O Que é Patrimônio Histórico
Por: Danielle Pereira • 21/10/2016 • Monografia • 6.286 Palavras (26 Páginas) • 299 Visualizações
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
ARQUITETURA E URBANISMO
O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO
SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
AUTH 402 – TÉCNICAS RETROSPECTIVAS
PROF. LUCIANA
O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO
BIANCA MAURÍCIO 201303285
DANIELLE DA SILVA PEREIRA 201314328
KARINA TAVARES BARRETO 201307988
QUÉZIA GARCIA GONÇALVES 201314752
4CARM
SÃO PAULO
2015
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo tratar e compreender a importância que o autor Carlos A. C. Lemos nos traz referente ao Patrimônio Histórico e Artístico. O autor nos mostra como ocorreu, ao longo dos séculos, o despertar de que preservar o passado é resguardar a nossa história e valorizar a nossa evolução como ser humano.
O autor introduz o livro tratando do teor genérico “Patrimônio Histórico” baseado nas perguntas: O que é patrimônio, Por que preservar, O que preservar e por fim Como preservar, que atualmente se populariza através da mídia e jornais, mas que, todavia tem uma abrangência maior, que é intitulado Operação Cultural.
Para maior entendimento do que é Patrimônio Cultural o autor divide o tema em três categorias sugeridas pelo professor francês Hugues de Varineboham, através de seus pareceres, sugere que o patrimônio cultural seja fragmentado em três classes de elementos: O primeiro deles é referente à natureza e o meio ambiente, que nos propicia recursos naturais, nos quais fazemos alterações, como ocorre no caso das árvores que nos provê madeira para construções e etc. O clima, a paisagem, os rios, envolvem, direcionam e condicionam a conduta das pessoas. A segunda classe de elementos são bens não tangíveis, relativos ao entendimento e o saber. Procede desde as técnicas de supervivência do homem, até as equações matemáticas usadas nos computadores de última geração. A terceira e ultima classe de elementos, é a principal de todas, pois engloba uma variedade de coisas. O termo artefato é a que melhor define essa classe e é o que mais importa no texto. Em uma principal reflexão sobre o tema, podemos averiguar que permanentemente devemos prestar atenção às relações que são essenciais, existentes entre o artefato e o homem, entre o homem e a natureza. É inestimável o número de coisas que constituem o Patrimônio Cultural, e poucos eleitos como preserváveis à posteridade do Patrimônio Oficial.
“Podemos encarar os artefatos segundo a sua utilidade imediata ou segundo a sua durabilidade e persistência.” (LEMOS, Carlos. P. 12).
Existem artefatos que geram demais artefatos e existem também os que atingem vida útil, do qual seu tempo é variável. Uma comida feita em cozinha é um tipo de artefato de consumo direto e um prato de comer que sai da mesa de nossos avós e vai para uma parede de colecionador, tornou-se um artefato preservado.
“Pelo que vimos até agora, o Patrimônio Cultural de uma sociedade ou de uma região ou de uma nação é bastante diversificado, sofrendo permanentemente alterações” (LEMOS, Carlos. P. 21) .
Existem construções que possuíram seus usos modificados ou substituídos, com o ofício de abrigo sendo preservada. Em antigas casas é permitido presenciar modificações nos artefatos de uso duradouro, que vão sofrendo alterações durante o tempo, até um determinado instante em que a construção não oferece o conforto prescrito pelas novas perspectivas de bem morar de uma estabelecida classe social, chegando assim á demolição. Grandes residências transfigurado em cortiços mostram claramente a seriedade dos problemas dos bens culturais modificados pelos processos de aculturamento. No Brasil, temos vários casos interessantes de soluções e materiais construtivos, como nas experiências dirigida dos indígenas para as primeiras habitações criadas pelos portugueses.
[pic 1]
Verificando a gravura de Debret “Família Pobre em Casa”, é permitido afirmar que “somente equipada e vivida, é que a casa tem personalidade ou autenticidade documental”.
Outro exemplo citado pelo autor é o de uma residência na Rua Florêncio de Abreu, intocada, e seus objetos preservados pela dona que guardava a memória de seu pai falecido no final do século. A casa guardava elementos do Patrimônio Cultural, com objetos específicos de uma família de classe média alta, como quadros preferidos pela burguesia da época, móveis, louças e porcelanas, entre outros objetos que preservavam sua origem, tudo disseminado pela indiferença, no qual não houve o menor interesse na conservação desses conjuntos, tudo correspondendo a falta de interesse com esse tema. No fim, encerrou-se a desagregação desses objetos em forma de leilão, assim o culto ao objeto se tornou uma obra de arte autônoma, não sendo mais original e começando a fazer parte de outro contexto, com outras relações e outras funções. Na época da inauguração desse sobrado, os edifícios vizinhos mantinham um idêntico relacionamento espacial, com linguagem neoclássica, sucedendo as velhas casas de taipa, da época da pobreza, e por aí vemos o artefato da cidade se renovando sobre si mesmo, os bens culturais da cidade sendo constantemente modificados. Com a era moderna, os objetos deixam de serem feitos à mão, sendo a época da produção em série, da uniformidade e padronização. Os artefatos propõem outros pensamentos quanto a sua classificação. Vários objetos se singularizam devido ao fato de terem participado de eventos que se convencionou denominar de históricos, assim começam a ter um respeito que os demais não possuem, fundamentado na credibilidade, mesmo não tendo comprovação que garantem sua importância. Atualmente, temos muitos museus apoiados nesse tipo de acervo, no qual a crendice popular pode ser explorada.
Portanto, como é descrito no livro até agora, o Patrimônio Cultural é bastante diverso, não sucedendo critérios e interesses voltados à preservação, sendo que elegido sob qualquer ótica, sem a precaução de mostrar estágios culturais ultrapassados de toda uma sociedade. Nos últimos séculos a arqueologia tem se aplicado por identificar e estudar os restos e vestígios dos povos passados, na tentativa de entender a vida dos povos remotos, sua rotina, pensamento, e crenças.
A memória social tem sido tratada com sobriedade somente agora nos tempos atuais, antes só haviam fenômenos isolados de estudiosos e colecionadores que providenciam a preservação dos chamados Patrimônios Históricos e Artísticos. E então vem a pergunta: por que preservar? Essa pergunta tem um vasto significado e é reflexiva quanto a sua abrangência.
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