O cativeiro da terra
Por: Wanderson Faleiros • 28/11/2018 • Monografia • 490 Palavras (2 Páginas) • 429 Visualizações
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Em seu texto José de Souza Martins aborda sobre “O cativeiro da terra”. Ele apresenta diversos processos nas relações de trabalho, muitos pesquisadores apresentam informações acerca das relações de trabalho ocorridas da substituição do escravo por trabalhadores livres. No entanto não podem ser definidas como capitalistas e nem como trabalho assalariado, explicando o colonato com essas diferentes relações.
Temos uma nova relação entre trabalhador livre que substituía o escravo e o fazendeiro. O trabalhador livre se separava da sua força de trabalho, mas ainda assim se tornava sujeito ao capital, já o fazendeiro capitalista possuía relações de trocas com os comissários do café e posteriormente com a evolução da cultura passou a ter relações com o setor exportador.
A entrada desse trabalhador livre inflige esses contextos, pois antes o escravo entrava como mercadoria. Agora com sua escassez e abolição temos um impacto gerado ao fazendeiro capitalista, impedindo jornadas de trabalhos a perder de vista, mudando a forma de extração de trabalho. O trabalhador livre não era coagido pelo sistema capitalista para ceder sua força de trabalho, eles recebiam aparentemente pelo seu trabalho, entrando como uma renda capitalizada, uma mercadoria.
O autor afirma que o fazendeiro não pode ser visto como um rentista feudal, pois o lucro do fazendeiro é baseado no lucro médio, o trabalhador (cativo), não é uma renda pré-capitalista, mas sim uma renda que se reveste na lucratividade.
Essas novas relações de trabalho livre eram complexas tendo em vista que em uma sociedade escravocrata não dava a visão de trabalho livre como virtude. O trabalhador legitima sua exploração, esses aspectos explicam a imigração na época cafeeira, pois essa transformação na relação do trabalho ainda não era promovida pelo pensamento dessa sociedade.
O colonato se baseava em pagamento pelo café colhido, pelos cuidados ao cafezal e pela oportunidade de produzir alimentos que eram utilizados e comercializados pelo próprio trabalhador. No colonato o trabalhador era familiar, dependendo de condições de vida, não podendo definir essa relação como capitalista. O pagamento tem de ser feito em dinheiro para poder ser caracterizada como atividade capitalista, Martins então levanta a hipótese de que o capitalismo reestrutura as antigas relações, subordinando a reprodução do capital e de relações não capitalistas, sendo contraditório.
Vem a tona a grande contradição, a produção capitalista de relações não capitalistas. Vemos a subordinação de relações pré-capitalistas juntamente da subordinação não capitalista, onde o capitalismo condiciona sua expansão pela incorporação de áreas e pessoas às relações de comércio, deixando de lado um trabalho assalariado e reproduzindo garantias para sua própria ampliação no mercado. A primeira etapa do capitalismo é expandir e produzir e não precisa estar junto de relações capitalistas para essa situação ocorrer.
A mercadoria da uma definição e visão mundial ao capitalismo. O autor exemplifica explanando que a renda capitalizada foi o principal meio do capital da fazenda cafeeira tanto na escravatura quanto no regime trabalhista livre. A criação do camponês é uma grande demonstração de produção capitalista de relações não capitalistas.
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