RELATÓRIO TÉCNICO 01 AVALIAÇÃO DA PAISAGEM SONORA DA PRAÇA DA LIBERDADE
Por: Verônica Flôres • 19/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.156 Palavras (5 Páginas) • 314 Visualizações
DÉBORA BLANDA FERREIRA AIRES SALOMÃO
MAYARA EMANUELLI DA CRUZ OLIVEIRA
VERÔNICA FLÔRES DE CARVALHO SILVA
RELATÓRIO TÉCNICO 01
AVALIAÇÃO DA PAISAGEM SONORA DA PRAÇA DA LIBERDADE
TAU093 – OFICINA TEMÁTICA DE ACÚSTICA URBANA
Professora: Iraci Pereira Stensjö
BELO HORIZONTE
Outubro de 2017
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Débora
2 LEVANTAMENTO DE DADOS
2.1. DEFINIÇÃO DOS PONTOS DE ESTUDO
Para este estudo foram necessárias medições em três pontos da praça, escolhidos em razão dos contrastes existentes. Logo, já que além dos níveis sonoros a paisagem urbana resulta de vários outros fatores, como por exemplo, o microclima local, buscou-se pontos diferenciados em sua conformação e inserção urbana, visando alcançar uma maior amplitude quanto ao entendimento deste cenário. Foram então definidos os pontos abaixo:[pic 5]
O primeiro ponto foi centralizado na praça, na via peatonal denominada Alameda Travessia. Embora próximo, mas com um contexto bastante diverso, o segundo local escolhido foi o Coreto. Por fim, o terceiro ponto corresponde a um intermédio entre as situações anteriores, estando mais próximo as vias, mas ainda sob a presença de vegetação. As medições, entrevistas e observações foram realizadas no dia 25/09/2017, no período da tarde.
2.2. AVALIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS
2.2.1. Fontes de som
De um modo geral, pode-se dizer que a Praça da Liberdade apresenta uma identidade sonora bastante rica e diversificada. Imersa em uma área urbana dinâmica, apresenta grandes fluxos de pedestres e veículos, que se caracterizam como fontes sonoras ativas (também chamadas de artificiais ou sons humanos), que se cruzam e interagem com as fontes passivas (ou naturais), que conforme Almeida atuam como próprios embelezamentos sonoros (Blesser e Salter, 2007; Daumal Domènech, 2002 apud Almeida, 2002). Deste modo, dentre as fontes de som identificadas durante a visita estão:
- Fontes ativas: veículos e trânsito em geral, buzinas, sons dos semáforos, conversas de pessoas, risadas, crianças e música;
- Fontes passivas: pássaros, vento, folhas e árvores, alguns animais, e os sons da água, que neste dia se davam pelos irrigadores dos jardins, já que as fontes se encontravam desligadas.
Mas embora se apresente esta paisagem geral, observou-se uma clara diferenciação entre os pontos. No ponto 01 identifica-se mais facilmente os sons naturais, por estar mais resguardado das fontes ativas, já que se distancia das vias e não se apresenta como uma área de concentração de pessoas, sendo basicamente de passagem. Já no ponto 02, esta situação se inverte, pois, o Coreto se aproxima do limite da praça e ainda se configura uma área de estar, atraindo a presença e permanência de usuários. No ponto 03, como um nível intermediário, ainda é possível identificar a presença das fontes sonoras naturais, como dos pássaros e do vento, no entanto, destaca-se também grande influência daquelas advindas do trânsito, graças a proximidade à via.
[pic 6]
Figura 00 - Perspectiva do ponto de medição 01. Nota-se a presença de árvores e do piso em terra, e dos irrigadores. Cabe também ressaltar o maior distanciamento das vias. Fonte: Imagem dos autores, 2017.
[pic 7][pic 8]
Figuras 00 e 00 - Vista dos pontos 02 e 03. Fonte: Imagens dos autores, 2017.
Não foram identificados soundmarks, mas acredita-se que a própria somatória das diversas fontes presentes à conformação e grande atividade local já garantem características particulares a paisagem sonora da praça.
2.2.2. Espaço
A morfologia e a materialidade de um determinado espaço influenciam diretamente no modo de propagação dos sons e em sua percepção pelos usuários (Almeida, 2002). Neste contexto, a Praça da Liberdade apresenta características que criam um ambiente único na cidade de Belo Horizonte, em uma área de aproximadamente 22 mil m² (área estimada a partir do software Google Earth, 2017), conforma um grande espaço aberto em um meio urbano bastante intenso.
A praça é cercada por vias e por edificações de altimetria moderada (se comparadas à outras presentes nas áreas centrais), que configuram assim limites em superfícies planas e lisas, com maior capacidade de reflexão e reverberação. Em contrapartida, a vegetação é abundante, assim como a área permeável, o que garante a partir das superfícies mais irregulares e rugosas a difusão e absorção dos sons, e assim a criação de uma paisagem sonora mais amena.
Mas há diferenciações internas à própria praça, que resultam da disposição destes elementos. Nos pontos 01 e 03, o maior número de árvores e de áreas gramadas, junto a outros fatores, possivelmente cria sensações acústicas mais confortáveis, diferentemente do ponto 02, o Coreto, que se encontra em uma área pavimentada e mais distante da vegetação, apesar de próximo às fontes. Este ainda se encontra em um nível mais alto, é aberto, e possui cobertura em superfície convexa, que se caracteriza pela maior capacidade de dispersão frente a área sonora.
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