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Reltório Exposição Dani Avelar

Por:   •  17/8/2023  •  Relatório de pesquisa  •  1.327 Palavras (6 Páginas)  •  77 Visualizações

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|Dani Avelar| Vamos lá, vou tentar responder e você me diz se é por aí, é que eu não vejo de jeito nenhum como separado nunca palavra e imagem, eu acho, eu, eu, eu penso eu faço como um outro modo de escrever. Então acho que, por isso, né, de que um trabalho surge pela palavra e tudo começa e acaba em palavra, que é um, um modo de escrever, então, se for pra escrever num papel, se é na parede, se é no espaço, se é com gesso, se é com, enfim, é um outro jeito de escrever, tipo que me interessa, que eu tô fazendo é escrevendo. E aí como vou escrever é que vai mudando.

|Kelly| E você acha que dá pra dizer que também é um outro modo de criar imagens?

|Dani Avelar| Sim, mas eu acho que, é como, é que eu vejo mais próximo até de um... de uma escrita na área da literatura, né, você tá criando imagens, mesmo... um texto na literatura ele é sempre imagem, porque um designer foi lá e diagramou aquilo e a gente tá, a gente tá lendo algo que a gente tá vendo. Mas acho que é muito mais nesse lugar de sugerir outras imagens, né, dos sentidos daquelas palavras, do que... e aí por isso não separar tanto, né, as emoções, seja palavra e imagem.

|Kelly| Mas pensando na literatura você acha que a literatura, ela, ela sempre sugere uma imagem? Sempre?  Um texto, um texto escrito bem convencional, é...

|Dani Avelar| Sim, a gente vai construindo, a gente vai produzindo imagens, né, na nossa cabeça enquanto a gente tá...

|Kelly| Mas por exemplo, há, há escritores atualmente, né, sei lá, acho que isso vem desde o Joyce, a gente pode dizer, mas, pegando, sei lá, algo bem contemporâneo, Aline Bay, que ela vai pensar realmente, e os poetas fazem muito isso, né, de pensar a palavra plasticamente, mesmo, e sei lá, a gente não está falando de poesia concreta, não é isso, né, mais assim, mesmo num texto entre aspas, convencional, as vezes a maneira como você, sei lá, quebra o... a frase, ou como você acrescenta vogais ou consoantes, enfim, você dá... você traz uma, uma, o que eu quero dizer, uma imagem, é, uma imagem é ali pontual, né, que não tem haver com contexto, com significado, digamos assim necessariamente.

|Dani Avelar| É, é que eu acho que assim, pelo menos na literatura contemporânea tem uma coisa que as veze não é tanto sobre uma experimentação, é... Plástica ou visual, é mais uma espacialização não convencional. Eu acho que aí é menos uma preocupação. Eu acho que é uma, um exercício de espacializar que... que é outro, mas assim, as imagens produzidas talvez sejam mais pelo sentido das palavras do que, porque jogou o texto, quebrou o texto ao invés de fazer um bloco fez ele todo assim todo quebrado. É... que é um recurso que nem sempre faz sentido, na literatura contemporânea, as vezes é só por uma... enfim, né, um, um jeito de, de operar assim.

|Kelly| É não necessariamente pela... pela quebra, né, mas assim é... algo mesmo, enfim, que se transforma ali dentro do texto, né.

|Dani Avelar| Sim!

|Kelly| E aí, é... Você acha que não flerta com as plásticas, por quê? Você fala de uma espacialização.

|Dani Avelar| É Porque... É que eu acho que tá distante, não sei, não saberia explicar, acho que é bem distante das artes plásticas. Acho que... Acho que não, não... acho que dá pra relacionar assim, coisas muito antigas como uma (NÃO ENTENDI) como Joyce, acho que isso sim tá muito mais próximo. É... Mas na contemporaneidade, até sei lá, um exemplo de (NÃO ENTENDI) Não, não tem um diálogo, não vejo um diálogo, assim...

|Kelly| A forma quando ela pensa o texto não entraria numa, na transição de linguagem, você acha.

|Dani Avelar| Eu acho que não, acho que é muito mais um exercício de estilo literário do que uma preocupação visual de fato.

|Kelly| Sim

|Dani Avelar| Porque é uma, é uma estratégia de escrita, né, é um modo de escrever, né, de ir quebrando e espacializando de um modo diferente não convencional, não blocado, mas não necessariamente isso tem uma, uma preocupação mais, mais plástica, né, eu acho que, só... só o fato de dispor de um jeito não convencional, não tradicional entre aspas, né, não necessariamente isso tem a ver, eu acho que, bom a plasticidade do texto.

|Kelly| Sim, e... e isso, isso tá presente no Joyce também, né, de uma... De evocar através da palavra, né.

|Dani Avelar| Sim, acho que muitos, vão ser muitos, né, os autores assim possíveis de se pensar que... que não, que, que fogem um pouco desse lugar mais tradicional blocado do texto, mais acho que, mas é um pouco arriscado eu acho fazer essas comparações porque, não necessariamente tem essas preocupações. Eu acho que é tão distante sabe, o que a gente tá fazendo nas artes visuais, é... Não tem um diálogo como estão fazendo na literatura no sentido de que, acho que a gente olha muito mais para a literatura, mas a literatura não tá olhando pra gente sabe. Você vai ver com a referência sei lá,  da Aline (NÃO ENTENDI) ela vai citar talvez (NÃO ENTENDI) ela vai citar um pintor, ela não vai citar é, sei lá, Marilá Dardot uma artista contemporânea que pensando a palavra num outro lugar mais plástico. Eu acho que isso tem algo que eu não sei te falar, talvez consiga elaborar melhor. Eu to te falando assim, numa conversa solta do que como um depoimento

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