Resenha Sobre as Vanguardas Artísticas na Arte Moderna
Por: rafaelengenho • 22/4/2021 • Resenha • 2.596 Palavras (11 Páginas) • 289 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ARTES VISUAIS – ARQUITETURA E URBANISMO
História da Arte e Estética II
Prof. Dr. Paulo Henrique Duarte Feitoza
Discente: Rafael Ferreira da Silva – Matrícula: 202007765
email: ferreirarafael@discente.ufg.br
INSURGÊNCIAS, EMANCIPAÇÃO E CONTRAVENÇÕES
Resenha sobre as Vanguardas Artísticas na Arte Moderna
RESUMO
Esta proposta de resenha apresenta uma perspectiva interdisciplinar para abordar o objeto artístico, almejando demonstrar como enfoque e a leitura à interpretação e compreensão das produções artísticas visuais. Para assim, entender o fenômeno de desenvolvimento e desdobramentos artísticos e, assim, interpretar trabalhos e obras existentes, e compreender a formação da Arte e da Estética. A contrapartida de estudo se dá na época que se denomina artisticamente como Modernidade ou Modernismo, que se inicia no século XIX (por volta de 1880) e adentra o século XX (até por volta de 1940-1945). O modernismo, ou então assim o período chamado de Arte Moderna, um movimento tão importante, extremamente rico e vasto, que teve impacto em todas as ramificações do que consideramos arte. Onde podemos ver claramente a influência da Revolução Industrial e suas máquinas a vapor, a fotografia, o cinema e uma produção científica voltada ao estudo da mente.
Foi uma época em que tudo mudava muito rapidamente e de forma caótica e desorganizada. Por isso foi marcada pela sensação de que tudo é efêmero, e com uma sensação de realidade fragmentada. Os artistas desta época acreditavam que qualquer obra que mostrasse a realidade como ela é, estava ultrapassada. Para eles, era preciso criar uma nova forma de ver e sentir o mundo, em todas as suas expressões, a fim de mudar a forma como toda a sociedade via o mundo. Começou então uma fase de desconstrução da criatividade. Foi durante este pensamento caótico que surgiram as correntes de vanguarda, que passaram a separar os estilos do período da arte moderna.
Como enfoque de literatura e estudo desta resenha, parte da análise da segunda metade deste movimento artístico e suas correntes, como um todo, quando os pós-impressionistas partem para suas conquistas individuais, que se inicia aquilo que mais tarde será chamado de Vanguardas Artísticas, dando início às vanguardas históricas da arte. Estas correntes eram baseadas em princípios. Como o Cubismo e o Futurismo por exemplo, que tinham o pensamento idealístico que buscavam além de outras coisas, alterar o estilo da arte que era feita na época. Alterar a forma como as coisas eram retratadas na vida moderna. Como também os movimentos como o Expressionismo e o Dadaísmo, que acreditavam que a arte não poderia ser somente uma expressão do que se vê, mas sim uma expressão do que se sente na vida moderna
AS VANGUARDAS
A vanguarda artística e modernista se dá com a vertente expressionista que é a primeira herdeira dos pós-impressionistas, movimento artístico antecessor. O Expressionismo, ao contrário do Impressionismo, revela uma arte subjetiva, cujo objetivo do artista é materializar suas impressões “de dentro para fora”. Relacionadas à sua insatisfação diante dos fatos que evidenciavam as mazelas da sociedade mediante o seu avanço industrial e sua influência sobre as relações humanas, sobretudo o poder de alienação exercida sobre o homem em consequência desta. Interessando-lhes a atmosfera espiritual, emocional, valores morais e psíquicos (daí o nome Expressionismo). Se caracterizavam como uma estética representada pelo feio, o agressivo, posto o engajamento de seus representantes em revelar os traços sociais que eram preconizados, de forma autenticamente realista. Estes referidos traços diziam respeito a uma crítica ferrenha à burguesia vigente, retratando de modo veemente o estilo de vida e, sobretudo, o sofrimento imposto por ela às outras classes sociais, como, por exemplo, as mutilações causadas em decorrência da guerra, de crises internacionais, da recessão e pobreza de classes assalariadas.
Na França, em 1905, o movimento expressionista toma um adjetivo pejorativamente classificador, quando um grupo de pintores a partir dessa nova conjuntura artística, são chamados de “feras” (em francês, ‘fauves’). Um pressuposto polêmico acontecido na época, pois os artistas de enchave, impactaram por trazer uma grande liberdade de expressão das emoções e nenhuma técnica específica, expressando bem o caráter primitivo e instintivo. Daí o expressionismo francês — o Fauvismo. Com muita heterogeneidade, que não poderia ser definido por um único padrão, o fauvismo defendia a liberdade artística e suas variações, baseados nas emoções de “leveza e alegria da vida”, buscavam retratar os instintos e sensações sem intenção crítica ou política, com a intenção de levar o ser humano ao seu estado natural, deixando de lado os formalismos e focando no que é primitivo. Uma tentativa de voltar à pureza das criações infantis.
Já na Alemanha, entre 1905 e 1912, o movimento expressionista surge com o ideal caraterístico de subjetividade em oposição a objetividade do expressionismo francês, o que os tornaram representantes das chamadas “vanguardas históricas”. Baseados na ideia do conceito de arte enquanto ação, expressando sentimentos humanos que tendiam a fazer críticas sociais, com cenas do cotidiano retratadas sem nenhuma moderação, mas que usados de técnicas de colorações irreais, com expressionismo forte e vibrante, que não estivessem representando a realidade de forma direta — daí o Expressionismo Alemão. Esta subjetividade presente nesta parte do movimento expressionista, onde os artistas apresentavam a realidade conforme suas próprias percepções, expressando as suas visões sobre a vida em questões mais dramáticas dos sentimentos humanos, como o ciúme, miséria, entre outros temas; fazendo com que as obras desse movimento fossem consideradas pessimistas, por retratarem sentimentos intensos, muitas vezes, com a deformação expositiva da realidade. O expressionismo alemão teve alguns desdobramentos que o forma historicamente. Em um primeiro momento (em 1905) foi formado o grupo Die Brücke (traduzindo, ‘A Ponte’), com o objetivo de construir um elo entre todas as vertentes revolucionárias da arte com um claro posicionamento antiacadêmico, que pretendiam uma comunicação na promoção da angústia e pessimismo vinculada à arte emocional e amargurada, intensificados pela situação perturbada da sociedade alemã do período, com vista a alcançar o expressivo. Em segundo momento (já em 1911) forma-se outro grupo, chamado de Der Blaue Reiter (em tradução, ‘O Cavaleiro Azul’), que tendiam a dar vazão à voz do espírito através da composição artística, sem que a tornasse uma representação figurativa, favorecendo o “mundo íntimo” do homem como fonte de criação e a “necessidade interior” como força motriz.
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