Utópicos Urbanos – Charles Fourier: Falanstério
Por: NSiqueira • 7/4/2016 • Artigo • 396 Palavras (2 Páginas) • 535 Visualizações
Utópicos Urbanos – Charles Fourier: Falanstério
De origens simples, Fourier (1772-1837) viveu em Bensaçon e Paris. Tornou-se escritor socialista, crítico de posições como cristianismo, conservadorismo, niilismo, capitalismo, etc. Acreditava numa sociedade ideal, que o ser humano é bom por natureza e que os preceitos em que a sociedade se baseava, citados acima, impediam o pleno desenvolvimento das paixões do homem.
Ele define doze paixões fundamentais e, através da combinação delas, interpreta toda a história. Para isso, baseia-se na teoria filosofo-psicológica que diz que as ações de todos os seres humanos são provenientes da atração das paixões e não pelo proveito econômico.
Fourier nomeia cada período social, sendo normalmente mais citados a partir do quarto período, barbárie, aquele que se vivia na época em transição para o quinto, civilização, seguido pelo sexto, garantismo e posteriormente o sétimo, harmonia.
Enquanto a distribuição civilizada se dá de forma individualizada e descontrolada, regularizando apenas alguns aspectos exteriores a respeito de alinhamentos e embelezamentos conjunturais, a distribuição da cidade do sexto período será feita a partir de um esquema de anéis concêntricos. O primeiro conteria a cidade central, o segundo, os arrabaldes e grandes fábricas e o terceiro, as avenidas e subúrbios, cada um com suas próprias dimensões adequadas para as construções.
Em nenhum deles admite-se o uso de muros divisórios nus, as construções devem ser separadas por paliçadas, relvas e plantações que não cubram a visão.
Toda casa deve ter, entre pátios e jardins, uma área livre pelo menos semelhante à ocupada pela superfície construída. Devem ser isoladas e formar fachadas regulares, em todos os lados. O espaço vazio nas construções do segundo anel serão duplos e triplos no terceiro anel.
A altura dos edifícios, contada até a base do esqueleto, serão reguladas de acordo com a largura da rua, não podendo excedê-la.
As ruas devem ser voltadas para paisagens campestres ou monumentos da arquitetura pública ou privada.
Podem ser citadas muitas outras características idealizadas para uma cidade garantista, porém a intenção de todas elas é que o direito do proprietário seja diluído com o direito dos demais e a valorização produzida nos imóveis através da melhor visibilidade de obras públicas seja um bem para a comunidade.
Todos esses progressos, porém, não seriam mais que uma fase transitória para o sétimo e definitivo período.
- BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. 3ª edição, 1ª reimpressão. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2001.
- CHOAY, Françoise. O Urbanismo. 7ª edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 2013.
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