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Resenha the story of what we built

Por:   •  21/3/2021  •  Resenha  •  720 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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O argumento de Kostof em “The Study of What We Built”

        Spiro Konstantine Kostof foi um dos principais historiadores da arquitetura e professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Neste texto, Kostof faz-nos refletir na arquitetura como um todo, que se molda ao longo do tempo e do contexto histórico-cultural em que se insere e que nunca nos é indiferente.

        O autor inicia este texto por introduzir a história da arquitetura e os meios de representar de representar a mesma – pictorial e literária – e comparando imparcialmente os mesmos. De seguida, o leitor é confrontado com uma visão de unicidade da arquitetura, começando com a ideia de que nenhuma parte de um edifício deve ser estudada isoladamente, sendo que foi criada como parte de um único edifício e estabelece uma correlação com o mesmo. Exemplificando este argumento, o autor faz referência ao contraste evidente entre a Torre Eiffel, em Paris, e o Partenon, em Atenas, que enquanto a intenção arquitetónica de um reside na estrutura e a de outro na forma, respetivamente, ambos acabam por alcançar o mesmo resultado surgindo de impulsos opostos, concluindo que estrutura e forma resumem-se no mesmo.  Em seguida, expande-se este ponto de vista para uma escala mais ampla: nenhum edifício deve ser estudado isoladamente, sem ter em conta as atividades humanas que ocorriam nele e o ambiente que o rodeia. Do ponto de vista arquitetónico, nenhum edifício existe sozinho, até porque foi pensado para o ambiente que o rodeava e, independentemente do edifício e do ambiente se tiverem moldado com o tempo, ambos têm impacto um sobre o outro, seja a nível sociocultural como na mais pura das sensações que são despertadas numa pessoa quando se encontra envolvida nesse cenário.

        No entanto, o autor incentiva-nos a não deixarmos de questionar a natureza de nenhuma construção humana, mesmo quando já tivermos adquirido toda a informação acerca da mesma, que poderá ser mais ou menos reveladora. Em relação à informação coletada e concluída de uma construção, Kostof ainda realça que esta deve ser sempre fiel às origens da mesma e ao que foi e é, sendo que quando se analisa uma obra arquitetónica se deve deixar de lado as idealizações dos locais ou os rancores que possam ter gerado, e tentar sempre compreender com simpatia como realmente foi e o respetivo por quê. Para além disso, o autor ainda expõe a sua visão de que a estrutura de uma construção não é mais essencial do que a textura, a decoração e o espaço do ponto de vista arquitetónico, dando como exemplo o palácio da Alhambra em Granada que, apesar de possuir uma estrutura inferior, é considerado pela admissão geral, uma das maravilhas arquitetónicas mais atraentes. Kostof faz ainda referência ao preconceito existente entre as culturas orientais e ocidentais quanto aos seus modelos arquitetónicos, justificando o mesmo pela estranheza que provocam em quem não está familiarizado com as conceções das mesmas e não se esforça para tentar compreender por conta da dificuldade em conseguir compreender tais construções com contextos que são estranhos ao indivíduo criado no outro “mundo cultural”.

        Este texto foi uma ferramenta essencial para começar a compreender o que é a arquitetura, para que serve e o que abrange. Adquiri conhecimentos desde a influência de uma obra arquitetónica num determinado ambiente, como ainda me guiou a deixar de ver a arquitetura como uma diversidade de obras juntas por uma mera coincidência espacial, e a começar a vê-la e a entendê-la como um todo flexível, que se vai transformando juntamente com a cultura e o contexto social, em que cada elemento desse todo influencia os restantes. Considero que este novo entender da arquitetura possibilitado por este texto será determinativo para o trabalho de grupo, visto que comecei a  visualizar o meu objeto de estudo – a Sé Nova – como um vestígio de uma época já passada, em que é fundamental saber a influência que teve, que papéis desempenhou e como se inseria nas diferentes épocas de transcendeu, que transformações sofreu, e ainda, como se insere no contexto da atual Coimbra.

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