“Povoamento e Urbanização do Rio Grande do Sul – A fronteira como trajetória”
Por: Jéssica Araújo • 23/8/2017 • Resenha • 727 Palavras (3 Páginas) • 546 Visualizações
RESENHA
“Povoamento e Urbanização do Rio Grande do Sul – A fronteira como trajetória”
O texto de Vera Lúcia Maciel Barroso relata o processo de povoamento e urbanização do Estado do Rio Grande do Sul, suas fases e variações no processo de ocupação do estado, sobretudo nos séculos XVII e XIX. Esse encaminhamento é subdivido em três fases: a de instalação (sé. XVIII), a de organização (séc XIX) e a de expansão (séc XX).
O Estado não oferecia atrativos econômicos para a época no país e por esse motivo foi tardiamente ocupado. A fase de instalação compreende-se no século XVIII. Primeiramente Portugal penetrou-se no lado litorâneo do Estado (1680) ea oeste, os jesuítas a serviço da Coroa espanhola atravessaram o rio Uruguai, instalando os sete povos, mais conhecido de missões. Entretanto, a ação bandeirante ao destruir as Missões e delas levando muitos índios cativos, deixou o território abandonado. Portugal queria uma ocupação mais decidida, porém necessitava de transporte, utilizaram-se então das mulas, abrindo-se os primeiros caminhos e criando-se os primeiros povoados.
Somente em 1732, com a concessão das sesmaria* e das Conchas que ficou oficialmente reconhecido o território. Esse avanço ocupacional também ganhava importância como área subsidiária da economia central brasileira. Com isto, houve um período de muitos conflitos entre Portugal e Espanha, foram assinados alguns tratados e apenas com a política da concessão das sesmarias, Portugal tomou posse do território aproximado do que vemos hoje do Estado do Rio Grande do Sul.
O processo de Urbanização se dá na primeira metade do século XIX, na sua fase de organização, onde Portugal com a posse definitiva das terras e os espanhóis expulsos do Estado se estabeleceu uma sociedade de matriz claramente portuguesa e uma economia baseada principalmente no charque e no trigo. No final do século o comércio se fortaleceu com a chegada de imigrantes, os alemães, foram os grandes responsáveis pelo nascimento de pontilhadas aglomerações e povoados em torno do rio Jacuí. Esta expansão, com base na ocupação agrícola aumentando consideravelmente o número de vilas e povoados. O aumento populacional das redondezas e a vitalidade despertada nas relações de produção constituíram-se em variáveis desse processo. Através da imigração italiana, a depressão central ligava-se ao planalto, até então deslocado da órbita populacional, um verdadeiro deserto, visto que a vala leste-oeste estava proliferada de muitos núcleos germânicos, enquanto a campanha meridional concentrava relativo número de habitantes, dado ser a pecuária (criação e charqueada) a atividade predominante.
A ocupação rápida das vastas áreas de campo entre a depressão central e a fronteira sudoeste firmou a supremacia da pecuária extensiva sobre a agricultura. O charque, com a instalação de charqueadas na órbita Pelotas, Rio Grande e Bagé, atraiu toda a zona ganadeira sudoeste. Havia consumo fácil para tudo quanto viesse das Missões: o gado para as charqueadas; os couros para o porto de Rio Grande; cavalos e mulas para serra acima, a caminho da Feira de Sorocaba.
Na sua fase de expansão os núcleos urbanos estáveis situavam-se na área da pecuária (23 cidades), isso se explica pela expansão de Charqueadas, empresa escravista, que exportava: couro, sebo e charque. Porém Charqueadas entrou em crise e a agricultura colonial e a indústria regional avançaram. Assim, houve uma orientação na economia gaúcha que deu novos rumos ao processo de ocupação e urbanização do Estado.
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