Resenha "Para onde foi o futuro"
Por: Vitória Barcelos • 29/9/2016 • Resenha • 454 Palavras (2 Páginas) • 700 Visualizações
Resenha: “Para onde foi o futuro?”
Esta resenha se refere à introdução do livro “Para onde foi o futuro?” do autor Marc Augé. A introdução denominada “Paradoxos do tempo” já se inicia explicando os três paradoxos que são inerentes ao homem. O primeiro destaca o fato de o indivíduo ter consciência de que sua existência é passageira e que a história sempre continua, ela já existia antes de seu nascimento e continuará existindo após sua morte.
De acordo com as reflexões do autor, nesse período em que o homem passa pelo mundo ele tem contato com muitas experiências e vê outras pessoas nascerem, crescerem e morrerem, desta forma ele repassa os conhecimentos adquiridos durante sua vida e isto se aproxima do princípio científico “nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma”.
O segundo paradoxo exposto é o contrário do primeiro e reflete o medo que o homem possui do fim e as teorias apocalípticas seriam uma solução para essas inseguranças. Enquanto o terceiro paradoxo diz respeito a história e aos acontecimentos da vida de cada um. São aqueles momentos esperados e temidos e são o que norteia a passagem do tempo.
Uma passagem presente no texto me lembrou muito uma discussão feita em sala de aula, “O domínio do calendário foi uma das formas mais eficazes do controle religioso e/ou político exercido sobre as sociedades...”, o tempo como conhecemos é uma invenção do homem e a maneira que lidamos com o nosso tempo, a quantidade de ações que conseguimos desenvolver durante o dia depende do lugar em que residimos. Alguém que mora em uma metrópole viverá em um ritmo mais acelerado do que aqueles que estão em uma cidade de interior.
Em certo ponto da história, o Ocidente colonizador se viu diante dos mesmos problemas que eles causaram aos colonizados e este fato reflete tanto na economia quanto na ciência, na tecnologia, na política, e ele acarreta formas novas e inéditas de violência e nacionalismo. Estes acontecimentos afirmam o fracasso do empreendimento colonial como a primeira ação da mundialização.
Com este cenário, só existe a escolha entre duas posições: uma de consumismo conformista e passivo; e uma recusa radical aos acontecimentos atuais. A contestação, o protesto e a revolta ficam prisioneiros dos esquemas de pensamento aos quais se opõem.
A partir destas reflexões, minha conclusão é que o futuro é apenas uma retomada de conflitos e pensamentos do passado só que em outra escala, ou seja, o tempo não é o que importa e sim as nossas ações e as consequências que elas vão causar no futuro. Atualmente as consequências são levadas mais a sério porque já podem ser notadas, o futuro que alguns esperavam já chegou e as coisas ainda estão piorando sem margem de melhora.
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