O Planejamento Urbano e Regional
Por: Joyce Borges • 10/3/2024 • Trabalho acadêmico • 1.181 Palavras (5 Páginas) • 91 Visualizações
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Disciplina: PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II
Professor: Rooseman de Oliveira
Aluno: Joyce de Oliveira Borges
REFERÊNCIA
FILHO, C. M. C. Reinvente seu Bairro. São Paulo: Editora 34, 2006
“O ambiente de moradia, uma espécie de âncora do cidadão no espaço urbano, é o nosso ponto de partida. Mas não será focado o ambiente interno detalhado da moradia, ou seja, a sua arquitetura específica, mas sim o tipo de edifício em que se localiza, e o que este tipo pressupõe como estilo de vida urbano.” (p. 15)
O autor dirige a uma análise do ambiente urbano tendo como ponto de partida as características das moradias, na coletividade.
“Propõe-se assim, nesta abordagem inicial, que cada cidadão examine como a sua vida está organizada para se servir do comércio e dos serviços, em três níveis de sua organização.
Essa questão será abordada desde o nível do espaço organizado no entorno imediato da moradia e, aos poucos, ampliada para questões de abrangência cada vez maior.” (p. 17)
Serão observados pontos relacionados ao apoio à moradia na região, tratando da sua demanda, com foco na mobilidade.
“Tenhamos presente que, tanto para a organização do comércio e serviços em geral como dos serviços de educação, devem ser discutidos a realidade presente nas diversas configurações da estruturação urbana e os tecidos correspondentes, avaliando-se as suas qualidades e dificuldades.” (p. 19)
Para apoiar a análise precisam ser observadas questões como a segurança e meios de transporte, por exemplo, entre a moradia e os pontos de comércio e serviços da região.
“A proximidade espacial do comércio e dos serviços estará definida pelo mercado imobiliário, em grande medida, quando não houver planejamento público ou privado interferindo nessa lógica, no que se refere àqueles que são oferecidos pelo setor privado. Aqueles que dependem de oferta pública ficarão na dependência de critérios públicos de localização de seus equipamentos de educação, saúde e lazer.” (p. 21)
Para atender os seus interesses comerciais, muitas vezes o mercado imobiliário deixa de atender os interesses da maioria da população, quando se trata de localização dos equipamentos públicos.
“E este espaço de morar, ao invés de estar confinado no espaço interno do lote – mesmo que este inclua algum espaço livre, verde quando possível e desejado pelos moradores — se espraiaria para o espaço de uso coletivo da rua, da praça (quando existe) e dos parques (estes muito raros nas cidades brasileiras).” (p. 24)
A moradia vai além dos limites de uma propriedade.
“Lutar pela qualidade de vida, o que para a maioria dos cidadãos provavelmente significa um estilo de vida mais tranquilo, é lutar por um cálculo científico da intensidade de usos permitida pelo zoneamento em coerência com determinado sistema de transporte existente ou a ser construído, previsto por um sério e sistemático planejamento. É isso que esperamos ainda do novo Plano Diretor, num segundo tempo, como se verá a seguir.” (p. 27)
O conceito de qualidade de vida engloba também os resultados da elaboração de um plano diretor baseado em estudos e cálculos que estejam de acordo com a realidade e as necessidades da população.
“Pesquisas realizadas nos Estados Unidos por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, na região metropolitana de São Francisco, mostram que lá existe uma concordância pública de que, para até três veículos por minuto, ou cerca de 180 por hora, há uma convivência pacífica e até produtora de uma animação da vida de rua e, portanto, entre os moradores e usuários dos prédios lindeiros a ela e os que passam por ela a pé ou no interior de veículos. Aumentando para a faixa de três a oito veículos por minuto, o nível de perturbação passa a ser pior porém tolerável. Mas quando o seu número aumenta para mais de oito por minuto, ou seja, um veículo a cada 7 ou 8 segundos, entra-se na faixa de um nível ambiental da rua muito desagradável e os cidadãos abandonam as ruas como espaço de convívio e se isolam dentro dos lotes e suas edificações, criando barreiras protetoras entre o espaço público degradado e o espaço privado, resguardado. No entanto, por isso os
especuladores querem mudar o zoneamento, permitindo usos mais intensos ao longo dessas vias, que vão se transformando em corredores de circulação.” (p. 32)
Quanto maior o tráfego de veículos em determinadas vias, menor é o interesse das pessoas, causado pela perturbação que os meios de transporte motorizados trazem.
“No interior do Centro Histórico e do Centro Expandido de São Paulo vem ocorrendo perda de densidade demográfica com aumento de densidade de viagens por automóveis, e essa perda significa a expulsão, da região, de famílias de menor renda utilizadoras do transporte coletivo, substituídas por famílias de maior renda utilizadoras do automóvel.
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