O URBANISMO ECOLÓGICO

URBANISMO ECOLÓGICO

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"A população do mundo continua a crescer, acarretando uma constante migração das áreas rurais para as urbanas. Um número cada vez maior de pessoas e de cidades significa uma maior exploração dos recursos limitados do mundo. A cada ano, mais e mais cidades estão sentindo os impactos devastadores dessa situação. O que podemos fazer? Que recursos temos, como arquitetos e urbanistas, para lidar com essa realidade?"

"O relatório Brundtland de 1987, diversos estudos científicos sobre os impactos do aquecimento global e os argumentos apaixonados do ex-vice-presidente dos Estados Unidos AI Gore deixaram sua marca, mas a com a crescente preocupação com o meio ambiente vem acompanhada de grande ceticismo e resistência."

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"Muitas vezes, a arquitetura sustentável, rudimentar em si mesma, significava também um estilo de vida alternativo, de renúncia, e esvaziado de prazer. Isso mudou, e ainda está mudando.   As práticas de projeto sustentável estão se tornando a norma na profissão. Nos Estados Unidos, a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – a norma nacional para avaliar edifícios sustentáveis - tem sido cada vez mais aplicada."

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"Como uma cidade, com todos os seus mecanismos de consumo - o modo como devora energia, sua demanda insaciável por alimentos - pode ser ecológica? Em certo sentido, o projeto do urbanismo", se podemos chamar assim, vai de encontro ao da ecologia, com sua ênfase na relação dos organismos com o meio ambiente - uma ênfase que invariavelmente exclui a intervenção humana."

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"O artigo de Klein nos mostra um grande território sendo devastado pela busca por petróleo. Alberta possui "grandes depósitos        de betume – uma        substância        preta        pegajosa, semelhante ao alcatrão, que é misturada com areia, argila, água e óleo [...] aproximadamente 2,5 bilhões de barris, o maior depósito de hidrocarboneto do mundo". Os processos envolvidos na transformação desse betume em petróleo bruto são        ao mesmo tempo complexos e custosos. Um método envolve a mineração a céu aberto – para tanto,         grandes florestas têm que ser derrubadas e a camada superficial do solo         é removida antes que máquinas enormes escavem o betume e o transportem nos maiores caminhões com caçamba do mundo."

"Um segundo método envolve a perfuração de grandes dutos que impulsionam vapor profundamente sob a terra para derreter o betume antes que um segundo duto o conduza através de várias e tapas de refinação."

"Ambos os processos são muito mais caros que a extração de petróleo convencional e produzem três ou quatro vezes mais gases de efeito estufa."

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"A segunda matéria envolvia a construção de um prédio residencial em Mumbai para um dos mais ricos magnatas da índia, Mukesh Ambani, presidente do maior grupo empresarial do país, o Reliance Group. O edifício, chamado Antillia, em homenagem à lendária ilha, é equivalente em altura a uma torre de sessenta andares. Além de oferecer acomodação para Ambani, sua mãe, sua mulher, três filhos e seiscentos empregados em tempo integral, tem seu próprio heliporto, academia de ginástica e seis andares de estacionamento."

"De acordo com Praful Bidwai, colunista de um jornal local citado no artigo, "observa-se um ódio crescente em relação a gastos tão absurdos", quando a discrepância entre ricos e pobres está se tornando obscena."

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"Essas três matérias são algumas facetas das múltiplas realidades que nossas ações individuais e coletivas ajudam a configurar no contexto urbano contemporâneo.  Juntas, elas iluminam o argumento de Gregory Bateson de que, em oposição à teoria darwiniana da seleção natural, "a unidade de sobrevivência é o organismo junto com o meio ambiente".

"O conceito ético-político de "ecosofia" proposto por Guattari é desenvolvido na forma de três "registros" ecológicos: meio ambiente, relações sociais e s objetividade humana. Como Bateson, Guattari sublinha o papel que os seres humanos desempenham nas práticas ecológicas. De acordo com ele, a resposta apropriada para a crise ecológica só pode ser obtida em uma escala global "desde que isso produza uma autêntica revolução política, social e cultural, dando novas formas aos objetivos da produção de bens materiais assim como dos imateriais".

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"A posição de Guattari, desenvolvida no final dos anos 1980, é, ao mesmo tempo, uma crítica ao estruturalismo e ao pós-modernismo despolitizado, que "nos acostumou a urna visão do mundo que despreza a importância da intervenção humana", e um projeto ético e estético que promove a "transformação dos objetivos da produção de bens materiais assim como dos imateriais". Se aplicada ao campo do urbanismo, essa abordagem radical resultaria em uma pratica projetual ecológica que não levaria apenas conta a fragilidade do ecossistema e os limites dos recursos naturais, mas consideraria tais condições como a base para uma nova forma de pensamento criativo".