas o grande marco da preservação acontece na década de 30, quando Mário de Andrade estabeleceu um projeto que engloba o patrimônio para a preservação no Brasil. Através desse estudo, inspira-se na criação do SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que tinha uma linha de raciocínio que fora estabelecida pelo projeto de Mário de Andrade, mas com interesses de caráter público.

“SPHAN, onde se define oficialmente o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como sendo o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, que por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”. (página 43)

A partir do projeto de Mário de Andrade, Lemos também observa como o contexto urbano passou a ser considerado como algo a ser preservado, termo chamado de Patrimônio Ambiental Urbano, mas que sofria com grandes dificuldades para ser implantado em função das transformações constantes do meio.

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