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O Surgimento do núcleo urbano de Belém

Por:   •  12/4/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  839 Palavras (4 Páginas)  •  154 Visualizações

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O surgimento do núcleo urbano de Belém inseriu-se num processo paradigmático, onde Estado e fortificação se coadunaram num dos mais frequentes métodos utilizados no urbanismo da expansão portuguesa, que associava a cidade à fortificação. Esta forma de urbanização, corrente no litoral brasileiro e em outras colônias ultramarinas - nos Açores, na África e no Oriente - foi constante nos séculos XVI e XVII e se intensificaram no século XVIII quando cresceram os interesses da metrópole pelo território do extremo Norte brasileiro (ARAÚJO, 1992).

O processo de urbanização se iniciava com a efetiva posse do território, onde o Estado português se fazia presente com a estrutura do seu sistema administrativo, composto de um quadro funcional complexo e representativo do poder que desejava exercer. Para manter a posse, como estratégia de defesa, o território era fortificado, e para isso, contava no seu grupo de funcionários com engenheiros militares, responsáveis pelo controle do território. Esses engenheiros eram encarregados dos desenhos das fortificações e mapas e, na maioria das vezes, dos desenhos das formações urbanas e das suas implantações (ARAÚJO, 1992).

A criação de cidades e a urbanização nos territórios coloniais portugueses tiveram caráter ideológico. Faziam parte de um conjunto de atribuições do Estado, vinculado a uma relação de poder exercida pelos funcionários da corte e impregnada de uma carga simbólica de imposição cultural, utilizada como estratégia de controle, domínio social e territorial. Nesse contexto a fortificação surgia não apenas como um elemento arquitetônico de função militar, mas também como meio gerador do processo de urbanização, a partir do qual os espaços eram definidos e hierarquizados, agregando-se posteriormente outros edifícios representativos, como as igrejas, a casa de câmara e cadeia e a residência dos governadores, construídos geralmente próximos ao forte e em torno de uma ou duas praças, ou largos, formando um conjunto de representação simbólica do poder do Estado e do Clero.(MORGADO, 2008).

O mapa elaborado engenheiro militar João André Schwebel (Figura 1), em 1753, é uma das mais importantes referências iconográficas para se avaliar a dimensão urbana de Belém em meados do século.

No final de setecentos há um adensamento notável pela observação que se faz entre o mapa de 1753 da figura anterior e o mapa realizado em 1791 por outro engenheiro militar, o coronel Teodósio Constantino Chermont (Figura 2). Mas, a expansão da área urbanizada, ao analisar o segundo mapa, é insignificante e os traçados das vias permanecem como em meados do século. (MORGADO, 2013).

O mapa de 1753 (Figura 3), mostra que em meados do século já havia uma edificação naquele local com o mesmo tipo em L que aparece no mapa de 1791 (Figura 4). Tipo que foi igualmente identificado, com base nas prospecções arqueológicas, como pré-existente antes das reformas empreendidas em meados do século XX. (MORGADO, 2013).

Há de se observa que, ao se traçar a cidade, os nomes das ruas eram sempre associados ás suas direções, aos seus prédios importantes, às personalidades ou família que habitavam nela, ou ainda ao ofício predominante de seus moradores. A primeira rua, como vimos, era chamada rua Norte, já aquela que passava ao lado do palácio dos governadores, foi denominada em certo momento de rua da Ilharga do palácio. Com a

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