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O que é ser moderno na gênese da arquitetura moderna Brasileira.

Por:   •  6/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  796 Palavras (4 Páginas)  •  133 Visualizações

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ARQUITETURA E URBANISMO

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ARQUITETURA DO BRASIL III

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O que é ser moderno na gênese da arquitetura moderna Brasileira.

Introdução 

As trocas do Brasil com a Europa se intensificaram com a chegada de artistas estrangeiros e com a peregrinação de brasileiros à Europa. Desse jeito, as ideias modernistas começaram a se difundir, marcando o começo de um novo jeito de se pensar as artes. A primeira análise que devemos fazer, está no contexto que se insere a arquitetura moderna no Brasil. O país estava iniciando um período histórico, onde passava a ser questionado não só a arquitetura, mas os movimentos artísticos que eram existentes, o neocolonial e art déco. Em contraposição à arquitetura colonial, os grandes governos populistas que surgiam na américa latina a partir da crise de 1929 estabeleciam boa relação com os arquitetos jovens que surgiam, dando a eles liberdade artística para desenvolver obras que buscavam solucionar questões sociais e econômicas. É nesse período que surgem edifícios públicos, escolas, conjuntos habitacionais e hospitais construídos com novos olhares arquitetônicos que moldaram a arquitetura de 1930 até a década de 1960.

No início, o Brasil não era um país industrializado, não possuía mão de obra qualificada e os custos dos materiais eram altos, esses foram grandes problemas que Gregori Warchavchik passou, ao construir a primeira obra brasileira de arquitetura moderna, localizada na rua Santa Cruz, na Vila Mariana. A casa servia como residência própria do casal e, por ter sido construída utilizando de técnicas tradicionais com tijolo revestido ao invés de concreto armado, que é como ela aparenta ser, a obra foi muito criticada, e Warchavchik comenta:

Não querendo copiar o que na Europa está se fazendo, inspirado pelo encanto das paisagens brasileiras, tentei criar um caráter de arquitetura que se adaptasse a esta região, ao clima e também às antigas tradições desta terra. Ao lado de linhas retas, nítidas, verticais e horizontais, que constituem, em forma de cubos e planos, o principal elemento da arquitetura moderna, fiz uso das tão decorativas e características telhas coloniais e creio que consegui idear uma casa muito brasileira, pela sua perfeita adaptação ao ambiente. O jardim, de caráter tropical, em redor da casa, contém toda a riqueza das plantas típicas brasileiras. (WARCHAVCHIK, 1928)

Em sua fala há uma clara preocupação com o conforto da casa e o regionalismo, e nos leva à questão sobre como o conforto (ambiental, térmico, acústico e visual) era discutido na arquitetura modernista, não apenas por Warchavchik, mas por outros arquitetos também. Teria sido o modernismo que trouxe essa questão para a arquitetura?[pic 2]

Casa Santa Cruz, Gregori Warchavchik, São Paulo, 1927

Desenvolvimento

Dentre os grandes arquitetos da escola carioca, Affonso Eduardo Reidy desempenha um grande papel para a construção do pensamento modernista em edifícios públicos, ocupando o cargo de arquiteto chefe da prefeitura do Rio de Janeiro e construindo edifícios de grande relevância. O arquiteto segue uma lógica racionalista na composição de suas obras, seguindo sempre os conceitos Le Corbusianos apresentados durante sua visita ao Rio de Janeiro em 1929. Entre suas obras de relevância, destacam-se o Museu de Arte Moderna, e o Edifício Pedregulho, ambas no Rio de Janeiro. O Conjunto Pedregulho é uma obra de puro valor social, uma das poucas obras de arquitetos brasileiros a serem elogiadas por Max Bill, artista europeu que fez duras críticas à arquitetura moderna brasileira, especialmente a carioca. O projeto apresenta uma composição que integra habitação, educação e lazer, a forma das construções define a função de cada espaço. A forma curva do edifício não se apresenta por mero formalismo, e sim em uma solução racional para se obter melhor aproveitamento do ambiente, e solucionar questões de conforto ambiental, como iluminação e ventilação. A obra de Reidy se inspira nas teorias de Le Corbusier, mas também se apoia nas soluções apresentadas por Oscar Niemeyer no conjunto Pampulha, com abóbadas e formas curvas.

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