Resumo Livro Panorama da Arquitetura de Nikolaus Pevsner
Por: gigipsozio • 13/11/2017 • Trabalho acadêmico • 3.969 Palavras (16 Páginas) • 700 Visualizações
Nomes: Giovanna Peres Sozio e Ana Luisa Leonardo Nunes
Professores: Carlos Coelho e Teto
Turma F11
Resumo comentado de História da Arquitetura II
Livro Panorama da Arquitetura de Nikolaus Pevsner
Capítulo 2 – O estilo Românico
Neste período dos anos 900 aos 1000, as nações da França e da Inglaterra estavam passando por muitos confrontos e esse período foi considerado como anos sombrios, pois não havia progresso nas artes, na arquitetura e até mesmo na própria civilização. Durante esses anos, foi implantado o sistema feudal, do qual serviu de edificação para a vida social da Idade Média.
Em meados de 965, criou-se o estilo românico, cujo só pode ser descrito por meio de suas características e sua ideia central, do qual atua em todos os aspectos. A arquitetura carolíngia possuía diversas características trazidas da arte românica, mas só é possível a percepção destas mais tarde quanto já possui seu inteiro significado.
Uma das inovações mais significativas deste período foram as plantas térreas que buscaram uma nova articulação e ordenança nos espaços, com isso o espaço se tornou organizado, planificado e agrupado, do qual se opõe à arte bizantina e paleocristã.
Na França, as igrejas românicas ordenavam-se pelo plano irradiante e o plano escalonado, sendo que ambos possuíam função de desenvolver os cultos dos santos e difundir cada vez mais o costume entre os padres de dizer a missa diariamente. Para isso era necessário um maior número de altares e a solução que encontraram foi a de aumentar o numero de capelas reservadas ao clero.
Na Saxônia, foi implantado um novo sistema para articular o todo de uma igreja e este sistema foi adotado pelos arquitetos da Europa Central durante muitos anos. A disposição era menos simplista, o que deixava de ser menos monótono e ritmicamente mais interessante, ou seja, a planta por ser mais complexa, carregou consigo uma lógica de uma razão ativa e coerente. Como exemplo desse sistema pode ser citado St. Michael de Hildesheim, do qual as paredes são divididas em toda sua extensão por pilares e colunas, sendo que possui uma determinada ordem a ser colocado tais elementos. Essa ordem de pilar – coluna – coluna – pilar delimita o próprio espaço em unidades distintas.
Na Normandia foi criado outro método, porém igualmente eficaz para se obter o mesmo efeito. Esse estilo foi a versão mais consistente da primeira fase do românico. Para entender melhor o estilo românico, era necessário analisar as catedrais e abadias Normandas localizadas na Inglaterra. Esse principio separava os vãos por meio de colunas muito altas, o que dava a impressão de certeza e grande estabilidade de toda estrutura projetada. A simplicidade de expressão, com a parede maciça sendo o principal elemento e o emprego de formas mais simples, caracterizou o estilo românico do século XI.
No final do século XI foram encontradas novas mudanças o que sugeriam formas mais complexas e com maior expressão individual. A Catedral de Durham na Inglaterra é considerada o monumento decisivo do período, pois é possível encontrar diversas características novas empregadas. Foram colocadas abóbadas e, da impressão de que a nave é mais alta do que realmente é, por causa da abóbada ogival que cobre a nave. Essa técnica de cobrir a nave por uma abóbada nas igrejas foi dominada nesse período.
As técnicas de engenharia que aplicavam no período tinha intuito de aumentar a segurança contra incêndios nos tetos das igrejas através do abobadamento.
As abóbadas de Durham são enfáticas pelo motivo de que as abóbadas nervuradas presentes na Catedral são consideradas o primeiro passo para o estilo gótico, sendo assim de grande influência para o movimento de arquitetura gótica. Isso não quer dizer que Durham seja de estilo gótico, pois as abóbadas foram empregadas com intuito de representar a realização última da tendência à articulação. As abóbadas nervuradas transmitem vivacidade para a Catedral, porém está longe de ser uma arquitetura alegre ou dinâmica. Há diversas abstrações na decoração, da qual é característica unicamente da arquitetura normanda da Inglaterra e da Normandia.
No final do século X, a Alemanha criou um tipo de capitel rigidamente abstrato, o qual é chamado de capitel de bloco. Esses capitéis eram decorados com folhagens e alguns até mesmo com desenhos de animais, embora não fossem inspirados pela natureza.
A maioria das igrejas carolíngias e igrejas românicas maiores do período, eram projetadas para ostentar variedade e grandiosidade tanto no exterior quanto no interior.
Outro elemento importante para o futuro da arquitetura europeia é a fachada com duas torres, sendo esta utilizada pela primeira vez, na Alemanha no século XI. Aparece pela primeira vez na catedral de Estrasburgo (1015).
Na Idade Média, a peregrinação era o principal meio de comunicação cultural e a sua influência no planejamento das igrejas é evidente. Com isso, é possível notar os processos de criações e o surgimento de cada estilo arquitetônico em diferentes locais. No século XI e XII a abadia de Cluny localizada na França representou importante papel no desenvolvimento do itinerário das igrejas de peregrinação. A Saint Martial em Limoges, a Saint Sermin em Toulouse e a igreja de Santiago possuíam características em comum, das quais pode ser citado: altas, sombrias, com galerias sobre as arcadas e abóbadas de berço sobre as galerias, sem janelas do clerestório, com deambulatório e capelas radiais. Já a abadia de Cluny apresentava dois transeptos, encimada por uma torre ortogonal, transepto ocidental, duas pequenas absides nas faces orientais, deambulatório com cinco capelas radiais. Essa estrutura possui alta complexidade e foi a expressão do mais alto momento da cristandade medieval, em meados de 1095. Outras características que distingue a abadia de Cluny das demais igrejas de peregrinação são: a elevação interior com suas grandes arcadas na ponta, seu falso trifório ( sem galeria) e suas janelas de clerestório.
A Igreja de Madalena, em Vezelay que é mais ou menos da época da abadia de Cluny, apresenta apenas uma arcada e um grade clerestório. O acesso principal se dá através de um nártex de três vãos, passando por portais românicos de esculturas figurativas. Sua nave de altura incomum e seus arcos de pedra cinza e rosa possui proporções nobres.
Após algum tempo que foi empreendida abóbada nervurada de Durham, passou a se utilizar abóbadas sexpartidas e não quadripartida. Essa nova estrutura desempenhou a mesma característica da abóbada de aresta, do qual permite que forme um vão quadrado e ao mesmo tempo dava-lhes seis apoios em vez de quatro que eram usados nas outras abóbadas.
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