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REFLEXÃO SOBRE A NOVA UTILIZAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA E A RETIRADA DA LINHA FÉRREA NA VISÃO DOS MORADORES DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA, SP.

Por:   •  23/4/2020  •  Artigo  •  3.357 Palavras (14 Páginas)  •  188 Visualizações

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REFLEXÃO SOBRE A NOVA UTILIZAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA E A RETIRADA DA LINHA FÉRREA NA VISÃO DOS MORADORES DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA, SP.

Aline Carreira de Carvalho

Graduanda em Arquitetura e Urbanismo

Faculdades Integradas de Três Lagoas - FITL/AEMS

Ana Carolina Fialho Madureira

Graduanda em Arquitetura e Urbanismo

 Faculdades Integradas de Três Lagoas - FITL/AEMS

André Luís Valverde Fernandes

Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS/CPTL

Docente das Faculdades Integradas de Três Lagoas - FITL/AEMS

Rodrigo Guimarães Pinho

Arquiteto e Urbanista

Docente das Faculdades Integradas de Três Lagoas - FITL/AEMS

RESUMO

A linha férrea da cidade de Andradina, SP, cruza a cidade ao meio dificultando não só a vivência dos moradores que residem próximo, mas também a circulação dos mesmos no centro comercial. Neste artigo busca-se analisar a percepção ambiental dos moradores sobre o desvio da linha férrea, ou seja, a retirada dos trilhos na área central da cidade e a nova reutilização da estação ferroviária. A metodologia baseou-se no procedimento técnico de levantamento e a pesquisa foi classificada como aplicada, exploratória e descritiva, de caráter qualitativo e quantitativo, e, sobretudo, utilizou-se como técnica de coleta de dados às entrevistas e a pesquisa de campo. Foi escolhido o método de entrevistas com base nos depoimentos dos entrevistados, para que pudéssemos perceber através das informações colhidas, como a população vê a retirada da linha férrea e suas opiniões sobre o novo uso da estação ferroviária, com estratégia de equipamento sociocultural. Os moradores apresentam forte sentimento pelo local, mas demonstram estar inseguros com a passagem dos trens no centro da cidade e esperam que os trilhos sejam retirados em breve. Em relação à estação ferroviária, a população esta contente e orgulhosa com a nova utilização e conservação deste monumento histórico da cidade.

PALAVRAS-CHAVE: Percepção ambiental; Linha férrea; Estação ferroviária.

INTRODUÇÃO

A cidade de Andradina está localizada a noroeste do estado de São Paulo, com uma área de 960,1 km2 de extensão, e uma população de 55.334 habitantes (IBGE, 2014).

Para Silva (2014), as ferrovias têm origem no século XIX, quando a máquina a vapor começou a ser utilizada para movimentar composições por cima de trilhos. Pouco depois, passaram a ser desenvolvidas para o transporte de passageiros e matérias primas para as fábricas, assim definiram um novo padrão de transporte por via terrestre.                    

O primeiro sistema de transporte que utilizou o mecanismo de carris que se movimentavam por trilhos foi à Grécia Antiga. A estrada servia para transportar embarcações, porém só se movimentava com o uso da força animal e dos homens. Ao passar dos anos, no início do século XVI, na Alemanha, esse sistema de transporte começou a ser usado também em locais de extração de minérios, e até hoje é muito usado nas minas à utilização de carris para transportar os minérios e fazer sua retirada do interior das minas (SILVA, 2014).                  

Em 1776, os trilhos de madeira passaram a ser de ferro e assim surgiram as locomotivas a vapor. Devido sua força e velocidade, as máquinas substituíram os cavalos e homens, proporcionando o aumento das cargas e vagões. A partir dessa época foram-se realizando melhorias devido o avanço tecnológico nas linhas férreas que conhecemos atualmente.

Grande parte da malha ferroviária do Brasil está concentrada nas regiões sul e sudeste com predominância para o transporte de cargas. As mercadorias transportadas são de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc. (BRASIL, 2014).

No interior do estado de São Paulo, na cidade de Andradina, a linha férrea passa pelo centro comercial da cidade. Os trens normalmente estão carregados com combustíveis, ferro e aço. Devido a constante atividade comercial e travessia dos trens tem causado muitos transtornos para a população andradinense.

Nesse sentido, o presente trabalho busca investigar alguns questionamentos: A linha férrea que atravessa o centro comercial de Andradina tem causado problemas aos moradores locais? A população está contente com a reutilização da estação ferroviária?

Desse modo, a malha ferroviária atravessa todo o país, tendo em vista a facilidade do transporte ferroviário e melhor sistema para carregar toneladas de materiais sem prejudicar as estradas e vias brasileiras. Porém, essas malhas têm causado problemas em cidades, principalmente no interior dos estados. Devido seu crescimento essas vias tem se localizado nos centros comerciais das cidades.

Este trabalho tem por objetivo analisar a percepção dos moradores da cidade de Andradina, SP, que residem nas proximidades da linha férrea e verificar como os mesmos percebem o novo uso da estação ferroviária.

A importância do trabalho, certamente pode ser justificada considerando alguns acidentes que foram ocorridos. Segundo o Jornal Impacto Online (2013), decorrente de um grave acidente ocorrido em 07 de junho de 1999, houve o descarrilamento de quatro vagões carregados de combustível na Vila Passarelli na cidade de Andradina, SP. Uma tragédia de tamanha proporção poderia ter ocorrido em qualquer local da cidade, já que a linha férrea atravessa toda a cidade.

Com isso, até hoje este acidente tem causado medo em toda população andradinense, pois os trens carregados de combustível ainda passa com frequência no interior da cidade.

Acrescenta-se também outra notícia que deixa a população apreensiva e com mais medo. De acordo com a notícia expedida pelo Jornal da Globo (2012, p.1):

Cancelas que ajudam a controlar o trânsito e evitam que os motoristas cruzem a ferrovia serão retiradas em Andradina, no interior de São Paulo. Pare, olhe e escute. É o que restará para fazer para quem passa pela linha do trem.

As cancelas foram construídas há 20 anos e são oito cruzamentos. Para garantir a segurança da população, 30 guardas municipais se revezam na operação do equipamento. Os gastos com manutenção e pagamento de funcionários chegam a R$ 700 mil por ano.

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