O Texto Analítico
Por: Lucas M. • 21/11/2023 • Resenha • 869 Palavras (4 Páginas) • 55 Visualizações
Os olhos do observador talvez possa ser, aqui, nessa discussão, um artificio importante na tentativa de solucionar o processo de urbanização, reurbanização e ocupação das cidades. Esse observador que tratamos aqui e durante as aulas – baseados na leitura e em vídeos documentais – diz respeito sobre o morador, comerciante, usuário e ocupante da cidade. Trazendo, então, esse ícone para a discussão em torno da realidade urbana de Palmas, conseguimos notar o quanto a cidade deixa de adentrar à arquitetura e, também, sobrepõe todo o seu “planejamento” sobre as necessidades sociais dos civis.
Adentrar nas superquadras da nossa cidade é como viver diferentes experiências – já que várias foram entregues a diferentes arquitetos para planejá-las – que nos levam, quase sempre, ao mesmo resultado: passeios indiferentes à necessidade do usuário, casas fechadas e tomadas pela insegurança aumentando, também, o medo de quem transeunte pelas suas calçadas, comércio pouco abundante e, quase nunca, atendendo a necessidade dos moradores (já que, aqui, as superquadras miram pequenos distritos dentro de uma grande cidade), áreas públicas não usuais. Esse último, nos traz a tona o assunto tratado por Jane Jacobs em seu livro “Morte e Vida das grandes cidades” quando notamos que o processo de urbanização, planejamento urbano e reurbanização vivem à espreita de teorias impregnadas nos profissionais através de estudos absolutamente nada pragmáticos. Por que temos que ter um corredor em formato praça no meio de uma quadra – como conseguimos ver na quadra em que moramos (106 Norte) – sendo escuro, destratado e esquecido pelos governantes e que a população acerca não a utiliza, acha perigosa e “feia”? Por que não nos atentarmos para as necessidades dos moradores dessa quadra e reutilizar, revitalizar e reurbanizar esse espaço?
Mas não podemos parar por aqui. Uma quadra é apenas reflexo da cidade. E em Palmas, os arredores também são reflexo do seu formato urbano. Trata-se da periferizar nossa cidade e tratar os bairros afastados como o “subúrbio” ainda citado por Jacobs. Carregamos a falsa impressão de que lá é o modelo ideal do que NÃO se deve fazer na cidade e aprovamos os cuidados governamentais apenas como grande centro da cidade. Assim, como em outros países, o centro se desmantela em olhos assustadoramente focados em arquitetura de cabresto enquanto, o Aureny, por exemplo, esmiúça o convívio social da sua população trazendo para dentro do bairro aquilo que realmente importa para eles. Portanto, enxergamos que, algumas vezes, a socioespalicização das cidades, é um problema menor que tudo que a envolve em questões urbanas.
Com base nisso, trazendo a tona todo o viés que está ligando a criação desses bairros periféricos que se dá principalmente pela forma como a valorização do plano diretor encareceu para a compra de um terreno nesse plano, sendo assim, a única forma de se viver na cidade, muitos habitantes de mais vulneráveis, foram obrigados a residir nessas nova área. Então por conta política primeiramente governamental - Siqueira Campos o então governador - expulsa esses menos favorecidos do plano diretor, criando uma segregação, sendo assim, têm-se aquela região pensada para centros comercias e habitável apenas para aqueles que possuem posses.
Isso, por que como no documentário dos Irmãos Roberto e Ballet das Ruas, é refletido na nossa cidade. Tanto foi planejada que esqueceram-se que aqui habitariam vida, pessoas e diferentes culturas. A paisagem urbana de Palmas como um todo, não é mais capaz de adentrar as quadras e ruas internas de forma que sua urbanização leve seus moradores a vivencia-la. Grandes avenidas tecem a cidade de Norte a Sul e Leste a Oeste, mas atrás delas a população vive atrás de grandes muros em ruas pacatas das superquadras tendo pouco ou quase nenhum contato uns com os outros.
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