TRATADA COM CCA COMO AGREGADO NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS COMPÓSITOS COM RESINA POLIURETANA VEGETAL
Por: Mariani Tavares • 8/10/2017 • Dissertação • 967 Palavras (4 Páginas) • 375 Visualizações
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO – USP SÃO CARLOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
REAPROVEITAMENTO DA MADEIRA TRATADA COMO COMPÓSITO NA PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE VEDAÇÃO DESTINADOS À CONSTRUÇÃO CIVIL
Projeto de Pesquisa – Mestrado
Área de Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas – Arquitetura e Urbanismo
Proponente: Mariani Tavares Ferreira
São Carlos
2017
RESUMO
INTRODUÇÃO
O consumo de bens e serviços aumenta gradualmente para maior conforto e segurança das pessoas. Apesar disso, o uso destes recursos naturais, como a madeira, no decorrer dos anos foi causando diversos danos ao meio ambiente por haver maior demanda que a natureza poderia gerar.
A madeira sem tratamento é um material de ciclo de vida fechado, ou seja, pode retornar a natureza pois é biodegradável, ela também pode ser uma fonte renovável de fibras, um substituto de materiais altamente consumidores de combustíveis fósseis e um biocombustível. Porém sua biodegradação causada por fatores como agentes biológicos, umidade, calor, poluição, entre outros, remetem ao uso da madeira tratada quimicamente, este processo acaba com as propriedades sustentáveis da madeira.
O objetivo do tratamento da madeira é fazer com que ela adquira durabilidade e resistência que naturalmente ela não possuí, para isso faz-se necessário o uso de produtos químicos perigosos. Os preservantes mais empregados são os hidrossolúveis compostos por sais metálicos e flúor, em sua composição incluem várias substâncias químicas como arsênio, cobre, cromo, flúor e zinco. O principal preservante utilizado no tratamento de madeira no Brasil é o tratamento à base de Arseniato de Cobre Cromatado (CCA) (VITO, 2013)
Já foram tratados até hoje mais de 400.000.000 de m³ de madeira com CCA. Com algumas hipóteses simplificadoras, pode-se dizer que o uso do CCA resultou numa economia de cerca de seis bilhões de árvores, que plantadas, com o espaçamento normal, cobririam quase toda a extensão da Bélgica e Suíça juntas. Isto seria equivalente a dizer que o número de árvores poupadas devido ao tratamento com CCA daria para sequestrar o CO2 emitido anualmente por mais de 50 cidades do porte de São Paulo. (LEPAGE, 2010)
Existem diversas considerações quanto aos resíduos provenientes da madeira tratada, para alguns países europeus estes são considerados perigosos e seu destino segue uma legislação rigorosa. Entretanto no Brasil, seu uso e descarte não apresentam a devida relevância, pois segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), não há distinção entre os usos e descarte de madeira tratada e madeira natural.
Lepage (2010), instrui que o procedimento apropriado ao descarte final dos resíduos de madeira tratada (classe I – perigosa), deve ocorrer em aterros industriais legalizados, tendo que não devem ser reutilizados seus resíduos na fabricação de produtos destinados à queima (briquetes e carvão) e combustíveis.
Tendo em vista essa deficiência na legislação brasileira e sabendo que o impacto gerado tanto no meio ambiente quanto para a saúde dos seres humanos, uma alternativa de reaproveitamento desses materiais seria incorporá-los como matéria prima na composição de materiais poliméricos. Dessa maneira eles deixariam de ser resíduos e se tornariam matéria prima para outros produtos. Essa influência resulta em proporcionar à sociedade materiais com propriedades de aplicações práticas na construção civil, e além disso se enquadrar nos princípios da Lei 12.305/10, que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Borges e Moreschi (2013) apresentam a madeira de eucalipto por suas excelentes propriedades que mesmo após sua vida útil é muito aproveitável para várias aplicações. Seus integrantes do grupo de resíduos lignocelulósicos proporcionam aos compósitos poliméricos melhorias nas propriedades mecânicas, estabilidade dimensional. Ainda devido ao uso de CCA na madeira para sua preservação, confere resistência à fungos, xilófagos e térmitas.
Assim, um novo sentido desponta para os resíduos e rejeitos da madeira tratada, o gerenciamento eficiente destes rejeitos pode agregar valor comercial à este material, viabilizando novas matérias-primas ou novos insumos, ajudando a completar o ciclo de vida deste produto. Dessa forma a administração deste resíduo resulta em aspectos positivos para o meio ambiente e econômico, uma vez que além de reduzir o uso de recursos naturais, viabiliza novas possibilidades, cumprindo com os objetivos da PNRS[1] e minimizando os impactos ambientais causados pelo descarte inadequado deste material.
...